Presidente Jair Bolsonaro em Davos (Arnd Wiegmann/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de fevereiro de 2020 às 16h17.
São Paulo - O presidente Jair Bolsonaro usou sua conta no Twitter neste sábado, dia 1º, para destacar parcerias comerciais negociadas recentemente e a possível entrada de recursos vindos da Suíça, após a apresentação de projetos na ordem de 320 bilhões de reais feita pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, durante o Fórum Econômico Mundial de Davos.
"O ministro Guedes, na Suíça, apresentou possibilidades de investimentos em torno dos 320 bilhões de reais. O primeiro-ministro indiano Narendra Modi anunciou que parcerias com o Brasil poderão chegar aos 50 bilhões de dólares até 2022", diz a publicação do presidente da República.
O tuíte vem acompanhado por uma imagem que faz referência à missão do governo nacional na Índia em janeiro. "Um dos maiores números de acordos assinados por um presidente brasileiro numa visita oficial, 15 no total. Assim, Brasil e Índia botam sua relação em outro nível", diz o texto da imagem.
Na Suíça, Guedes teve um encontro com 20 grandes investidores para apresentar o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Foram escolhidos para a apresentação os 115 projetos já estruturados ou ainda em fase de estudo que compõem a carteira para 2020 e 2021, que equivalem a 320 bilhões de reais, sendo 264,1 bilhões em investimentos e outros 55,5 bilhões em privatizações.
Isso inclui o leilão de 5G, cuja consulta pública será aberta em fevereiro, no qual Estados Unidos e China estão envolvidos numa disputa por causa da nova tecnologia.
De acordo com o governo, o edital e o leilão estão previstos para o segundo semestre deste ano. As estimativas iniciais de valor da outorga (taxa paga para explorar a concessão pública) mais os investimentos ficam em torno de 20 bilhões de reais.
Guedes também apresentou a carteira com 11 ferrovias, 22 aeroportos divididos em três blocos, 19 rodovias, além da privatização de empresas como Eletrobras, Nuclep, Casa da Moeda e estudos para a desestatização da Telebras e Correios.
Quanto à missão junto ao governo indiano, a imagem usada por Bolsonaro no tuíte cita o resultado das 15 negociações, como memorandos de entendimento nas áreas de bioenergia, saúde, recursos minerais, intercâmbio cultural, acordo para facilitação de investimentos e declaração conjunta no campo da pecuária e produção leiteira.
Vale destacar que um dos principais pleitos do agronegócio levados pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, à Índia não foi atendido: a redução nas tarifas para a importação de carnes. Embora aberto para o frango brasileiro, o mercado indiano impõe tarifas de 30% para produtos inteiros, 100% para cortes de frangos e 27% para suínos.