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Alckmin cria agenda nacional própria no segundo mandato

Tratado com absoluta discrição, o projeto presidencial já é defendido abertamente por ocupantes de instâncias mais baixas do tucanato paulista

Geraldo Alckmin: discreto, Alckmin evita o tema, mas já opera olhando para o horizonte em direção a Brasília (Antonio Cruz/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2015 às 09h44.

São Paulo - A rotina do Palácio dos Bandeirantes mudou depois que o governador Geraldo Alckmin ( PSDB ) tomou posse em janeiro deste ano para mais quatro anos no cargo.

Auxiliares do tucano contam que os pedidos de audiência de senadores, deputados federais, governadores e lideranças setoriais nacionais se multiplicaram no segundo mandato. Um assessor direto do governador resume o assédio: "Ele entrou no radar nacional".

Se entre 2011 e 2014 a agenda era totalmente voltada para dentro, agora ninguém no governo nega que chegou a hora de olhar para fora das fronteiras paulistas.

Tratado com absoluta discrição no entorno do governador, o projeto presidencial já é defendido abertamente, e com entusiasmo, por ocupantes de instâncias mais baixas do tucanato paulista.

"Hoje é muito mais natural Geraldo Alckmin ser o candidato do PSDB à Presidência do que o Aécio (Neves, senador e atual presidente do partido), que perdeu (o governo de) Minas Gerais (em 2014)", diz o vereador Mario Covas Neto, filho do ex-governador Mário Covas e recém-eleito presidente do PSDB paulistano.

Discreto, Alckmin evita o tema, mas já opera olhando para o horizonte em direção a Brasília.

Alckmin chancelou a recondução de Aécio à presidência do partido, em julho, seu virtual adversário na disputa pela vaga de candidato ao Planalto em 2018. Mas não sem antes impor nomes de sua confiança para cargos-chave.

"A nova composição da Executiva terá uma presença mais articulada do governador. São Paulo tem que ter peso na direção condizente com a votação que teve na última eleição", diz o secretário da Casa Civil de Alckmin, Edson Aparecido, que foi a Brasília ter uma conversa "rápida e tranquila" com Aécio sobre o tema.

O senador mineiro aceitou indicações do governador paulista para postos importantes, como a do deputado Silvio Torres (SP), para a secretaria-geral da legenda, e a do suplente de senador José Aníbal (SP), que presidirá o Instituto Teotônio Viela.

Moderação. A "nacionalização" da agenda de Alckmin segue uma programação descolada do Congresso Nacional e de eventuais polêmicas envolvendo o PSDB.

Enquanto Aécio tenta capitalizar a crise do governo radicalizando o discurso e a bancada tucana vota contra medidas tomadas na gestão Fernando Henrique Cardoso, o governador prefere fazer oposição moderada à presidente Dilma Rousseff.

Quando a tese do impeachment da petista ganhou corpo na legenda e passou a ser ventilada por Aécio, uma das primeiras vozes contrárias à iniciativa foi a de Alckmin. "O PSDB não é o partido do quanto pior, melhor", afirmou, em abril.

O governador também se colocou contra o fim do fator previdenciário, mecanismo instituído no governo FHC. Orientados por Aécio, os parlamentares tucanos apoiaram a extinção do cálculo para desgastar Dilma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - A rotina do Palácio dos Bandeirantes mudou depois que o governador Geraldo Alckmin ( PSDB ) tomou posse em janeiro deste ano para mais quatro anos no cargo.

Auxiliares do tucano contam que os pedidos de audiência de senadores, deputados federais, governadores e lideranças setoriais nacionais se multiplicaram no segundo mandato. Um assessor direto do governador resume o assédio: "Ele entrou no radar nacional".

Se entre 2011 e 2014 a agenda era totalmente voltada para dentro, agora ninguém no governo nega que chegou a hora de olhar para fora das fronteiras paulistas.

Tratado com absoluta discrição no entorno do governador, o projeto presidencial já é defendido abertamente, e com entusiasmo, por ocupantes de instâncias mais baixas do tucanato paulista.

"Hoje é muito mais natural Geraldo Alckmin ser o candidato do PSDB à Presidência do que o Aécio (Neves, senador e atual presidente do partido), que perdeu (o governo de) Minas Gerais (em 2014)", diz o vereador Mario Covas Neto, filho do ex-governador Mário Covas e recém-eleito presidente do PSDB paulistano.

Discreto, Alckmin evita o tema, mas já opera olhando para o horizonte em direção a Brasília.

Alckmin chancelou a recondução de Aécio à presidência do partido, em julho, seu virtual adversário na disputa pela vaga de candidato ao Planalto em 2018. Mas não sem antes impor nomes de sua confiança para cargos-chave.

"A nova composição da Executiva terá uma presença mais articulada do governador. São Paulo tem que ter peso na direção condizente com a votação que teve na última eleição", diz o secretário da Casa Civil de Alckmin, Edson Aparecido, que foi a Brasília ter uma conversa "rápida e tranquila" com Aécio sobre o tema.

O senador mineiro aceitou indicações do governador paulista para postos importantes, como a do deputado Silvio Torres (SP), para a secretaria-geral da legenda, e a do suplente de senador José Aníbal (SP), que presidirá o Instituto Teotônio Viela.

Moderação. A "nacionalização" da agenda de Alckmin segue uma programação descolada do Congresso Nacional e de eventuais polêmicas envolvendo o PSDB.

Enquanto Aécio tenta capitalizar a crise do governo radicalizando o discurso e a bancada tucana vota contra medidas tomadas na gestão Fernando Henrique Cardoso, o governador prefere fazer oposição moderada à presidente Dilma Rousseff.

Quando a tese do impeachment da petista ganhou corpo na legenda e passou a ser ventilada por Aécio, uma das primeiras vozes contrárias à iniciativa foi a de Alckmin. "O PSDB não é o partido do quanto pior, melhor", afirmou, em abril.

O governador também se colocou contra o fim do fator previdenciário, mecanismo instituído no governo FHC. Orientados por Aécio, os parlamentares tucanos apoiaram a extinção do cálculo para desgastar Dilma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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