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Alianças do PT em 2018 serão com partidos de esquerda, diz Gleisi

Gleisi inclui como alianças indesejadas quem apoiou a reforma trabalhista, a PEC do teto, a revisão do sistema de exploração do pré-sal e as privatizações

Gleisi: "A aliança eleitoral para eleger Lula em 2018 tem de ser construída com setores progressistas da sociedade" (Ueslei Marcelino/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de novembro de 2017 às 20h46.

São Paulo - A presidente nacional do PT , senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), divulgou um texto em suas redes sociais nesta segunda-feira, 6, no qual defende a decisão da direção do partido que restringe a política de alianças petista às legendas e grupos de esquerda.

O texto é uma reação à entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo do presidente estadual do PT de São Paulo e pré-candidato ao governo paulista Luiz Marinho, para quem a proibição deve ser revista.

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"O PT tem sua aliança política com o povo brasileiro, suas lutas e conquistas. A aliança eleitoral para eleger Lula em 2018 tem de ser construída com setores progressistas da sociedade e com a centro esquerda, baseada na reconstrução do Estado brasileiro e na revogação dos retrocessos implementados por esse governo golpista", diz Gleisi.

A senadora inclui no leque de alianças indesejadas as forças que apoiaram a reforma trabalhista, a emenda do teto, a revisão do sistema de exploração do pré-sal e as privatizações do governo Michel Temer.

Na prática, a entrevista de marinho ao Estadão desencadeou o debate interno no PT sobre a política de alianças a ser adotada no ano que vem.

No entorno de Lula, a opinião corrente é que Marinho apenas verbalizou o que boa parte do partido já pensa mas foi precipitado.

A Democracia Socialista (DS), corrente de esquerda que integra a Mensagem, publicou uma nota na qual reforça a decisão tomada pelo 6º Congresso Nacional do PT, instância máxima do partido.

"A política de alianças, incluindo as coalizões eleitorais, deve aglutinar quem partilhe de uma perspectiva anti-imperialista, antimonopolista, antilatifundiária e radicalmente democrática. Aponta para um governo encabeçado pelo PT, Lula presidente, com partidos, correntes e personalidades que estabeleçam compromisso programático dessa natureza", diz a resolução aprovada pelo 6º Congresso do PT.

A corrente aborda ainda a decisão do PT de Alagoas de voltar a integrar o governo de Renan Filho (PMDB).

"Em Alagoas, assim como em outros Estados, é preciso reconstruir o PT com independência de classe, ao lado dos movimentos sindicais e populares, com programa e alianças de esquerda", diz a DS.

Além de Alagoas, o PT negocia alianças com o PMDB em ao manos outros cinco Estados: Minas Gerais, Ceará, Piauí, Sergipe e Paraná (berço eleitoral de Gleisi).

Diante da forte repercussão interna da entrevista, o próprio Marinho divulgou uma nota no final de semana explicando sua posição.

Segundo ele, a candidatura de Lula não vai precisar de alianças fora do campo da esquerda, descarta uma coligação com o PMDB em São Paulo mas reitera que existem exceções entre as lideranças peemedebistas como o senador Roberto Requião (PMDB-PR), que se posicionou contra o impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff e faz oposição ao governo Temer.

"Como afirmado, acredito que o presidente Lula é maior e não precisará de nenhuma aliança com golpistas para a defesa do seu legado e restabelecer direitos e a democracia no País. Disse também que caberá à direção nacional, no tempo adequado, tratar das diversas contradições regionais, a exemplo do senador Roberto Requião, do PMDB, do Paraná, e diversos outros exemplos no Nordeste", afirmou Marinho.

Segundo Gleisi, o debate interno sobre política de alianças é livre no PT e o martelo será batido no momento adequado.

"A militância e dirigentes do PT podem debater à vontade a política de alianças, que será definida democraticamente nas instâncias partidárias, com base em um projeto para o Brasil", diz a nota de Gleisi.

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