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Bolsonaro considera "difícil" implementação de juiz de garantias

Medida foi aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente, mas tem sido alvo de críticas de apoiadores do ministro Moro, que recomendou o veto

Jair Bolsonaro: presidente sancionou a medida mesmo com recomendação contrária do juiz Sérgio Moro (Adriano Machado/Reuters)
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Reuters

Publicado em 2 de janeiro de 2020 às 20h40.

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira que avalia como "difícil" a implementação do juiz de garantias, medida aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada por ele, mas que vem sendo alvo de críticas de apoiadores do ministro da Justiça, Sergio Moro, que recomendou que Bolsonaro vetasse a proposta.

"Eu acho difícil a implementação do juiz de garantia. O problema está lá com o Judiciário, está lá com o Legislativo e vai ser decidido. Vai levar anos para ser decidida essa questão aí. Anos", afirmou Bolsonaro em sua transmissão semanal ao vivo em uma rede social.

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Apesar da avaliação, o presidente defendeu a criação do juiz de garantias, que será responsável por acompanhar a investigação e garantir que o devido processo legal esteja sendo seguido antes que o caso seja julgado por um outro magistrado.

A criação do juiz de garantia tem sido alvo de críticas dos que consideram que atrapalharia o combate à corrupção, como o realizado pela operação Lava Jato.

Alguns dos contrários à medida apontaram que ela foi sancionada por Bolsonaro para beneficiar o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), seu filho, que é alvo de uma investigação sobre suposto desvio de recursos de salários de assessores quando era deputado estadual no Rio de Janeiro. Bolsonaro já havia negado anteriormente que a sanção visasse beneficiar o filho.

"O juiz de garantia, na minha análise, não é isso que a crítica bota para fora. Você tem que se colocar na situação das pessoas que algumas vezes encontra lá na base --em todas as profissões temos nossos bons e maus-- cai na mão de um mau e fica complicado", afirmou.

Tanto o senador quanto o presidente já criticaram o Ministério Público estadual do Rio de Janeiro, que investiga Flávio, assim como o juiz responsável pelo caso.

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