Entrevista coletiva: mesa estava montada com o nome dos participantes e já havia live preparada no site do Fórum (Carlos Cauti/Exame)
Clara Cerioni
Publicado em 23 de janeiro de 2019 às 13h08.
Última atualização em 23 de janeiro de 2019 às 15h07.
São Paulo — O presidente Jair Bolsonaro cancelou de forma repentina uma coletiva de imprensa marcada para esta quarta-feira (23), no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
Com início previsto para às 13 horas (horário de Brasília), a entrevista foi desmarcada cerca de meia hora antes.
O espaço já estava montado e também contaria com a presença de Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores, Paulo Guedes, da Economia, e Sergio Moro, da Justiça e Segurança Pública.
Sem Bolsonaro, os nomes dos outros ministros foram retirados da plenária.
A organização do Fórum foi pega de surpresa, já que a equipe do presidente não avisou sobre a desistência.
Após 15 minutos de atraso, a organização do encontro anunciou oficialmente que a coletiva de imprensa havia sido cancelada. A equipe não soube informar os motivos que levaram à não-realização da conferência e pediu para os jornalistas falarem diretamente com o governo brasileiro.
Assessores de Bolsonaro explicaram apenas que a coletiva foi cancelada e há rumores de que o motivo foi por "comportamento anti-profissional da imprensa" que acompanha a cobertura do Fórum. A equipe não forneceu mais detalhes.
O Itamaraty já divulgou a nova agenda de Bolsonaro sem a entrevista.
No site do Fórum Econômico Mundial uma live stream já estava preparada para transmitir a coletiva de Bolsonaro.
A imprensa estrangeira questionou repórteres do Brasil sobre ser "incomum que um chefe de Estado ou governo não dê nenhuma entrevista coletiva em Davos".
A curiosidade em torno do presidente brasileiro é grande, principalmente num contexto em que grandes lideranças mundiais, como Donald Trump e Xi Jinping, não comparecerão ao evento, que reúne cerca 3 mil pessoas.
O grande ponto entre os profissionais da imprensa é se a decisão de Bolsonaro tem relação com a crise envolvendo o seu filho, o deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
(Com Estadão Conteúdo)