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Apoiado por Luciano Huck, RenovaBR foge de polêmicas ideológicas

Ao menos na próxima eleição, o grupo não vai investir no treinamento para a cadeira hoje ocupada pelo presidente Michel Temer

RenovaBR: o grupo já ganhou o apoio de famosos, como o apresentador Luciano Huck e o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga (Luciano Huck/Instagram/Reprodução)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de outubro de 2017 às 10h03.

Última atualização em 16 de dezembro de 2019 às 19h23.

Brasília - Construir uma candidatura em tempos de Lava Jato não é tarefa fácil, mas, à procura de talentos desconhecidos, o movimento RenovaBR começa a chamar a atenção na busca de nomes para disputar as eleições de 2018 .

Idealizado pelo empresário Eduardo Mufarej, o grupo já ganhou o apoio de famosos, como o apresentador Luciano Huck e o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, e vai oferecer cursos de formação para jovens que desejam entrar na política.

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A ideia é preparar potenciais candidatos para os cargos de deputado federal e estadual. Ao menos na próxima eleição, porém, o RenovaBR não vai investir no treinamento para a cadeira hoje ocupada pelo presidente Michel Temer.

"O nosso foco é o Legislativo, mas não se trata de um movimento nem de direita, nem de esquerda", disse Mufarej, mentor do projeto e sócio da Tarpon Investimentos. "Queremos tentar aproximar o Brasil, e não dividir. Existe gente competente nos diferentes espectros ideológicos."

Desde o último dia 7, o RenovaBR recebeu 600 interessados em participar de suas aulas. As inscrições terminam no fim deste mês e serão escolhidos até 150 participantes para o programa.

Deste total, o grupo acredita que poderá lançar cerca de cem candidatos a deputado - a maioria a federal -, em 2018. Há também um esforço para que mais mulheres entrem na corrida eleitoral.

Os selecionados receberão ajuda de custo equivalente a uma bolsa de estudo - de janeiro a junho de 2018 - para se dedicar ao aprimoramento político. As disciplinas oferecidas estão ancoradas em temas como ética, democracia, funcionamento do Estado, planejamento, estratégia e liderança.

Além de Luciano Huck - também padrinho do movimento Agora! - e de Armínio Fraga, o empresário Abílio Diniz é outro entusiasta do RenovaBR. Dos 60 voluntários que integram essa rede, a maioria é composta por empresários e profissionais liberais.

Sondado por vários partidos, entre os quais o DEM e o Novo, Huck tem aparecido nas rodas políticas como possível nome ao Palácio do Planalto, mas nega que será candidato.

"Ele acredita no RenovaBR porque advoga por outra política. A gente precisa ter uma catarse, recuperar a capacidade de pensar no futuro. É nesse contexto que observamos tanto o apoio do Huck como de outras pessoas", afirmou Mufarej, também presidente do Conselho da Somos Educação e da Confederação Brasileira de Rugby.

'Bolha'

Questionado sobre o cenário de 2018 para a sucessão de Temer, o empresário foi cauteloso e não quis fazer apostas sobre nomes como Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PSC), Geraldo Alckmin (PSDB), João Doria (PSDB), Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT).

"Acho que está todo mundo vivendo numa pequena bolha, falando para si mesmo. A gente está deixando de falar sobre o que nos une e só está falando das diferenças", argumentou.

Mufarej disse, ainda, que o RenovaBR não traçou um perfil de partido com o qual quer se aproximar em 2018. Lembrou, por exemplo, que entre os inscritos para o treinamento há filiados de várias cores partidárias.

"Queremos ficar longe das falsas polêmicas sobre Estado grande e Estado pequeno. Acho que todo cidadão brasileiro quer um Estado que funcione, isso sim", insistiu ele.

Disposto a derrubar a tese de que uma mão lava a outra, Mufarej afirmou que o grupo não vai cobrar o cumprimento de uma agenda específica por parte de seus "alunos" eleitos. "Não teremos uma bancada no Congresso e eu não vou pedir a ninguém que apresente um projeto para botar o rúgbi nas escolas", brincou.

"A contrapartida que a gente espera é que a pessoa seja militante do combate à corrupção, que cumpra o mandato até o fim e que preste contas ao eleitor."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

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