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Brasil perde participação no comércio mundial

Por conta da crise europeia, as vendas brasileiras ao mundo sofreram uma contração de 5% no ano passado

As importações ao País despencaram a níveis bem mais profundos que dos demais emergentes e o País caiu no ranking dos maiores importadores (REUTERS/Andres Stapff)
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Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2013 às 17h55.

Genebra - As exportações e importações brasileiras desabam, tem um desempenho em 2012 bem abaixo da média mundial e o País reduz sua participação no comércio mundial.

Dados divulgados nesta quarta-feira pela Organização Mundial do Comércio revelam que, por conta da crise europeia, as vendas brasileiras ao mundo sofreram uma contração de 5% no ano passado, resultado bem pior que o dos demais emergentes e do resto do mundo.

O protecionismo brasileiro e a desaceleração do crescimento também tiveram sua repercussão: as importações ao País despencaram a níveis bem mais profundos que dos demais emergentes e o País caiu no ranking dos maiores importadores.

No geral, a OMC apresentou uma drástica revisão para baixo das perspectivas de crescimento do comércio em 2013, em mais um sinal claro da dificuldade da economia mundial em sair de sua crise. A contração do PIB na Europa, a maior importadora do mundo, afetou a todos e continuará a impactar os exportadores nos próximos dois anos.

Com US$ 257 bilhões em vendas, o Brasil se manteve na 22ª posição entre os maiores exportadores mundial, com meros 1,3% do comércio mundial em 2012. Mas, em 2011, o Brasil representava 1,4% das exportações do mundo.

No ano, o Brasil caiu em 5% em vendas, contra uma média mundial se mantendo estabilizada. O resultado de 2012 contrasta com a expansão dos últimos anos.

A média entre 2005 e 2012 foi de um crescimento de 11% em valores nas vendas nacionais, bem acima da média mundial de apenas 8%. Em 2010, as vendas subiram em 32%, contra 27% de expansão em 2011. Agora, registrou uma contração.

Em volumes, as vendas nacionais tiveram um crescimento de 3,1% em 2011. Mas, em 2012, enquanto o mundo cresceu em 2%, o Brasil sofreu uma contração de 1,3%, numa prova que a balança comercial nacional dependia dos preços das commodities e que acabaram caindo.


Para Coleman Nee, economista da OMC, o resultado no Brasil tem uma relação direta com a crise na Europa e seu impacto na China. "O motor da contração tem sido a Europa, afetando não apenas aqueles países que vendem para o mercado europeu, mas também aqueles que vendem matérias-primas para a China que, por sua vez, exportam produtos acabados para a Europa", disse. O Brasil seria um desses casos.

Protecionismo

O Brasil também teve um resultado nas importações abaixo da média mundial. Se o resultado global foi uma estagnação, as importações do Brasil registraram uma contração de 2% em valores. Em volume, a contração no Brasil foi de 2,1%. Em média, os países emergentes tiveram uma expansão em importações de 4,6%. Questionado se o protecionismo brasileiro contribuiu para esse resultado, Nee apenas disse: "certamente essas medidas não ajudaram a aumentar o comércio". O resultado acabou fazendo o Brasil perder uma posição no ranking dos maiores importadores, caindo da 21ª para a 22ª posição mundial.

Estagnados

Para o restante do mundo, a OMC apresentou previsões dramáticas para 2013. No ano passado, a entidade havia alertado para um crescimento de apenas 4,5% no comércio mundial em 2013, abaixo da média dos últimos 7 anos de 8%. A previsão foi reduzida no final do ano para 3,7%. Agora, com a situação na Europa se deteriorando rapidamente e a dificuldade de países emergentes em compensar a recessão nos países ricos, a nova previsão aponta para um aumento do comércio de meros 3,3% em valores. Em volume, o comércio mundial não cresceu.

Os resultados de 2012 também foram revistos para baixo. Em setembro, a OMC havia indicado que a expansão havia sido de 2,5%. Agora, o resultado final foi um crescimento de apenas 2%. Outra constatação é o distanciamento cada vez maior da China como maior exportadora do mundo, mesmo diante da crise na Europa. Em 2012, Pequim terminou com 11,2% das vendas mundiais, mais de um ponto porcentual a mais que em 2011, com US$ 2 trilhões. Em 2012, as vendas subiram em 8%.

O segundo lugar ficou com os EUA, com 8,4% das exportações mundiais, seguido pela Alemanha, com 7,7% das vendas no mundo.

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Genebra - As exportações e importações brasileiras desabam, tem um desempenho em 2012 bem abaixo da média mundial e o País reduz sua participação no comércio mundial.

Dados divulgados nesta quarta-feira pela Organização Mundial do Comércio revelam que, por conta da crise europeia, as vendas brasileiras ao mundo sofreram uma contração de 5% no ano passado, resultado bem pior que o dos demais emergentes e do resto do mundo.

O protecionismo brasileiro e a desaceleração do crescimento também tiveram sua repercussão: as importações ao País despencaram a níveis bem mais profundos que dos demais emergentes e o País caiu no ranking dos maiores importadores.

No geral, a OMC apresentou uma drástica revisão para baixo das perspectivas de crescimento do comércio em 2013, em mais um sinal claro da dificuldade da economia mundial em sair de sua crise. A contração do PIB na Europa, a maior importadora do mundo, afetou a todos e continuará a impactar os exportadores nos próximos dois anos.

Com US$ 257 bilhões em vendas, o Brasil se manteve na 22ª posição entre os maiores exportadores mundial, com meros 1,3% do comércio mundial em 2012. Mas, em 2011, o Brasil representava 1,4% das exportações do mundo.

No ano, o Brasil caiu em 5% em vendas, contra uma média mundial se mantendo estabilizada. O resultado de 2012 contrasta com a expansão dos últimos anos.

A média entre 2005 e 2012 foi de um crescimento de 11% em valores nas vendas nacionais, bem acima da média mundial de apenas 8%. Em 2010, as vendas subiram em 32%, contra 27% de expansão em 2011. Agora, registrou uma contração.

Em volumes, as vendas nacionais tiveram um crescimento de 3,1% em 2011. Mas, em 2012, enquanto o mundo cresceu em 2%, o Brasil sofreu uma contração de 1,3%, numa prova que a balança comercial nacional dependia dos preços das commodities e que acabaram caindo.


Para Coleman Nee, economista da OMC, o resultado no Brasil tem uma relação direta com a crise na Europa e seu impacto na China. "O motor da contração tem sido a Europa, afetando não apenas aqueles países que vendem para o mercado europeu, mas também aqueles que vendem matérias-primas para a China que, por sua vez, exportam produtos acabados para a Europa", disse. O Brasil seria um desses casos.

Protecionismo

O Brasil também teve um resultado nas importações abaixo da média mundial. Se o resultado global foi uma estagnação, as importações do Brasil registraram uma contração de 2% em valores. Em volume, a contração no Brasil foi de 2,1%. Em média, os países emergentes tiveram uma expansão em importações de 4,6%. Questionado se o protecionismo brasileiro contribuiu para esse resultado, Nee apenas disse: "certamente essas medidas não ajudaram a aumentar o comércio". O resultado acabou fazendo o Brasil perder uma posição no ranking dos maiores importadores, caindo da 21ª para a 22ª posição mundial.

Estagnados

Para o restante do mundo, a OMC apresentou previsões dramáticas para 2013. No ano passado, a entidade havia alertado para um crescimento de apenas 4,5% no comércio mundial em 2013, abaixo da média dos últimos 7 anos de 8%. A previsão foi reduzida no final do ano para 3,7%. Agora, com a situação na Europa se deteriorando rapidamente e a dificuldade de países emergentes em compensar a recessão nos países ricos, a nova previsão aponta para um aumento do comércio de meros 3,3% em valores. Em volume, o comércio mundial não cresceu.

Os resultados de 2012 também foram revistos para baixo. Em setembro, a OMC havia indicado que a expansão havia sido de 2,5%. Agora, o resultado final foi um crescimento de apenas 2%. Outra constatação é o distanciamento cada vez maior da China como maior exportadora do mundo, mesmo diante da crise na Europa. Em 2012, Pequim terminou com 11,2% das vendas mundiais, mais de um ponto porcentual a mais que em 2011, com US$ 2 trilhões. Em 2012, as vendas subiram em 8%.

O segundo lugar ficou com os EUA, com 8,4% das exportações mundiais, seguido pela Alemanha, com 7,7% das vendas no mundo.

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