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Bolsonaro nega que episódio de vídeo atrapalhe relação com Congresso

Presidente teria compartilhado vídeo no WhatsApp com convocações para protestos contra o Legislativo e o Judiciário

Jair Bolsonaro: presidente afirma que o vídeo não estremeceu relação com o Congresso (Alan Santos/PR/Flickr)

Jair Bolsonaro: presidente afirma que o vídeo não estremeceu relação com o Congresso (Alan Santos/PR/Flickr)

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Reuters

Publicado em 27 de fevereiro de 2020 às 19h49.

O presidente Jair Bolsonaro descartou nesta quinta-feira a possibilidade de o episódio em que compartilhou para seus contatos no WhatsApp vídeos que continham a convocação para um protesto contra o Congresso Nacional atrapalhar sua relação com o Legislativo.

"Não vai ter problema nenhum. Não tem problema nenhum", disse Bolsonaro a jornalistas ao chegar ao Palácio da Alvorada no final da tarde desta quinta, na primeira vez que falou publicamente sobre o episódio.

O presidente também desafiou que mostrem um vídeo em que ele aparece convocando as manifestações, embora o jornal O Estado de S. Paulo tenha noticiado nesta semana que Bolsonaro compartilhou vídeos feitos por terceiros convocando para um ato no dia 15 de março, não que o próprio presidente fez a convocação, no que poderia ser interpretado como um endosso às manifestações.

Algumas publicações em redes sociais chamando para os protestos do dia 15 defenderam o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), além de fazerem ataques aos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Um dos motes dessas convocações tem sido uma declaração do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, captada durante transmissão ao vivo de uma cerimônia de hasteamento da bandeira em uma rede social de Bolsonaro, em que ele acusa os parlamentares de chantagearem o governo por causa da disputa sobre o Orçamento impositivo.

Uma fonte palaciana disse à Reuters que Bolsonaro tem mantido silêncio com seus auxiliares diretos sobre a manifestação marcada para o próximo dia 15.

O endosso à convocação para esse ato por parlamentares aliados de Bolsonaro também gerou repúdio de lideranças, assim como a informação de que o próprio presidente passou a seus contatos de WhatsApp vídeos chamando para os atos, que também têm como pauta apoiar o governo e o presidente.

Na quarta-feira, Maia afirmou no Twitter, sem citar Bolsonaro nominalmente, que "criar tensão institucional não ajuda o país a evoluir".

"Somos nós, autoridades, que temos de dar o exemplo de respeito às instituições e à ordem constitucional. O Brasil precisa de paz e responsabilidade para progredir", acrescentou.

O presidente do STF, Dias Toffoli, , disse que sociedades livres dependem de instituições sólidas para manterem sua integridade e defendeu a harmonia entre os Poderes.

"Não existe democracia sem um Parlamento atuante, um Judiciário independente e um Executivo já legitimado pelo voto", afirmou Toffoli.

"O Brasil não pode conviver com um clima de disputa permanente. É preciso paz para construir o futuro. A convivência harmônica entre todos é o que constrói uma grande nação", acrescentou.

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