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Bolsonaro sinaliza novas trocas, após indicar general para CEO da Petrobras

"Na semana que vem teremos mais", afirmou presidente em formatura de cadetes em Campinas

Jair Bolsonaro e ministro da Economia, Paulo Guedes. (Marcos Corrêa/PR/Divulgação)

Jair Bolsonaro e ministro da Economia, Paulo Guedes. (Marcos Corrêa/PR/Divulgação)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 20 de fevereiro de 2021 às 12h49.

Última atualização em 20 de fevereiro de 2021 às 13h01.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que pretender fazer novas "trocas de peças" na próxima semana. A declaração, feita em formatura de cadetes em Campinas, ocorre após a demissão do presidente da Petrobras Roberto Castello Branco e nomeação do general Joaquim Silva e Luna para assumir o cargo.

"Eu tenho que governar, trocar as peças, que porventura, não estejam dando certo. E se a imprensa está preocupada com a troca de ontem (19), na semana que vem teremos mais", afirmou o Bolsonaro.

A demissão de Castello Branco, na sexta-feira, 19, ocorreu após desentendimentos sobre a política de preços da estatal. Segundo o presidente, o aumento de preços da gasolina e do diesel, feito para equiparar aos praticados no mercado internacional, foi "fora da curva".

A interferência política do governo, que vinha sofrendo pressões de caminhoneiros, na estatal causou forte reação negativa no mercado financeiro. Ainda sem a demissão de Castello Branco confirmada, as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) despencaram 7,92% e as preferenciais (PETR4), 6,63%.

Após a confirmação da saída do presidente da empresa, as ADRs (forma como suas ações são negociadas nos Estados Unidos) da Petrobras caíram mais 7,06% no pré-mercado americano.

Sob o comando de Castello Branco, a Petrobras vinha gerando grande otimismo no mercado, especialmente em função da política de desinvestimento em aéreas consideradas não-essenciais, como refinarias e campos menores.

Para investidores, a interferência de Bolsonaro vai além do futuro da companhia. Com a inclinação ao que chamam de "populismo fiscal", também crescem as preocupações sobre o andamento de reformas e até mesmo sobre a permanência de Paulo Guedes no Ministério da Economia.

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