BUSCA PELA PAZ: o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e o líder das Farc, Rodrigo “Timoshenko”, assinam novo acordo de paz em Bogotá / Jaime Saldarriaga/Reuters
Da Redação
Publicado em 25 de novembro de 2016 às 06h02.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h12.
Caixa 2 adiado
Depois da pressão feita pela população e da proporção que o tema alcançou, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), adiou a votação do projeto que deve anistiar políticos que cometeram o crime de caixa dois. A anistia seria inserida no pacote das Dez Medidas Contra a Corrupção, propostas pelo Ministério Público e endossadas por mais de 2,4 milhões de assinaturas. Hoje, o caixa dois não é tipificado como crime, mas quem o comete pode responder por outras infrações, como corrupção passiva e ativa, além de lavagem de dinheiro.
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Odebrecht não assina delação
Por problemas em alguns detalhes, os quase 80 executivos da Odebrecht envolvidos em acordos de delação premiada não assinaram os documentos nesta quinta-feira. Alguns detalhes do acordo de leniência ainda precisam ser acertados, como a quantidade que vai ser repassada ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos e o prazo que a empresa tem para realizar esse pagamento. Da multa, que poderá chegar a 7 bilhões de reais, um pouco menos da metade será dividido entre Estados Unidos e Suíça, países que também ajudaram nas investigações. Os americanos queriam um aumento de 170.000 na parte que lhes cabe. Assim que tudo for acertado, as assinaturas devem começar a ocorrer.
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100 bi do BNES devem ser pagos esse ano
Depois do Tribunal de Contas da União determinar que o BNDES devolva 100 bilhões de reais à União devido aos empréstimos realizados nos últimos anos, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a restituição será integralmente feita neste ano. Inicialmente estava previsto que o dinheiro voltasse ao longo de três anos. O dinheiro deve ser integralmente usado para pagar a dívida pública e não poderá ser destinado aos estados endividados. Entre 2008 e 2014, o Tesouro emprestou ao BNDES cerca de 450 bilhões de reais.
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Garotinho liberado
O Tribunal Superior Eleitoral liberou o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho da prisão. A fiança ficou estipulada em 100 salários mínimos, ou 88.000 reais, e Garotinho não poderá se ausentar mais de três dias da residência sem avisar o juiz. Garotinho foi preso acusado de compra de votos nas eleições de Campos dos Goytacazes, onde sua mulher, Rosinha Garotinho, é prefeita. Como secretário da prefeitura, ele teria aumentado sem justificativas o programa social chamado Cheque Cidadão.
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Voando menos
De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas Áreas (Abear), a demanda por voos domésticos caiu 5,1% em outubro em relação ao mesmo mês do ano passado. Já é o 15o mês consecutivo com redução da demanda no setor aéreo. Em contrapartida, a oferta de assentos nas companhias caiu 5,14%, deixando as aeronaves com uma taxa de 79,3% de ocupação. O fluxo de passageiros também diminuiu: foram 7,3 milhões de pessoas, uma redução de 6,8% e o menor número desde outubro de 2012. No acumulado do ano, a demanda por voos no país caiu 6,2% em relação ao mesmo período de 2015.
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Emprego: menos 74.748 vagas
O mercado de trabalho brasileiro perdeu 74.748 vagas no mês de outubro, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho. O número é menor do que o esperado, já que as medianas das expectativas apontavam para uma redução de 89.000 postos de trabalho. No mesmo mês do ano passado, 169.131 vagas foram encerradas. O pior desempenho foi no setor de construção civil, que fechou 33.517 postos; e o melhor cenário foi no comércio, que gerou 12.946. No ano, já são 751.816 baixas no mercado de trabalho.
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Recontagem nos EUA
Jill Stein, candidata à Presidência americana pelo pequeno Partido Verde, diz ter arrecadado 3,5 milhões de dólares para pedir a recontagem dos votos da eleição presidencial nos estados de Wisconsin, Michigan e Pensilvânia. Nas três localidades, o republicano Donald Trump venceu por menos de 1 ponto percentual. Legenda mais à esquerda que os partidos Democrata e Republicano, o Partido Verde diz que o objetivo não é ajudar a segunda colocada, Hillary Clinton. “Merecemos eleições em que possamos confiar”, disse um porta-voz. Com 48% dos votos nacionais, Hillary teve 1,8 milhão de eleitores a mais que Trump, mas perdeu no Colégio Eleitoral.
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Tony Blair: Brexit pode ser parado
Em entrevista a uma revista britânica, o ex-premiê do Reino Unido, Tony Blair, diz acreditar que a decisão pelo Brexit — saída da União Europeia — não é definitiva. Para Blair, o Brexit “pode ser parado se os britânicos assim decidirem” depois de ter visto “o que significa” e que seu custo-benefício não se justifica. A posição é diferente da tomada pela atual premiê, Theresa May, que afirmou repetidas vezes que “Brexit significa Brexit”. Na quarta-feira, o governo deu uma prévia do que a saída pode significar: o Estado entrará em déficit devido ao baixo crescimento e à desvalorização da libra, e o PIB deverá crescer apenas 1,4% em 2017 — o menor avanço desde 2009.
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Paz na Colômbia: agora vai?
O governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia assinaram um novo acordo de paz na manhã desta quinta-feira, após o primeiro ter sido rejeitado num referendo popular em outubro. Vencedor do Prêmio Nobel da Paz pelas negociações, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, disse que o novo acordo é “melhor” porque “incorpora a imensa maioria dos desejos dos colombianos, mas preserva os objetivos essenciais” do primeiro texto. O tratado será agora entregue ao Congresso e a expectativa é que seja votado já na semana que vem. Ainda assim, a oposição liderada pelo ex-presidente Álvaro Uribe disse continuar contra o tratado, afirmando que as regras estimulam a impunidade das Farc.
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UE: “não” à Turquia
O Parlamento Europeu aprovou uma resolução pedindo o “congelamento temporário” do processo de adesão da Turquia à União Europeia, iniciado em 2005. Os parlamentares alegam uma “repressão desproporcional” por parte do governo do presidente Recep Tayyip Erdogan desde a tentativa de golpe militar em 15 de julho. Mas a palavra final ainda cabe às delegações dos membros da União Europeia, que temem cortar de vez as relações com a Turquia por causa de um acordo em que os turcos se comprometem a bloquear a entrada de refugiados na Europa.