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Aeroportos atenderão demanda da Copa. Mas e depois?

Apesar de falhas e atrasos, especialistas acreditam que terminais serão suficientes para receber (bem ou mal) os turistas. Problema mesmo é a crescente demanda interna

Passageiros passam por pintura para a Copa no aeroporto de Brasília (REUTERS/Ueslei Marcelino)
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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2014 às 16h28.

São Paulo – Apesar dos atrasos e dos problemas com as obras dos aeroportos brasileiros, especialistas em transporte aéreo concordam com a declaração da presidente Dilma Rousseff de que os terminais “estão prontos para receber a Copa do Mundo”.

Não que o que foi feito até agora, a menos de uma semana do evento, atenda às expectativas do que seria considerado ideal.

O aeroporto de Brasília, por exemplo, ficou alagado após chuva que atingiu a região nesta semana, e a maioria dos outros terminais das cidades-sede também não estará com as obras terminadas a tempo para o apito inicial na próxima quinta-feira.

Entretanto, bem ou mal, na opinião dos analistas, as reformas serão suficientes para suprir a real demanda do torneio, que deverá ser bem menor do que a calculada inicialmente.

“A mídia estrangeira tem explorado de forma negativa o cenário que se apresenta para o turista. Com poucas manifestações otimistas, acredito que até alguns brasileiros fugirão do evento”, avalia Gílson Garófalo, professor da PUC-SP especialista em aviação.

Para Gustavo Murad - diretor da empresa Amadeus, que desenvolve tecnologias para gestão de aeroportos e companhias aéreas - a Copa é o menor dos problemas que o Brasil enfrenta em relação à infraestrutura no setor.

Novo caos aéreo?

“Bem antes da Copa já havia um imenso gargalo de estrutura física nos aeroportos. Tanto é que as empresas privadas (que assumiram a gestão) tiveram que fazer muito mais obras de caráter emergencial do que de apenas ampliação ou melhoria”, diz Murad.

Em 2013, dezesseis dos principais aeroportos brasileiros operaram com mais de 80% de sua capacidade, sendo que quatro deles chegaram a ultrapassar o limite total. Em Guarulhos - maior aeroporto do país -, passaram no ano 36 milhões de pessoas, 44% a mais que os 25 milhões comportados.

A entrega do novo Terminal 3, em maio de 2014, ampliou a capacidade em 12 milhões de passageiros. Ou seja, apenas 1 milhão a mais do que já já havia sido registrado no ano anterior.

De acordo com o diretor, o que impediu que o Brasil enfrentasse um novo caos aéreo - como o registrado em 2006 - foi o fato de a economia ter crescido em ritmo menos acelerado.

“A economia poderia estar bem melhor, mas mesmo assim é fato que o nosso crescimento será acima da média. A melhora da situação socioeconômica da população afeta diretamente o setor, e nós temos que nos preparar para isso”, afirma.

Murad aponta ainda que o Brasil é hoje o terceiro maior mercado aéreo doméstico do mundo, ultrapassando a Índia. ”Temos um potencial de crescimento absurdo. A previsão é de que, em 20 anos, nós vamos superar até mesmo EUA e China”, diz Murad.

“O transporte aéreo tem cunho estratégico muito pesado para qualquer país. Se o Brasil não aproveitar esse momento especial, alguém da América Latina vai assumir seu lugar”, avalia.

Como chegar até a ilha

Na opinião de Garófalo, além da democratização observada no passado com a queda do preço das passagens, a recente privatização de administração de aeroportos contribuiu para a melhora de qualidade do serviço básico oferecido aos passageiros.

Para o professor, é inegável que as reformas incentivadas pela Copa já trazem mudanças perceptíveis. “O ‘efeito imitação’ é muito benéfico. Quando um modelo começa a dar certo, a tendência é que outros sigam o aumento de qualidade para não ficarem para trás”.

Entretanto, ele pondera que este é apenas um lado da questão, uma vez que não foram feitos investimentos equivalentes para facilitar o acesso e também diminuir o tempo de deslocamento até esses terminais.

“O problema não se limita ao aeroporto em si, mas também ao acesso a ele. Não adianta fazer um voo de duas horas se, para chegar até o destino final na cidade, se gasta o mesmo tempo no trânsito . É preciso criar alternativas eficientes de transporte público”, afirma Garófalo.

“O que foi feito para a Copa veio para ficar como legado, mas isso não quer dizer que será suficiente”, diz.

São Paulo - Neste sábado (10), funcionários do novo terminal internacional de passageiros do Aeroporto de Guarulhos correm com os últimos detalhes antes da inauguração que acontecerá amanhã, após um ano e nove meses de obras. O gigantesco e moderno TPS3, construído inteiramente do chão em um prédio anexo, tem 192 mil² e já será capaz de atender 12 milhões de passageiros por ano a partir de sua abertura. Atualmente, os outros três terminais existentes no maior aeroporto do país têm capacidade para receber 25 milhões de passageiros. No entanto, mais de 36 milhões de pessoas passaram pelo local no ano de 2013, ou seja, 44% a mais que o que o comportado. Muito aguardado devido à proximidade da Copa do Mundo 2014 , ele não funcionará, no entato, com toda sua capacidade até o evento. Das 25 companhias aéreas que atuarão no novo complexo, apenas três começam a operar já no domingo: TAP, Lufthansa e Swiss. Até o mundial serão mais cinco: Air China, Air Canada, Emirates, United Airlines e Turkish Airlines. Segundo a GRU Airpoirt, empresa que administra o aeroporto, a transferência em fases das companhias aéreas é necessária para garantir a segurança da operação. A mudança completa está prevista para acontecer até setembro deste ano. Conheça as áreas restritas do novo terminal, um dia antes de sua inauguração.
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    Visão externa do Terminal 3, que será inaugurado no domingo. A entrega representa o fim da primeira fase de grandes obras no aeroporto desde que foi concedido à iniciativa privada, em junho de 2012.
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  • À esquerda, o edifício-garagem, que foi inaugurado em maio de 2013. Com oito andares, o estacionamento tem capacidade para 2.644 veículos e é equipado com sistema eletrônico que indica disponibilidade de vagas.
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    Área de embarque e desembarque para carros e táxis. Segundo o presidente do GRU, Antonio Miguel Marques, o terminal será entregue com "100% das obras previstas concluídas". De acordo com ele, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) realizará vistorias entre este sábado e o domingo no local.
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    Arquitetura do terminal prioriza paredes de vidro, que aumentam a iluminação natural. Outra solução sustentável é o reaproveitamento da água da chuva, que é recolhida no telhado para ser reutilizada nas descargas, após tratada.
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    Elevadores panorâmicos fazem a ligação entre os andares de embraque e desembarque e a área de transitação livre.
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    O saguão de embarque foi planejado para ter áeras amplas que facilitam a circulação de pessoas.
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    Os balcões de check-in estão dispostos em três ilhas, com 90 lugares. Para passageiros em conexão, há outros 18 balcões.
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    Com o objetivo de agilizar o fluxo de passageiros, há26 totens de autoatendimento de check-in,que permitem imprimir o bilhete de embarque e as etiquetas de bagagem.
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    Entrada para a área restrita de inspeção por raio-x. Segundo a GRU, a estrutura do novo terminal foi baseada nos mais modernos aeroportos da Ásia e da Europa.
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    Fila para raio-x: além da inspeção tradicional, o terminal tem 352 câmeras com tecnologia de reconhecimento facial, com o objetivo de aumentar a segurança.
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    Segundo Antonio Miguel Marques, a GRU contratou 200 novos funcionários para o TPS3, que também terá atendimento da equipe já existente.
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    Funcionários que trabalhavam na limpeza e manutenção neste sábado também passaram pelos mesmos procedimentos de segurança a que passageiros serão submetidos.
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    Em sua nova filial, a Fnac promete vender iPhone 5s a US$ 649 sem impostos, preço menor que nos Estados Unidos.
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    Vendedores da loja de maquiagens M.A.C. colocam mercadorias nas prateleiras. Neste domingo, 52 lojas já começam a funcionar no terminal. No total, serão 108 estabelecimentos comerciais.
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    A filial do free shop Duty Free no Terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos será a maior do mundo.
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    Jardim natural na área comercial restrita a passageiros de voos internacionais.
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    Funcionário limpa vidro de rampa que dá acesso ao último andar do terminal, onde ficam as Salas VIPs.
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    Funcionários colam borrachas antiderrapantes em rampa da área comercial.
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    Funcionários do Bob's recebem treinamento. Concessionária promete que nas ilhas de alimentação haverá "preços para todos os bolsos", sendo possível tomar café-da-manhã por menos de R$ 10 e fazer uma refeição completa no almoço por R$ 15.
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    Unidade da hamburgueria americana Carl's Jr., que recentemente abriu as portas no Brasil.
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    Escada-rolante que liga o piso de transição - que terá circulação livre tanto para passageiros quanto para visitantes - ao andar reservado apenas para o embarque.
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    A Swiss é uma das três companhias aéreas que começam a operar a partir de amanhã. Novo pátio tem capacidade para 34 aeronaves.
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    Sinalização: terminal tem 400 painéis de voo (FIDs) e 720 placas de informação.
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    Esteiras rolantes da passarela que liga o Terminal 2 ao Terminal 3.
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    Carrinhos motorizados ajudarão no transporte de idosos e pessoas com deficiência entre os terminais 2 e 3.
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    Banheiros têm estrutura semelhante às do que já passaram por reforma nos terminais antigos do aeroporto.
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    O TPS3 conta com 26 novos portões de embarque. A previsão é de que até setembro deste ano 25 companhias aéreas realizem voos internacionais no novo terminal.
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    Alfândega da área de voos internacionais, no Terminal 3
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    Área de restituição de bagagens. Segundo Antonio Miguel Marques, os7 carrosséis de esteiras inclinadas comportam 5.500 malas.
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    Os sistemas de despacho automático de bagagens e de portões eletrônicos (e-gate) de controle de passaporte não serão instalados a tempo para a Copa. A GRU Airpoirt afirma que as novas tecnologias estarão disponíveis ainda esse ano.
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    Operários trabalham nas pontes de acesso que ligam o estacionamento aoTerminal 3.
  • 34. Agora, veja os aeroportos brasileiros onde comer sai mais caro

    34 /34(ClaraCardoso / Flickr / Creative Commons)

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