Após eleição de Picciani, ala insatisfeita do PMDB resiste
“Vamos continuar sendo dissidentes, defendendo que o PMDB saia do governo e vamos continuar trabalhando pelo impeachment"
Da Redação
Publicado em 18 de fevereiro de 2016 às 14h58.
Mesmo com a recondução do deputado Leonardo Picciani (RJ) à liderança do PMDB na Câmara , com 37 dos 71 votos, a ala insatisfeita do partido promete manter resistência.
Darcísio Perondi (RS), um dos deputados que defenderam na eleição de ontem (17) a troca no comando da bancada, afirmou hoje (18) que a divisão dentro da legenda será levada inclusive à convenção do partido, marcada para 12 de março.
“Vamos continuar sendo dissidentes, defendendo que o PMDB saia do governo e vamos continuar trabalhando pelo impeachment [da presidenta Dilma Rousseff]”, afirmou.
O deputado explicou que o grupo que defendia a eleição de Hugo Motta (PB), concorrente de Picciani, amarga a derrota, com diferença de sete votos.
“O jogo foi muito pesado. Fomos incompetentes. Perdemos por competência do outro lado, da prefeitura do Rio de Janeiro e do Palácio do Planalto”, completou, ao mencionar o retorno de titulares que ocupavam cargos no Executivo e foram exonerados para participar das eleições, como Marcelo Castro, que deixou momentaneamente o Ministério da Saúde para poder votar na escolha do líder do PMDB.
Em janeiro, as duas alas do PMDB chegaram a um acordo em relação à questão que acabou criando toda a divisão no partido: a formação da comissão especial que analisará o processo de impeachment da presidenta Dilma.
Picciani comprometeu-se a entregar uma lista equilibrada. Para Perondi esta será um dos momentos decisivos que o líder enfrentará este ano.
“Se ele quiser mesmo a unificação da bancada, como disse ele, terá que comportar o [grupo] perdedor”, cobrou.
Picciani confirmou o compromisso. No Salão Verde, ao lado de Perondi, garantiu que a lista do partido, com oito indicações, será equilibrada.
“A comissão do impeachment contemplará todas as correntes de pensamento: os favoráveis, os contrários e os que ainda não manifestaram opinião. Em relação às comissões permanentes, os deputados recebem um formulário em que marcam suas preferências. Conseguimos atender a mais de 90% desses pleitos. Não vejo dificuldade.”
Perguntado sobre a convenção do PMDB, Picciani disse que o partido está buscando unidade partidária. “Talvez consiga chegar a um cenário em que não haja disputa. Esse é o melhor dos cenários”, afirmou.
O líder da legenda na Câmara não acredita que a ruptura com o governo, defendida pela outra ala do PMDB, entre na pauta do encontro.
“Na maioria dos convencionais não há um desejo de discutir este tema neste momento.”
Reforma da Previdência
Picciani ainda defendeu que a Câmara se debruce sobre pontos considerados estratégicos pelo governo, como a reforma da Previdência.
“Há um sentimento geral de que a reforma é estruturante para o país e precisa ser feita. É preciso que Executivo envie o projeto para que a gente discuta o mérito da proposta. Mas que é preciso mexer não resta dúvida, e a situação do país, dos municípios e dos estados demonstra isto.”
Do lado do PT, a posição sobre a reforma ainda não é tão certa. O partido da presidente Dilma deve se reunir na próxima semana para tentar um consenso sobre a proposta.
“O PT é o partido da presidente. O Brasil precisa fazer essa reforma. Até o PSDB deu sinais de que pode votar, se o PT fechar questão a favor da reforma da Previdência”, afirmou o vice-líder do governo, Silvio Costa (PSC-PE).
“Quero perguntar ao PT se ele quer ajudar a presidente Dilma e o país ou quer fazer demagogia, porque o partido sabe que a reforma da Previdência é numa visão de futuro e que não vamos mexer em direitos adquiridos do trabalhador. Cobro do PT que seja aliado”, acrescentou Costa, visivelmente irritado.
Mesmo com a recondução do deputado Leonardo Picciani (RJ) à liderança do PMDB na Câmara , com 37 dos 71 votos, a ala insatisfeita do partido promete manter resistência.
Darcísio Perondi (RS), um dos deputados que defenderam na eleição de ontem (17) a troca no comando da bancada, afirmou hoje (18) que a divisão dentro da legenda será levada inclusive à convenção do partido, marcada para 12 de março.
“Vamos continuar sendo dissidentes, defendendo que o PMDB saia do governo e vamos continuar trabalhando pelo impeachment [da presidenta Dilma Rousseff]”, afirmou.
O deputado explicou que o grupo que defendia a eleição de Hugo Motta (PB), concorrente de Picciani, amarga a derrota, com diferença de sete votos.
“O jogo foi muito pesado. Fomos incompetentes. Perdemos por competência do outro lado, da prefeitura do Rio de Janeiro e do Palácio do Planalto”, completou, ao mencionar o retorno de titulares que ocupavam cargos no Executivo e foram exonerados para participar das eleições, como Marcelo Castro, que deixou momentaneamente o Ministério da Saúde para poder votar na escolha do líder do PMDB.
Em janeiro, as duas alas do PMDB chegaram a um acordo em relação à questão que acabou criando toda a divisão no partido: a formação da comissão especial que analisará o processo de impeachment da presidenta Dilma.
Picciani comprometeu-se a entregar uma lista equilibrada. Para Perondi esta será um dos momentos decisivos que o líder enfrentará este ano.
“Se ele quiser mesmo a unificação da bancada, como disse ele, terá que comportar o [grupo] perdedor”, cobrou.
Picciani confirmou o compromisso. No Salão Verde, ao lado de Perondi, garantiu que a lista do partido, com oito indicações, será equilibrada.
“A comissão do impeachment contemplará todas as correntes de pensamento: os favoráveis, os contrários e os que ainda não manifestaram opinião. Em relação às comissões permanentes, os deputados recebem um formulário em que marcam suas preferências. Conseguimos atender a mais de 90% desses pleitos. Não vejo dificuldade.”
Perguntado sobre a convenção do PMDB, Picciani disse que o partido está buscando unidade partidária. “Talvez consiga chegar a um cenário em que não haja disputa. Esse é o melhor dos cenários”, afirmou.
O líder da legenda na Câmara não acredita que a ruptura com o governo, defendida pela outra ala do PMDB, entre na pauta do encontro.
“Na maioria dos convencionais não há um desejo de discutir este tema neste momento.”
Reforma da Previdência
Picciani ainda defendeu que a Câmara se debruce sobre pontos considerados estratégicos pelo governo, como a reforma da Previdência.
“Há um sentimento geral de que a reforma é estruturante para o país e precisa ser feita. É preciso que Executivo envie o projeto para que a gente discuta o mérito da proposta. Mas que é preciso mexer não resta dúvida, e a situação do país, dos municípios e dos estados demonstra isto.”
Do lado do PT, a posição sobre a reforma ainda não é tão certa. O partido da presidente Dilma deve se reunir na próxima semana para tentar um consenso sobre a proposta.
“O PT é o partido da presidente. O Brasil precisa fazer essa reforma. Até o PSDB deu sinais de que pode votar, se o PT fechar questão a favor da reforma da Previdência”, afirmou o vice-líder do governo, Silvio Costa (PSC-PE).
“Quero perguntar ao PT se ele quer ajudar a presidente Dilma e o país ou quer fazer demagogia, porque o partido sabe que a reforma da Previdência é numa visão de futuro e que não vamos mexer em direitos adquiridos do trabalhador. Cobro do PT que seja aliado”, acrescentou Costa, visivelmente irritado.