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Bolsonaro diz que presidente da OMS não é médico e questiona recomendações

Presidente afirmou que responde a processo dentro e fora do Brasil e é acusado de genocídio por ter defendido uma tese diferente da organização

Jair Bolsonaro: presidente voltou a defender a manutenção dos empregos em meio à pandemia do novo coronavírus (Ueslei Marcelino/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de abril de 2020 às 20h03.

Última atualização em 23 de abril de 2020 às 20h07.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a tese de que "o desemprego e o vírus precisam ser combatidos juntos" e afirmou, durante transmissão ao vivo, que "se a renda cair, a morte chega mais cedo". Segundo Bolsonaro, "está na casa de milhões o número de pessoas que perderam emprego formal". O presidente também afirmou que o "emprego vem sendo destruído desde lá trás".

"Entre o Brasil, que tem uma renda per capita e uma economia, e um país pobre, de um outro continente, o africano, por exemplo, a expectativa de vida é maior aqui ou lá de Zimbábue?", perguntou Bolsonaro ao presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, que participava da transmissão. "É maior aqui", respondeu Guimarães. "Por quê? Porque tem a renda maior", emendou Bolsonaro.

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"Eu estou respondendo a processo dentro e fora do Brasil e sendo acusado de genocídio por ter defendido uma tese diferente da OMS. O pessoal fala tanto em seguir a OMS, né? O diretor-presidente da OMS é médico? Não é médico", afirmou Bolsonaro.

Auxílio emergencial

Ao lado do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, Bolsonaro ainda disse que o governo deve levar mais 10 dias para processar todos os cadastros para recebimento do auxílio emergencial.

"Esse pente fino que está sendo feito, mais uns 10 dias deve chegar a um ponto final. Antes de completar os 30 dias do recebimento da primeira parcela vai começar a pagar a segunda", prometeu o presidente da República.

Segundo Bolsonaro, mais de 33 milhões de pessoas já receberam o auxílio emergencial e 45 milhões fizeram cadastro, número maior do que o que o governo esperava inicialmente.

Já Pedro Guimarães garantiu que o governo vai respeitar a lei para fazer os pagamentos, sem que incorra no risco de cometer uma "pedalada fiscal" para pagar o benefício.

"Não há a menor possibilidade deste governo realizar um pagamento sem que tenha dinheiro e esteja no orçamento. Existe dinheiro para a primeira parcela, na verdade pra todas, mas como tivemos um número muito maior de pessoas cadastradas do que qualquer um imaginava, vai ter que aumentar o valor do orçamento", explicou o presidente da Caixa.

Moro

Até o encerramento da sua transmissão de vídeo semanal no Facebook, Bolsonaro não citou o ministro da Justiça, Sérgio Moro. A ameaça de demissão de Moro movimentou o noticiário durante a tarde.

O ministro teria ameaçado deixar o cargo depois de o presidente Bolsonaro manifestar intenção de trocar o comando da Polícia Federal (PF). No Twitter, o nome de Moro ainda está entre os assuntos mais comentados e já acumula mais de 430 mil menções nesta quinta-feira.

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