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Barroso vê "ataque criminoso" às comunicações de Moro e Deltan

Ministério Público arquivou o processo que investigava as supostas mensagens entre o então juiz e procuradores da Operação Lava Jato

Barroso: ministro do STF disse que ataque criminoso ocorreu "sem dúvidas" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Barroso: ministro do STF disse que ataque criminoso ocorreu "sem dúvidas" (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de junho de 2019 às 19h07.

São Paulo - O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta sexta-feira, 28, que "não tem nenhuma dúvida" de que houve um "ataque criminoso" às comunicações do ex-juiz da Operação Lava Jato Sergio Moro e ao coordenador da força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná, Deltan Dallagnol.

"Certamente ocorreu ataque criminoso", disse o ministro. "Certamente, não tem nenhuma dúvida."

Desde 9 de junho estão sendo divulgados pelo site The Intercept diálogos atribuídos a Moro, a Deltan e seus colegas da força-tarefa da Lava Jato. O site afirma que recebeu o material de "fonte anônima".

As mensagens indicam suposto "ajuste" entre magistrado e Procuradoria no âmbito da execução de fases da Lava Jato.

O teor das supostas conversas entre Moro e Deltan abriu caminho para a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ir ao Supremo com pedido de suspeição do ex-juiz. Nesta semana, a Corte, por 3 votos a 2, manteve o petista na prisão da Lava Jato - Lula cumpre pena na ação do triplex do Guarujá desde abril de 2018.

Nesta quinta-feira, 27, o corregedor nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel Moreira, decretou o arquivamento de representação disciplinar contra Deltan.

O corregedor destruiu a tese de "conluio" entre magistrado e procurador e anotou que não há nada de ilícito nas conversas. Ressaltou que os diálogos são "prova estéril".

Nesta sexta-feira, indagado se o conteúdo dos diálogos atribuídos a Moro e a Deltan não deve ser levado em conta, o ministro Barroso disse. "Estou no momento prévio do ataque criminoso. Eu sou juiz, juiz fala ao final da apuração, não no início."

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