Bastidores: governo avalia como "acertada" decisão de Moraes de suspender o X
A determinação no Palácio do Planalto, entretanto, é de que ministros e demais autoridades não entrem em polêmicas sobre a determinação do STF
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 30 de agosto de 2024 às 18h06.
Última atualização em 3 de setembro de 2024 às 15h47.
Ministros e auxiliares diretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ouvidos reservadamente pela EXAME afirmaram que a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal ( STF ), de suspender o funcionamento doX(antigo Twitter) no Brasil foi "acertada".
Para os políticos e técnicos da gestão petista, o bilionário Elon Musk desrespeita as leis brasileiras e o próprio Judiciário. Entretanto, a ordem do Palácio do Planalto é que as autoridades não entrem em polêmicas.
"Há uma cruzada de um bilionário do setor de tecnologia contra um ministro do STF. Entretanto, as leis precisam ser respeitadas. A suspensão é acertada e deve vigorar até que as decisões anteriores sejam cumpridas. As multas precisam ser pagas e um representante legal no país precisa ser constituído", afirmou um ministro do governo.
Ministros são orientados a não entrar em polêmicas
Apesar de concordarem com a decisão de Moraes, a tendência é que o tema fique restrito ao Judiciário. A determinação do Palácio do Planalto é de que o tema não seja abordado em entrevistas e em comentários públicos. O governo não quer mais desgaste ou acirrar o clima já beligerante com os bolsonaristas. "Esse assunto é do Judiciário e não do governo", disse um ministro.
A tendência é que os comentários sobre o assunto se restrinjam ao presidente Lula. Em entrevista a uma rádio da Paraíba nesta sexta-feira, 30, o presidente afirmou que as leis precisam ser respeitadas por todos.
"Não é porque o cara tem muito dinheiro que o cara pode desrespeitar. Esse cidadão é um cidadão americano, ele não é um cidadão do mundo. Ele não pode ficar ofendendo os presidentes, ofendendo os deputados, ofendendo Senado, ofendendo a Câmara, ofendendo a Suprema Corte", disse Lula.