Alunos e professores lamentam fechamento de escolas em SP
O fechamento de 94 escolas (25 na capital paulista), anunciado pelo governo estadual, afetará 311 mil alunos
Da Redação
Publicado em 30 de outubro de 2015 às 13h56.
Estudantes que terão as escolas fechadas para a reorganização do ensino na rede estadual de São Paulo lamentam os prejuízos que poderão ser causados pela mudança.
O fechamento de 94 escolas (25 na capital paulista), anunciado pelo governo estadual, afetará 311 mil alunos. O objetivo é separar as escolas por ciclos, entre anos iniciais e finais do ensino fundamental e do médio.
A Escola Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, no Alto de Pinheiros, zona oeste da cidade, está entre as que serão fechadas.
A corretora de imóveis Tânia Bueno chorou ao falar sobre os problemas que a reorganização ocasionará na vida da filha Vitória, aluna da escola.
“Estou muito triste, porque estamos em um país em que não se tem ensino, não se tem nada, e agora vão tirar o pouco que temos. Não dá para a acreditar, minha filha ficou muito chateada”, afirmou a corretora.
Tânia disse que a escola a ser fechada oferecia bom ensino e é bem localizada. Ela destacou que a filha teve, inclusive, oportunidade de estudar em escola particular, mas preferiu permanecer na atual.
O advogado Evandro José de Lima, de 94 anos, tem duas netas que estudam na mesma escola. Elas moram em um condomínio onde vivem 3 mil pessoas, a cerca de 50 metros da unidade de ensino.
No condomínio, há muitas outras crianças matriculadas na Escola Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo. “É um absurdo, um país que está precisando de escola, de cultura, e vão fechar escola?”, reclamou.
Lima calcula que a outra escola mais próxima fica a pelo menos 2 quilômetros da que será fechada. “É muito longe, tem o problema da condução, da mudança de amizades. Tem aquele núcleo se perde”, lamentou o advogado.
Prejuízo para professores A Escola Estadual Miss Browne, na região de Perdizes, também fechará. Segundo a professora Helena Teixeira, que leciona língua portuguesa há 17 anos nessa unidade, muitos docentes temem não conseguir preencher o horário da jornada de trabalho nas novas escolas.
Com a redução do número de aulas, alguns professores poderão ter de lecionar em várias unidades para permanecer com salário igual.
“Vai ter superlotação das salas. Fizeram essa bagunça para melhorar a qualidade de ensino, mas não é nada mais que uma falácia. Tudo isso veio de cima para baixo, da noite para o dia, sem consulta ao corpo docente, à comunidade e aos alunos. Esse prejuízo, ou desgoverno, veio da noite para o dia, sem aviso prévio”, reclamou a professora.
A presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, disse que o governo não poderá demitir professores efetivos, mas reduzirá custos diminuindo a jornada de trabalho.
Em média, um professor com jornada de 40 horas semanais recebe R$ 2,4 mil por mês, valor que poderá cair par R$ 1,8 mil em caso de cortes na jornada, afirmou Maria Izabel. “Agora, pergunto: um professor consegue viver com um salário desses?”
Para Izabel, o maior impacto para os alunos será a superlotação nas salas de aula. A sindicalista disse que é contra a separação dos ciclos (anos iniciais e finais dos ensinos fundamental e médio) por acreditar na importância da integração entre alunos de diferentes idades.
Ontem (29), cerca de 20 mil professores se reuniram na Avenida Paulista para protestar contra a reorganização escolar.
Outro lado Segundo o secretário estadual da Educação, Herman Voorwald , as mudanças são motivadas pela a queda de matrículas de novos alunos.
Houve redução, entre 1998 e 2014, de 6 milhões para 3,8 milhões de estudantes. Além disso, um estudo mostrou que os alunos têm melhor desempenho nas unidades de ciclo único, disse ele.
Em nota, a Secretaria da Educação informa que consolidou o estudo de reorganização de sua rede de escolas, que prevê a criação de 754 unidades atendendo a apenas um ciclo de ensino e focadas em apenas uma faixa etária.
Com isso, 94 escolas estaduais de São Paulo serão fechadas e destinadas a outras atividades educacionais. “Cabe destacar que a reorganização é um processo contínuo e duradouro, realizado com responsabilidade e transparência”, diz a nota.
A partir do ano que vem, 2.197 escolas em todo o estado (43% do total) passarão a funcionar no novo modelo.
Serão abertas 2.956 classes, hoje ociosas, e haverá uma diminuição de 18% de escolas de dois segmentos, passando de 3.209 para 2.635, acrescenta a secretaria.
Estudantes que terão as escolas fechadas para a reorganização do ensino na rede estadual de São Paulo lamentam os prejuízos que poderão ser causados pela mudança.
O fechamento de 94 escolas (25 na capital paulista), anunciado pelo governo estadual, afetará 311 mil alunos. O objetivo é separar as escolas por ciclos, entre anos iniciais e finais do ensino fundamental e do médio.
A Escola Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, no Alto de Pinheiros, zona oeste da cidade, está entre as que serão fechadas.
A corretora de imóveis Tânia Bueno chorou ao falar sobre os problemas que a reorganização ocasionará na vida da filha Vitória, aluna da escola.
“Estou muito triste, porque estamos em um país em que não se tem ensino, não se tem nada, e agora vão tirar o pouco que temos. Não dá para a acreditar, minha filha ficou muito chateada”, afirmou a corretora.
Tânia disse que a escola a ser fechada oferecia bom ensino e é bem localizada. Ela destacou que a filha teve, inclusive, oportunidade de estudar em escola particular, mas preferiu permanecer na atual.
O advogado Evandro José de Lima, de 94 anos, tem duas netas que estudam na mesma escola. Elas moram em um condomínio onde vivem 3 mil pessoas, a cerca de 50 metros da unidade de ensino.
No condomínio, há muitas outras crianças matriculadas na Escola Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo. “É um absurdo, um país que está precisando de escola, de cultura, e vão fechar escola?”, reclamou.
Lima calcula que a outra escola mais próxima fica a pelo menos 2 quilômetros da que será fechada. “É muito longe, tem o problema da condução, da mudança de amizades. Tem aquele núcleo se perde”, lamentou o advogado.
Prejuízo para professores A Escola Estadual Miss Browne, na região de Perdizes, também fechará. Segundo a professora Helena Teixeira, que leciona língua portuguesa há 17 anos nessa unidade, muitos docentes temem não conseguir preencher o horário da jornada de trabalho nas novas escolas.
Com a redução do número de aulas, alguns professores poderão ter de lecionar em várias unidades para permanecer com salário igual.
“Vai ter superlotação das salas. Fizeram essa bagunça para melhorar a qualidade de ensino, mas não é nada mais que uma falácia. Tudo isso veio de cima para baixo, da noite para o dia, sem consulta ao corpo docente, à comunidade e aos alunos. Esse prejuízo, ou desgoverno, veio da noite para o dia, sem aviso prévio”, reclamou a professora.
A presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, disse que o governo não poderá demitir professores efetivos, mas reduzirá custos diminuindo a jornada de trabalho.
Em média, um professor com jornada de 40 horas semanais recebe R$ 2,4 mil por mês, valor que poderá cair par R$ 1,8 mil em caso de cortes na jornada, afirmou Maria Izabel. “Agora, pergunto: um professor consegue viver com um salário desses?”
Para Izabel, o maior impacto para os alunos será a superlotação nas salas de aula. A sindicalista disse que é contra a separação dos ciclos (anos iniciais e finais dos ensinos fundamental e médio) por acreditar na importância da integração entre alunos de diferentes idades.
Ontem (29), cerca de 20 mil professores se reuniram na Avenida Paulista para protestar contra a reorganização escolar.
Outro lado Segundo o secretário estadual da Educação, Herman Voorwald , as mudanças são motivadas pela a queda de matrículas de novos alunos.
Houve redução, entre 1998 e 2014, de 6 milhões para 3,8 milhões de estudantes. Além disso, um estudo mostrou que os alunos têm melhor desempenho nas unidades de ciclo único, disse ele.
Em nota, a Secretaria da Educação informa que consolidou o estudo de reorganização de sua rede de escolas, que prevê a criação de 754 unidades atendendo a apenas um ciclo de ensino e focadas em apenas uma faixa etária.
Com isso, 94 escolas estaduais de São Paulo serão fechadas e destinadas a outras atividades educacionais. “Cabe destacar que a reorganização é um processo contínuo e duradouro, realizado com responsabilidade e transparência”, diz a nota.
A partir do ano que vem, 2.197 escolas em todo o estado (43% do total) passarão a funcionar no novo modelo.
Serão abertas 2.956 classes, hoje ociosas, e haverá uma diminuição de 18% de escolas de dois segmentos, passando de 3.209 para 2.635, acrescenta a secretaria.