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Cabral defende rediscussão do aborto no Brasil

Governador do Rio de Janeiro diz que conhece várias pessoas que engravidaram as namoradas e foram abortar em clínicas clandestinas

Cabral: "Do jeito que está, tá errado. É uma hipocrisia" (Flavio Santana)

Cabral: "Do jeito que está, tá errado. É uma hipocrisia" (Flavio Santana)

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Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2010 às 17h04.

São Paulo - O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, defendeu nesta terça-feira (14) a retomada da discussão da legalização do aborto no Brasil e afirmou que conhece várias pessoas que fizeram o procedimento de forma clandestina.

O assunto foi levantado durante palestra do governador a empresários no EXAME Fórum, realizado na sede da Editora Abril, em São Paulo. “O aborto foi muito mal abordado na campanha eleitoral. Será que está correto um milhão de mulheres todo ano fazerem o aborto - talvez mais? Em que situação? De que maneira? Quem é que aqui não teve uma namoradinha que teve que abortar? Então, meus amigos, é encarar a vida como ela é.”

Após o término do evento, em entrevista a jornalistas, Cabral disse que a mulher tem que ser muito ouvida nessa discussão e que é preciso ter uma política de saúde pública. “Ninguém é a favor do aborto. Você é a favor do direito de a mulher recorrer num serviço publico de saúde à interrupção de uma gravidez.”

Questionado sobre a declaração de que conhecia pessoas que fizeram aborto clandestino, o governador do Rio de Janeiro reafirmou que “essa é a vida como ela é”. “Só que o sujeito de classe média alta tem uma clínica de aborto clandestina em melhor situação, ainda que sem nenhum controle de vigilância sanitária.” Cabral disse que é a favor da mudança da lei. “Tem que ser ampliado (os casos previstos pela legislação em vigor). Do jeito que está, tá errado, tá falso, tá mentiroso, tá hipócrita. Isso é uma vergonha para o Brasil.

Sérgio Cabral afirmou que vários países onde a religião tem um peso significativo permitem o aborto. “Será que esses países gostam menos da vida do que nós? Esse é o ponto.” O governador do Rio de Janeiro citou Portugal, Espanha, Itália, França, Reino Unido e Estados Unidos.

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