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Após feriado, internações de covid-19 no estado de SP aumentam 18%

Crescimento nas internações coincidiu com 2 semanas após o feriado de Finados, em que várias aglomerações foram registradas, sobretudo na Baixada Santista

 (Getty/Getty Images)

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Gilson Garrett Jr

Publicado em 16 de novembro de 2020 às 14h18.

Última atualização em 16 de novembro de 2020 às 14h22.

O governo de São Paulo disse, nesta segunda-feira, 16, que houve um aumento no número de internações de pessoas com a covid-19 em leitos de enfermaria e de UTI em todo o estado. De acordo com dados da Secretaria da Saúde, a média diária de internações em leitos de enfermaria e UTI na última semana ficou em 1.009 novas solicitações. Isso representa um crescimento de 18%, se comparado com a semana anterior.

Apesar do aumento, a taxa ainda está inferior ao registrado no pico da pandemia, em julho, quando havia quase 2.000 novas internações diárias em hospitais públicos e privados.

Segundo a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen, o aumento foi sentido de forma igual em todas as unidades de saúde do estado e oscilou entre 14% e 18%.

Esse crescimento nas internações coincidiu com duas semanas após o feriado de Finados, em que várias aglomerações foram registradas, principalmente na Baixada Santista. De acordo com especialistas em Saúde, a covid-19 normalmente se manifesta em até 14 dias após a exposição com o vírus.

(Governo de SP/Reprodução)

Na semana passada, reportagem de EXAME mostrou que a região metropolitana da capital paulista atingiu a maior média móvel de novas internações por covid-19 em um mês: 579. A média leva em conta os últimos sete dias. Apenas nesta quinta-feira, 12, foram 595 novas internações. O número só foi maior que o do dia 11 de outubro, quando a média estava em 587.

Na ocasião, a equipe que integra o Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo afirmou que que não havia aumento de internações pela doença em hospitais públicos ou privados de São Paulo. O governo, no entanto, demonstrou preocupação sobre uma possível nova onda de coronavírus.

Na última atualização do governo do estado, do domingo, 15, a média diária de internações estava em 627 na Grande São Paulo. A taxa de ocupação de leitos de UTI ficou em 47% na região metropolitana da capital paulista, e em 42% em todo o estado.

São Paulo tem um total de 1.168.640 casos confirmados e 40.456 mortes causadas pela covid-19.

Aumento foi sentido primeiro em hospitais privados

O aumento nas internações, registrado pelo governo estadual, endossa o que está sendo percebido principalmente em hospitais privados da capital paulista. No Hospital Sírio-Libanês, por exemplo, o pico de pessoas internadas foi em abril, com cerca de 120 pacientes. Agora, voltou a subir para o mesmo patamar, oscilando nos dois últimos meses entre 80 e 110 pacientes.

O Hospital do Coração (HCor) aponta que já registrou 36 internações até a última terça-feira, 10, e que, caso se mantenha esse ritmo, o total para o mês vai ultrapassar os casos de outubro (67) e os de setembro (82).

Governo de SP adia atualização da quarentena

O governo de São Paulo decidiu adiar a reclassificação da quarentena no estado, que estava prevista para esta segunda-feira, 16. De acordo com o governo, um problema no sistema do Ministério da Saúde que compila todos os dados da pandemia, identificado na semana passada, motivou a alteração. A previsão é fazer uma nova avaliação no dia 30 de novembro.

“A pane do Ministério da Saúde afetou a atualização de dados de todo o Brasil. Estamos adiando para o dia 30 de novembro, uma medida de cautela, quando tivermos todos os indicadores disponíveis. Se fosse hoje, a maioria das regiões seria promovida para a fase verde. O momento requer precaução, cautela e cuidado”, explicou o governador de São Paulo João Doria (PSDB), em entrevista coletiva nesta segunda-feira.

O Ministério da Saúde reconheceu a falha no sistema, que afetou a atualização de dados por vários dias. O secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, disse que a pasta encontrou indícios de que foi alvo de uma tentativa de ataques cibernéticos, o que a levou a bloquear o acesso às suas redes para garantir a segurança dos dados.

 

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