Bolsonaro discursa na Assembleia Geral da ONU; veja os destaques
Bolsonaro abre os discursos na Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira, em fala que deve ser marcada por menções à política interna do Brasil
Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2022 às 00h01.
Última atualização em 20 de setembro de 2022 às 13h08.
O presidente Jair Bolsonaro discursou nesta terça-feira, 20, na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). O evento acontece em Nova York, nos Estados Unidos, ao longo da semana.
O discurso de Bolsonaro começou pouco antes das 11h (horário de Brasília) e durou cerca de 20 minutos.
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Na fala, Bolsonaro citou a Petrobras e o agronegócio e criticou governos "de esquerda" no Brasil - sem citar o nome do ex-presidente Lula, com quem disputa a eleição. Disse que o Brasil tem visto queda na pobreza e melhoria de indicadores econômicos, além de fazer um aceno às mulheres, grupo em disputa na eleição ( veja aqui ).
Veja abaixo a transmissão ao vivo da ONU (no vídeo, selecione o ícone de um globo e depois a opção "interlínguas" para ouvir Bolsonaro em português):
É tradição desde 1949 que o presidente brasileiro no cargo abra os discursos de líderes mundiais na Assembleia Geral. Esse foi o quarto discurso de Bolsonaro no evento - um deles feito de forma virtual em 2020, quando a Assembleia não ocorreu presencialmente pela primeira vez em sua história.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, e o presidente da Assembleia Geral, Csaba Kőrösi também discursaram antes de Bolsonaro nesta manhã.
Bolsonaro volta ao Brasil ainda hoje
Em Nova York, Bolsonaro tem previsto na agenda oficial após o discurso um encontro com o presidente da Polônia, Andrzej Duda. O presidente retorna ao Brasil ainda nesta terça-feira.
Bolsonaro viajou a Nova York logo após o funeral da rainha Elizabeth II, do qual participou na segunda-feira, 19, em Londres, na Inglaterra.
Ao sair do hotel rumo à sede da ONU, na manhã desta terça-feira, Bolsonaro já havia dito que temas prioritários em seu discurso seriam Petrobras e o agronegócio brasileiro. O presidente falou sobre o discurso ao ser recebido na saída do hotel por um grupo de apoiadores.
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, também disse na ocasião que o discurso do presidente brasileiro seria "propositivo".
Neste ano, a fala de Bolsonaro na ONU acontece dias antes do primeiro turno das eleições brasileiras, em 2 de outubro, com o presidente ainda atrás nas pesquisas na disputa com o ex-presidente Lula. Em declarações nos últimos dias, Bolsonaro havia afirmado também que faria um discurso "voltado para o Brasil".
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No ano passado, quando o mundo ainda vivia momento com número alto de mortes na pandemia da covid-19, Bolsonaro usou seu discurso na ONU para falar sobre vacinas contra a doença, dizendo ser contrário à obrigatoriedade da vacinação para circular.
Na ocasião, o presidente teve entraves na visita a Nova York por não comprovar ter se vacinado - na época, a cidade exigia comprovante para entrada em estabelecimentos fechados.
O tema voltou a ser citado neste ano: Bolsonaro não fez críticas à vacina, se limitando a afirmar que mais de 80% da população brasileira está vacinada "de forma voluntária" e que seu governo fez um "amplo programa de imunização".
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Biden discursa e Xi Jinping não irá ao evento
A Assembleia Geral da ONU está em sua 77ª edição e o evento, oficialmente, já começou na semana passada, embora a presença de líderes mundiais a partir de hoje seja a parte mais aguardada - além dos discursos, o evento é chamado de "super bowl dos diplomatas", em referência à final do futebol americano, por sua importância nas negociações de bastidores.
Além de Bolsonaro, mais de 130 chefes de Estado e de governo comparecerão ao evento em Nova York, incluindo o anfitrião, o presidente americano, Joe Biden.
É tradição que os EUA falem logo após o Brasil, mas, neste ano, Biden falará somente na quarta-feira, 21, por também estar voltando do funeral da rainha Elizabeth em Londres.
Ausências importantes serão as do presidente chinês, Xi Jinping, e do presidente russo, Vladimir Putin, que enviaram ministros e não irão à ONU. O premiê da Índia, Narendra Modi, também não comparecerá.
No ano passado, Biden fez seu primeiro discurso no evento, na época pressionado pela saída desastrada do s EUA do Afeganistão e defendendo integração global para marcar sua oposição a discurso feito anos antes pelo ex-presidente Donald Trump.
Neste ano, tanto Biden quanto os demais líderes na Assembleia estarão pressionados por novos desafios, como a inflação e aumento da fome, a crise energética e a guerra na Ucrânia.
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Mundo vive grande ameaça, diz secretário da ONU
Guterres, secretário-geral da ONU, disse que o evento ocorre em momento de "grande ameaça" e "caos climático" para o mundo. "Nosso mundo está arruinado pela guerra, castigado pelo caos climático, marcado pelo ódio e envergonhado pela pobreza, fome e desigualdade", disse.
“Responder aos desafios mais prementes da humanidade exige que trabalhemos juntos e revigoremos o multilateralismo inclusivo, em rede e eficaz e nos concentremos no que nos une”, disse o presidente da Assembleia Geral da ONU, Csaba Kőrösi, em discurso na semana passada para marcar o início do evento.
(Colaborou Rodrigo Caetano, de Nova York)
*Esta página será atualizada nesta terça-feira, 20, com os novos desdobramentos do discurso de Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU. Última atualização às 12h28.