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Temer encoraja investimento estrangeiro em entrevista ao WSJ

Com as dificuldades orçamentárias do governo, ele pediu a ajuda de investidores privados para dar um novo gás à moribunda economia brasileira

Temer: "a incerteza política foi contida" após o fim do processo de impeachment, disse (Ueslei Marcelino / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2016 às 15h56.

Brasília - O presidente do Brasil, Michel Temer , procurou assegurar investidores de que as incertezas políticas no país acabaram e que seu governo quer atrair o setor privado para ajudar o Brasil a sair da recessão.

Em entrevista ao Wall Street Journal , a primeira para um veículo de mídia estrangeiro desde o impeachment de Dilma Rousseff, há duas semanas, Temer afirmou que a criação de empregos é sua prioridade.

No entanto, com as dificuldades orçamentárias do governo, ele pediu a ajuda de investidores privados para dar um novo gás à moribunda economia brasileira ao financiar projetos de infraestrutura de longo prazo.

"Existe muito dinheiro no mundo", disse. Ele também espera criar postos de trabalho através de projetos de moradia e apoio aos pequenos negócios.

Sua administração de centro revelou dezenas de projetos para serem leiloados nos próximos anos, incluindo rodovias, ferrovias e usinas de eletricidade.

Ele disse esperar atrair investidores agora que o processo de impeachment acabou. "A incerteza política foi contida" após o fim do processo, disse. "E nós temos segurança jurídica. Todos os contratos serão cumpridos", disse.

Se o cenário político brasileiro irá se acalmar ou não é algo que será visto ao longo dos próximos meses. Parlamentares que apoiavam a ex-presidente Dilma Rousseff, muitos dos quais culpam Temer pela sua deposição, prometeram dificultar a vida do novo mandatário.

Na quarta-feira, 14, foram apresentadas denúncias de corrupção contra o mentor de Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que também pode galvanizar a oposição.

Lula nega todas acusações e as caracterizou como perseguição política por parte de seus adversários. Temer se recusou a comentar sobre as denúncias contra Lula.

O apoio do Congresso é crucial para Temer passar medidas impopulares de austeridades necessárias para reduzir a dívida e os déficits crescentes do governo e, assim, restaurar a confiança do investidor. Um teste-chave será feito em outubro, quando um comitê da Câmara dos Deputados deve votar um projeto de emenda impondo limites aos gastos do governo.

Uma controversa reforma da Previdência deve vir a seguir, com o projeto chegando ao Congresso ainda este ano e com votação prevista para 2017, disse Temer. "Tenho confiança na responsabilidade daqueles que ocupam um assento na legislatura", disse.

Temer sublinhou sua intenção em unificar um país profundamente dividido após anos de disputa política.

Ele afirmou que uma campanha de marketing está sendo desenvolvida para convencer eleitores de que profundas mudanças precisam ser feitas para reverter a recessão no País, que deve fazer a economia contrair 3,8% este ano.

O presidente, que faz 76 anos este mês, estará nos Estados Unidos na próxima semana para uma reunião das Nações Unidas, bem como encontros com investidores.

Ele afirmou que as relações entre o Brasil e os Estados Unidos serão "institucionais" independente de quem vença a eleição de novembro, e que o sistema de freios e contrapesos irá manter o vencedor na linha. "Nenhum presidente norte-americano pode fazer só o que quer", disse. Fonte: Dow Jones Newswires

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Brasília - O presidente do Brasil, Michel Temer , procurou assegurar investidores de que as incertezas políticas no país acabaram e que seu governo quer atrair o setor privado para ajudar o Brasil a sair da recessão.

Em entrevista ao Wall Street Journal , a primeira para um veículo de mídia estrangeiro desde o impeachment de Dilma Rousseff, há duas semanas, Temer afirmou que a criação de empregos é sua prioridade.

No entanto, com as dificuldades orçamentárias do governo, ele pediu a ajuda de investidores privados para dar um novo gás à moribunda economia brasileira ao financiar projetos de infraestrutura de longo prazo.

"Existe muito dinheiro no mundo", disse. Ele também espera criar postos de trabalho através de projetos de moradia e apoio aos pequenos negócios.

Sua administração de centro revelou dezenas de projetos para serem leiloados nos próximos anos, incluindo rodovias, ferrovias e usinas de eletricidade.

Ele disse esperar atrair investidores agora que o processo de impeachment acabou. "A incerteza política foi contida" após o fim do processo, disse. "E nós temos segurança jurídica. Todos os contratos serão cumpridos", disse.

Se o cenário político brasileiro irá se acalmar ou não é algo que será visto ao longo dos próximos meses. Parlamentares que apoiavam a ex-presidente Dilma Rousseff, muitos dos quais culpam Temer pela sua deposição, prometeram dificultar a vida do novo mandatário.

Na quarta-feira, 14, foram apresentadas denúncias de corrupção contra o mentor de Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que também pode galvanizar a oposição.

Lula nega todas acusações e as caracterizou como perseguição política por parte de seus adversários. Temer se recusou a comentar sobre as denúncias contra Lula.

O apoio do Congresso é crucial para Temer passar medidas impopulares de austeridades necessárias para reduzir a dívida e os déficits crescentes do governo e, assim, restaurar a confiança do investidor. Um teste-chave será feito em outubro, quando um comitê da Câmara dos Deputados deve votar um projeto de emenda impondo limites aos gastos do governo.

Uma controversa reforma da Previdência deve vir a seguir, com o projeto chegando ao Congresso ainda este ano e com votação prevista para 2017, disse Temer. "Tenho confiança na responsabilidade daqueles que ocupam um assento na legislatura", disse.

Temer sublinhou sua intenção em unificar um país profundamente dividido após anos de disputa política.

Ele afirmou que uma campanha de marketing está sendo desenvolvida para convencer eleitores de que profundas mudanças precisam ser feitas para reverter a recessão no País, que deve fazer a economia contrair 3,8% este ano.

O presidente, que faz 76 anos este mês, estará nos Estados Unidos na próxima semana para uma reunião das Nações Unidas, bem como encontros com investidores.

Ele afirmou que as relações entre o Brasil e os Estados Unidos serão "institucionais" independente de quem vença a eleição de novembro, e que o sistema de freios e contrapesos irá manter o vencedor na linha. "Nenhum presidente norte-americano pode fazer só o que quer", disse. Fonte: Dow Jones Newswires

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