Brasil

Assessor de Marina prevê baixo crescimento em 2015

Segundo Alexandre Rands, próximo governo terá que enfrentar crescimento baixo por conta da necessidade de um ajuste fiscal grande

Marina Silva (PSB) na Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (Anec), em Brasília (Ueslei Marcelino)

Marina Silva (PSB) na Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (Anec), em Brasília (Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2014 às 09h40.

Rio de Janeiro - O próximo governo brasileiro terá que enfrentar crescimento econômico baixo por conta da necessidade de fazer um ajuste fiscal "grande", disse nesta quarta-feira o economista Alexandre Rands, um dos assessores econômicos da candidata à Presidência da República do PSB, Marina Silva.

Segundo ele, além do ajuste fiscal forte, o próximo governo terá que reajustar preços de gasolina e energia, atualmente represados pelo governo federal.

"Isso tudo gera incertezas... No primeiro ano, vai ter um crescimento baixo, porque você vai precisar de um ajuste fiscal grande e acomodação de preços relativos", disse Rands a jornalistas em evento no Rio de Janeiro.

Ele avaliou, contudo, que uma eventual vitória de Marina pode gerar expectativa positiva e fazer com que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 1,5 por cento no próximo ano, ante previsão de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central de expansão de 1 por cento.

Para este ano, a previsão das instituções financeiras é de crescimento de 0,3 por cento e do governo, de 0,9 por cento.

"Não vamos ter pelo menos o setor público federal jogando contra o crescimento como vem jogando hoje. Hoje o governo federal atrapalha o crescimento", disse o economista.

A partir de 2016, feito o ajuste fiscal, o Brasil poderá voltar a crescer a taxas "razoáveis", na casa dos 3 por cento, disse.

"Não esperem em 2016 nada como 5 ou 6 por cento, porque não há condições para isso."

Rands acrescentou que o ideal seria uma elevação do superávit primário para entre 2,5 e 3 por cento do PIB para ajustar as contas públicas. Mas diante de um crescimento baixo, ele reconhece que só seria viável um superávit de 2 por cento do PIB.

O atual governo persegue uma meta de superávit fiscal equivalente a 1,9 por cento do PIB neste ano, mas dificilmente conseguirá atingir o objetivo sem manobras fiscais.

"Se chegar a 2 por cento, já vamos estar fazendo um grande serviço e, se fizer isso com planejamento de longo prazo e mostrando como você pode equilibrar as contas, será possível começar a ter um crescimento melhor e controlar a inflação", disse, ao afirmar que esta é uma questão que ainda está em aberto dentro do programa de governo de Marina.

O economista também defendeu que, em um eventual governo Marina, os leilões de concessões tenham como prioridade a modicidade tarifária e a melhoria da qualidade dos serviços.

Na sua avaliação, o governo da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, utiliza os leilões para fazer caixa.

Rands defendeu ainda que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central volte a adotar a política de viés para a taxa básica de juros, para dar mais agilidade no combate à inflação.

Ele disse ser pessoalmente favorável à elevação da meta de inflação acompanhada da redução da banda de tolerância, atualmente em 2 pontos para cima e para baixo.

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