(Jefferson Rudy/Agência Senado/Flickr)
Estadão Conteúdo
Publicado em 5 de dezembro de 2022 às 14h01.
Última atualização em 5 de dezembro de 2022 às 14h27.
Uma ala do PSOL, partido que fez parte da coligação do presidente eleito da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defende que a sigla adote uma postura independente em relação ao novo governo e não ocupe cargos na gestão federal. A direção nacional vai se reunir no próximo dia 17 para definir os rumos da legenda a partir de 2023.
De acordo com o deputado federal reeleito Glauber Braga (PSOL-RJ), pelo indicativo de correntes políticas da sigla que se posicionaram publicamente, já é possível aferir que o partido terá maioria da direção nacional para firmar independência em relação à gestão petista.
Segundo o parlamentar, a posição independente, sem ocupação de cargos no Executivo, é mais benéfica ao governo para que a sigla possa fazer enfrentamento às "chantagens do Centrão". "Quando você ocupa cargos como base, você fala para dentro e perde sua capacidade inclusive de fazer esse enfrentamento com eles para fora", explicou Braga ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
A partir da posição independente, de acordo com o deputado, a legenda pode manter suas bandeiras levantadas e dar "tratamento eficaz" por meio de "denúncias permanentes à extrema-direita, à direita neoliberal e aos partidos que deram sustentação ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL)".
Braga nega que a não ocupação de cargos no Executivo possa enfraquecer a legenda. "Para se fortalecer, o partido tem de manter suas bandeiras levantadas, tem de manter a relação permanente com movimentos sociais. Quem está preocupado em ter cargos é o Centrão", afirmou.
O PSOL formalizou federação com o partido Rede e as siglas devem caminhar juntas nos próximos quatro anos. Apesar da junção, o PSOL tem liberdade para aderir, mesmo que isolado, à posição de independência.
A federação elegeu 14 deputados para a próxima legislatura, sendo 12 filiados ao PSOL.
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