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Brasil pode retaliar países que adotem políticas de boicote, diz Heleno

Ministro do GSI voltou a dizer que existem instituições e países interessados em prejudicar o Brasil e tirar o presidente Jair Bolsonaro do poder

Ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

AO

Agência O Globo

Publicado em 22 de setembro de 2020 às 13h40.

Última atualização em 22 de setembro de 2020 às 16h38.

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, afirmou nesta terça-feira que o Brasil pode retaliar países que adotem políticas de boicotes a produtos brasileiros por questões ambientais. Ele também afirmou que a Alemanha é "um que valia a pena", devido ao consumo de produtos alemães pelo Brasil.

— [Retaliar] é uma medida que, obviamente, pode estar na mira do governo brasileiro, só que é aquele negócio: você já comprou uma coisa finlandesa, norueguesa, sueca? Eu não me lembro de ter na minha casa produtos — disse.

O jornalista da Rádio Bandeirantes, então, afirmou: "Alemã já".

— Não, Alemanha tem muita coisa. Esse é um que valia até a pena, mas eu não quero citar países, eu tenho muito medo de criar um problema diplomático e ser injusto até — completou Heleno.

Na terça-feira passada, um grupo de oito países europeus fez um apelo para que o Brasil tome "ações reais" para combater o crescente desmatamento da Floresta Amazônica. A Parceria das Declarações de Amsterdã, atualmente liderada pela Alemanha, enviou carta aberta ao vice-presidente Hamilton Mourão manifestando preocupação sobre o que avalia ser o recuo do Brasil em relação ao sólido histórico de proteção ambiental do país. Na carta, de duas páginas, os países afirmam que o desmatamento dificulta a compra de produtos brasileiros.

O ministro do GSI defendeu a atuação do governo de Jair Bolsonaro na preservação do meio ambiente, citando a "pequena fortuna" gasta com operações contra queimadas durante a pandemia, a produção energética brasileira, que tem grande participação de energias renováveis, além da atuações de militares na Amazônia. Heleno também defendeu que era preciso investir em inteligência para ir atrás dos donos do garimpo, e não dos garimpeiros.

— Temos que criminalizar esse delitos, temos que ter condições de inteligência para ir atrás de quem é o dono do dinheiro, não é o pobre coitado do garimpeiro que tá lá, se ralando, e tentando sobreviver. É o camarada que tá por trás, no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, comandando esses escravos, muitas vezes é um trabalho escravo, estão lá se sacrificando na ponta da linha e acabam sendo criminalizados, acabam tendo prejuízos, e esses caras estão protegidos — disse.

Heleno voltou a dizer que existem países e instituições interessadas em tirar Bolsonaro do poder. Ele defendeu que o governo tome medidas legais contra a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e disse que o governo estava "levantando dados dessa instituição"

— A minha opinião é que nós temos que ir para cima, sim. Estamos levantando dados dessa articulação dos povos indígenas brasileiros, até porque acho que eles não tem nem CNJP, então nós estamos buscando realmente qual é a missão deles, quais são seus verdadeiros objetivos para, se for o caso, mover uma ação contra esse trabalho nefasto que eles fazem — disse.

Questionado quais países estariam interessados em prejudicar o Brasil, Heleno disse que "fica difícil citar os países", já que ele não queria criar uma crise diplomática, mas afirmou que as pessoas bem informadas "tem na cabeça quais são esses países".

— É lógico que as pessoas que leem jornal, que são bem informadas, têm na cabeça quais são esses países. Não cabe a nós, do governo, citar esses países, que eu vou criar um problema diplomático internacional. Eu também não vou botar minha cabeça à prêmio, porque não vale a pena. Eu ando sem segurança, a gente não pode exagerar — afirmou.

Segundo Heleno, as pessoas interessadas em derrubar o presidente Bolsonaro "não admitem alternância de poder" e nunca imaginaram que ele pudesse ganhar a eleição.

— Se surpreenderam com a vitoria dele, ai resolveram: "isso ai a gente derruba em um mês". Os meses estão passando, e a popularidade do presidente está crescendo. Ele tá fazendo um governo maravilhoso? Não, é difícil fazer um governo maravilhoso, nós temos problemas sérios, é um país de 8,5 milhões de km², com diferenças regionais marcantes, só que ele vai atrás, corre — disse.

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