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Da Redação
Publicado em 2 de julho de 2012 às 17h06.
Brasília – Testes feitos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostram que as próteses mamárias de silicone da marca francesa Poly Implants Prothese (PIP) usadas no Brasil têm maior facilidade de ruptura, porém não são tóxicas.
Das 306 amostras de implantes importados da marca analisada, 41% foram reprovadas no exame de resistência. Os testes revelaram ainda o uso de silicones de composição diferentes, alguns não autorizados pela Vigilância Sanitária e com alto risco de vazar e provocar inflamações.
O gel usado nos produtos da PIP, no entanto, não era tóxico, conforme constatou a Anvisa. “Elas se rompem além do que é esperado, do que é garantido quando se espera”, disse Dirceu Barbano, diretor-presidente da agência reguladora.
Os resultados obtidos pela Anvisa são semelhantes aos anunciados pelo Serviço Britânico de Saúde (NHS, na sigla em inglês) no mês passado, indicando que os implantes da marca não oferecem riscos à saúde.
Há dois anos, houve denúncias de os produtos da PIP usavam silicone industrial, tinham alto risco de rompimento e poderiam causar câncer. Na época, em vários países, como na França, onde ficava a sede da empresa, mulheres foram orientadas a retirar as próteses da marca. No ano passado, a Justiça decretou a prisão do dono da PIP.
Diante do escândalo mundial, a Anvisa proibiu a importação e venda das próteses mamárias da PIP no país. Ficou acertado que o Sistema Único de Saúde (SUS) e os planos de saúde deveriam custear a troca dos implantes rompidos. A partir daí, as empresas e importadoras interessadas em vender silicone mamário no Brasil deveriam ter um selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Na semana passada, o Inmetro concedeu a primeira certificação a um fabricante nacional, a Lifesil, localizada no Paraná.
No total, 18 fábricas têm autorização para comercializar próteses mamárias de silicone no país, sendo duas nacionais. Desde o início da polêmica com a PIP, 15 fabricantes foram inspecionadas por técnicos da Anvisa, incluindo as duas nacionais.
A Anvisa não fez testes de implantes da marca holandesa Rofil, que também usava o mesmo tipo de silicone da PIP, pois o importador não tinha mais exemplares da marca em estoque.