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Após 50 dias, alunos da USP Leste encerram greve

Eles estavam em greve para pedir a descontaminação do câmpus e a escolha de um novo diretor


	USP Leste: de acordo com os alunos, grupos de trabalho foram criados para acompanhar o processo de despoluição do câmpus e a eleição de um novo diretor
 (USP Imagens)

USP Leste: de acordo com os alunos, grupos de trabalho foram criados para acompanhar o processo de despoluição do câmpus e a eleição de um novo diretor (USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2013 às 12h52.

São Paulo - Alunos, professores e funcionários do câmpus Ermelino Matarazzo da Universidade de São Paulo (USP Leste) decidiram por fim à greve de 50 dias na unidade nesta terça-feira, 29. As atividades foram retomadas nesta quarta-feira, 30.

Desde 10 de setembro, eles estavam em greve para pedir a descontaminação do câmpus, autuado em agosto pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado (Cetesb), por descumprimento de exigências de meio ambiente, e a escolha de um novo diretor para a unidade, interinamente comandada pelo professor Edson Leite.

A decisão foi tomada após reunião pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), que contou com a presença do presidente da Cetesb, Otávio Okano, e representantes da Superintendência do Espaço Físico da USP.

A Cetesb analisa o plano de trabalho apresentado há duas semanas pela USP para descontaminar o câmpus na zona leste. A assessoria da USP Leste afirmou que as aulas foram retomadas nesta quarta-feira e que a universidade aguarda o parecer do órgão.

De acordo com os alunos, grupos de trabalho de estudantes, professores e funcionários foram criados para acompanhar o processo de despoluição do câmpus e a eleição de um novo diretor, que deve ocorrer no dia 19.

"Todas as exigências não foram atendidas ainda, mas conseguimos mais transparência nos documentos ambientais apresentados, a criação dos grupos de trabalho e o afastamento do diretor. Vamos continuar acompanhando e realizando assembleias. semanalmente", afirmou a estudante Mariana Rocha Oliveira, de 23 anos, aluna de gestão de políticas públicas.


Exigências

A USP Leste não cumpriu 11 exigências de controle e despoluição do solo e, em agosto, foi autuada pela Cetesb. Por estar na várzea do Rio Tietê, toda a área ocupada pela unidade apresenta poluição de solo por gás metano, inflamável.

Depois de parte do terreno ser interditada com placas, que informavam haver "contaminantes com riscos à saúde", os alunos, professores e funcionários decidiram entrar em greve em 10 de setembro.

Em 2 de outubro, os alunos ocuparam o prédio da administração da USP Leste, em protesto. A reintegração foi determinada no dia 10, pela juíza Carmen Fernandez Teijeiro e Oliveira, da 5ª Vara da Fazenda Pública.

Na ocasião, Carmen afirmou que a pauta dos estudantes era legítima, mas disse que a ocupação do prédio prejudicava o funcionamento da universidade.

Em 15 de outubro, estudantes e a direção se reuniram na USP Leste para negociar a saída do prédio sem a necessidade de intervenção da Polícia Militar (PM). Não houve acordo. No dia 19, o Batalhão de Choque da PM realizou a reintegração de posse do prédio. A ação aconteceu de surpresa, entre 5 horas e 6h15, segundo a PM. Um oficial de Justiça acompanhou a saída de 31 estudantes do local. Ninguém foi detido.

Nesta terça-feira, os alunos puseram fim à greve, mas afirmam que continuarão monitorando o processo de descontaminação do solo e as eleições para a direção da unidade. A Cetesb analisa o plano de trabalho apresentado há duas semanas pela USP para descontaminar o câmpus na zona leste.

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