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Brasileiros formam filas que dobram quarteirão para votar em Nova York

Terceiro maior colégio eleitoral dos Estados Unidos, atrás somente de Miami e Boston, Nova York espera receber em torno 28 mil brasileiros aptos a votarem

Votação no exterior: brasileiros que chegaram com os portões já abertos se assustaram com as filas (Getty Images/Getty Images)

Votação no exterior: brasileiros que chegaram com os portões já abertos se assustaram com as filas (Getty Images/Getty Images)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 2 de outubro de 2022 às 10h28.

Brasileiros formam filas que dão a volta no quarteirão em torno da única zona eleitoral disponível para votar para as eleições presidenciais na cidade de Nova York. Os portões abriram pontualmente às 8 horas, no horário local. Fora, muitas dúvidas sobre as filas, que separam quem baixou o e-título e aqueles que optaram pelo método tradicional, marcam o início da votação na Big Apple.

Os primeiros eleitores madrugaram em Nova York. Perto das 6h30, no horário local, cerca de 100 pessoas já formavam a fila para a votação, faltando ainda uma hora e meia para a abertura dos portões. Apesar das filas, eleitores elogiam o processo e a organização. Para quem já vota em Nova York, as filas são um cenário rotineiro, afirmam um grupo de senhoras que chegou antes da abertura dos portões. "Vai ficar pior", afirmou uma delas.

Para Pedro Vitor, de 36 anos, chamou a atenção o grande interesse de eleitores. Ele se mudou recentemente para Nova York e fez questão de transferir seu título para as eleições deste ano. Fora do Brasil, só é possível votar para presidente e vice-presidente. "O que me espantou foi o interesse das pessoas em vir votar", disse Vitor, em entrevista ao Broadcast, reclamando da confusão das filas e de casos de boca de urna, o que é proibido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia da votação.

Brasileiros que chegaram com os portões já abertos se assustaram com as filas. Outros elogiavam a rapidez. Quem está na fila principal, gasta certa de meia hora para andar em torno de 500 metros. Apesar da espera, o ambiente está tranquilo e tem segurança da polícia de Nova York no local.

Do lado oposto ao da fila para votação, outra linha de brasileiros começa a ganhar corpo. Nesta, estão eleitores que já votaram e aguardam para retirar seus veículos no estacionamento ao lado. Em minutos, a fila já alcança a dos que ainda esperam para votar. Quadras antes de onde está localizada a zona eleitoral em Nova York, filas de carros chamavam a atenção em meio ao tranquilo trânsito de Manhattan, o que é possível somente pelo fato de ser domingo.

Terceiro maior colégio eleitoral dos Estados Unidos, atrás somente de Miami e Boston, Nova York espera receber em torno 28 mil brasileiros aptos a votarem, o que representa uma ampliação de 5 mil pessoas frente às eleições de 2018. No local, votam residentes de quatro locais: Nova York, New Jersey, Philadelphia e Ilhas Bermudas.

Diante do maior número de brasileiros aptos a votar, a estrutura local também foi ampliada. Foram disponibilizadas 39 urnas, quatro a mais do que nas eleições de 2018. A dificuldade é justamente convencer as pessoas de ir votar. Nas eleições passadas, somente 50% dos brasileiros aptos compareceram.

Diante disso, a estratégia do Itamaraty foi escolher um local de fácil acesso por diferentes meios, informou o Cônsul-Geral Adjunto do Brasil em Nova York, Fernando Sena, em entrevista ao Broadcast. A votação em Nova York acontece na Cathedral High School, localizada na região central de Manhattan, das 8 às 17 horas, no horário local, ou seja, uma hora atrás do Brasil.

O maior número de eleitores esperados em Nova York acompanha um movimento visto no exterior. Nessas eleições, 697 mil brasileiros residentes fora do País estão aptos a votar, alta de cerca de 40% frente às eleições de 2018. Com 45,2 mil, Lisboa é a cidade com maior quantidade de eleitores brasileiros. Miami e Boston, nos EUA, contam com 40,1 mil e 37,1 mil respectivamente.

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