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BNDES quer capitalização e aguarda maior crédito privado

Banco pretende reduzir seu tamanho para atrair o setor privado

O BNDES já gastou R$ 140,9 bi neste ano, com R$ 41,5 bi destinados à indústria (Fábio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)
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Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2010 às 08h20.

Rio de Janeiro/Brasília - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social negocia com o Ministério da Fazenda a obtenção de mais recursos para reforçar seu capital, disse o presidente da instituição, Luciano Coutinho.

Coutinho também disse as medidas do governo para estímulo ao financiamento privado de longo prazo devem sair no fim deste mês, após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltar de Seul onde participará da reunião do grupo dos 20. Se forem bem sucedidas, o BNDES pode reduzir seu tamanho. O banco não quer deixar faltar recurso para o investimento.

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“Não adianta recuar sem criar condições para o setor privado ocupar este espaço”, disse Coutinho ontem em entrevista coletiva no Rio de Janeiro. “Se não, quem vai pagar é o investimento.”

Coutinho disse que os desembolsos do banco somaram R$ 116,1 bilhões de janeiro a outubro deste ano, sendo R$ 41,5 bilhões referentes à indústria, e totalizaram R$ 146 bilhões nos 12 meses até outubro, nível que ele prevê para o fechamento do ano. Estes números descontam a operação com a oferta da Petróleo Brasileiro SA, que Coutinho considerou “extraordinária”.

Incluindo a Petrobras, o banco liberou R$ 170,8 bilhões em 12 meses até outubro e R$ 140,9 bilhões em 2010 até o mês passado, segundo seu website.

Capitalização

Desde o ano passado, o Tesouro Nacional emprestou R$ 205 bilhões ao BNDES, o equivalente a cerca de 75 por cento do total de crescimento da dívida federal doméstica no mesmo período. O Tesouro também transferiu para o BNDES R$ 4,5 bilhões em ações da Petrobras para o banco.

Não há um valor específico pedido pelo BNDES à Fazenda para a capitalização, de acordo com o diretor do banco, Elvio Gaspar. “Todo banco sempre quer aumentar o seu capital”, disse ele. Segundo o diretor, o banco está confortável em relação às exigências regulamentares de Basileia e a capitalização é para “crescimento futuro” do banco.

Coutinho, 64, não quis comentar se vai se tornar ministro no governo da presidente eleita Dilma Rousseff. O presidente do BNDES foi professor de Dilma quando ela fez a graduação em Economia na Universidade de Campinas.

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