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Base ainda segura as pontas para Temer após Geddel, diz analista

Rodrigo Maia e Renan Calheiros já afirmaram que não veem motivos para abrir um processo de impeachment contra Temer. Entenda

Para analista, o presidente Michel Temer ainda pode contar com o apoio da base mesmo sem Geddel (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

Para analista, o presidente Michel Temer ainda pode contar com o apoio da base mesmo sem Geddel (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 25 de novembro de 2016 às 18h02.

Última atualização em 25 de novembro de 2016 às 18h06.

São Paulo – Mesmo sem o ex-ministro Geddel Vieira Lima, um de seus principais articuladores políticos, na linha de frente, o presidente Michel Temer (PMDB) não deve ter, por ora, dores de cabeça para aprovar medidas econômicas ou encarar um eventual processo de impeachment no curto prazo, segundo análise de Marcelo Issa, sócio da consultoria Pulso Público.

De acordo com o especialista, o líder do governo no Senado, Romero Jucá,  deve segurar as pontas da articulação política do governo no Congresso pelo menos até a votação da PEC do Teto no Senado, em dezembro. Ao mesmo tempo, na opinião de Issa, o presidente da Casa, Renan Calheiros, estaria muito fragilizado “para criar caso com o governo”.

Nesse contexto, o especialista avalia que os pedidos de impeachment já prometidos pela oposição não devem prosperar.

“O impeachment tem um componente político, não é só jurídico. É possível que, apesar do cometimento de um crime, por uma decisão política, [o acusado] não seja penalizado”, afirma Issa.

Pelo menos por enquanto, Temer parece ter intacto – embora levemente estremecido – o apoio político necessário para aprovar medidas de seu interesse e, quiçá, engavetar um eventual pedido de impeachment.

Há pouco, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já declarou que não via qualquer razão para abrir um processo contra Temer. Renan Calheiros também tem adotado discurso no mesmo tom.

Em tempo: essa análise muda dependendo do teor do depoimento de Marcelo Calero, ex-ministro da Cultura, sobre o ministro-chefe da Casa Civil, Elizeu Padilha – cujo diálogo com o antigo colega de governo sobre o caso Geddel também teria sido gravado e devidamente relatado à Polícia Federal.

Segundo EXAME.com apurou, a meta do governo por ora é acelerar a escolha de um novo ministro para Secretaria de Governo. Novo nome deve ser anunciado nos próximos dias.

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