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Bolsonaro quer criar a "bancada da metralhadora"

A ideia do presidenciável é levar um maior número de policiais e integrantes das Forças Armadas para o Congresso

Bolsonaro: ele vai se empenhar em eleger o maior número de parlamentares para endurecer leis penais, evitar o desarmamento e garantir maioria no Legislativo (Facebook/Jair Bolsonaro/Reprodução)

Bolsonaro: ele vai se empenhar em eleger o maior número de parlamentares para endurecer leis penais, evitar o desarmamento e garantir maioria no Legislativo (Facebook/Jair Bolsonaro/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de março de 2018 às 08h40.

Última atualização em 8 de março de 2018 às 09h20.

Brasília - Ao se filiar ao nanico PSL, o deputado e pré-candidato ao Planalto Jair Bolsonaro (RJ) disse nesta quarta-feira, 7, que vai se empenhar em eleger o maior número de parlamentares para endurecer leis penais, evitar o desarmamento e garantir maioria no Legislativo.

Interrompido por gritos de "mito", "messias" e "presidente", ele disse a uma plateia de militantes que lotou um auditório da Câmara que tentará levar um maior número de policiais e integrantes das Forças Armadas para o Congresso. "A bancada da bala, chamada assim de forma jocosa, vai se transformar na bancada da metralhadora."

Bolsonaro ainda afirmou que, caso eleito, deverá nomear para seu ministério o general Augusto Heleno Ribeiro (Defesa), o ex-astronauta Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e o economista Paulo Guedes (Fazenda). Ele também disse que pretende fundir as pastas da Agricultura e do Meio Ambiente.

Ao falar de sua equipe ideal de governo, Bolsonaro aproveitou para criticar a atual gestão. "O ministro de Ciência e Tecnologia hoje não sabe diferenciar gravidez de gravidade", afirmou numa crítica ao ministro Gilberto Kassab. "Eu não sou bom, mas os outros são muito ruins", disse.

Cerca de 15 deputados e um senador, Magno Malta (PR-ES), chamado de "vice" pelos militantes, compareceram a um auditório da Câmara para a filiação de Bolsonaro ao partido presidido pelo deputado Luciano Bivar (PE). Em seu discurso, o pré-candidato focou os ataques nas demandas LGBT, à esquerda e ao governo Michel Temer. "As malas dos porões do Jaburu, digo isso no duplo sentido, não podem continuar imperando no Brasil."

Ele reagiu à entrada de concorrentes diretos e do governo Michel Temer no debate da segurança pública, sua principal bandeira. Ele chegou a chamar o atual o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, de "comunista" e "desarmamentista". Mas evitou ataques diretos à intervenção militar no Rio.

Para quem esperava que Bolsonaro fizesse um discurso mais light, voltado à classe média, o pré-candidato se preocupou em enfatizar suas principais bandeiras. Inclusive a defesa da quebra do monopólio na indústria de armas no País.

"A violência se combate com energia ou mais violência", afirmou. Na questão de gênero, ele disse que "todo mundo tem um amigo gay", mas criticou supostos incentivos nas escolas à mudanças de sexo. "É uma maldade com as criancinhas", disse.

Bolsonaro fez, em diversos momentos do seu discurso, referências a "Deus" e às "mulheres", numa estratégia discutida com aliados para atrair votos dos evangélicos e do público feminino, após polêmicas. Magno Malta, a pedido de Bolsonaro, chegou a rezar um Pai Nosso.

O hino nacional foi cantado no evento e Bolsonaro demonstrou emoção ao lembrar os pais e a infância, que, segundo ele, foi de pobreza no interior de São Paulo. Na economia, o pré-candidato disse que, na primeira semana de governo, extinguirá um terço das estatais.

Pela estimativa dos aliados mais próximos de Bolsonaro, pelo menos sete deputados federais devem se filiar ao PSL nos próximos dias. O pré-candidato já levou para seu novo partido os filhos Eduardo, deputado federal por São Paulo, e Flávio, deputado estadual pelo Rio.

Durante a tarde, um grupo de apoiadores do deputado inflou um boneco de cerca de 12 metros em frente ao Congresso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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