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Advogado encerra fase de debates do júri do Carandiru

Celso Vendramini encerrou a primeira fase dos debates do júri dos 15 PMs do Comando de Operações Especiais (Coe) do Carandiru no início da noite desta terça


	Segunda etapa do julgamento do massacre do Carandiru: fala do defensor foi mais suave do que nos debates dos acusados do 4º andar do pavilhão, condenados em março
 (Marcelo Camargo/ABr)

Segunda etapa do julgamento do massacre do Carandiru: fala do defensor foi mais suave do que nos debates dos acusados do 4º andar do pavilhão, condenados em março (Marcelo Camargo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2014 às 21h31.

São Paulo - O advogado Celso Vendramini encerrou a primeira fase dos debates do júri dos 15 PMs do Comando de Operações Especiais (Coe) do Carandiru no início da noite desta terça-feira, 1º, com uma argumentação menos agressiva e um ato falho. "Não há condições de absolver esses homens", afirmou, nos minutos finais, por volta das 18h50.

Ele não se corrigiu. Advogado dos réus deste fevereiro, quando o primeiro julgamento desses 15 PMs foi cancelado depois que Vendramini deixou o plenário, a fala do defensor foi mais suave do que nos debates dos acusados do 4º andar do pavilhão, condenados em março. Na época, ele fez críticas constantes à atuação do Poder Judiciário e Ministério Público Estadual. Trocou farpas com os promotores, atacou ONGs de Direitos Humanos e a ideologia de proteção de criminosos.

Nesta terça-feira, Vendramini elogiou a atuação dos promotores Eduardo Olavo Canto Neto e Márcio Friggi. Na saída da audiência, o advogado disse que "estava mostrando aos jurados as provas técnicas periciais", mas não explicou a mudança de postura. Em março, ele exibiu um vídeo das cabeças humanas cortadas no ano passado no Presídio de Pedrinhas, no Maranhão e, nesta terça, diz ter se arrependido da apresentação.

"Não vou fazer essa chantagem, me arrependi de ter feito isso". Em plenário, ele também não repetiu frases como "bandido bom, é bandido morto" ou referência aos suspeitos que ele havia matado como PM da Rota, na década de 1980.

Familiares dos PMs ouvidos pelo Estado disseram que o defensor foi chamado no lugar da advogada Ieda Ribeiro, dos dois primeiros julgamentos, porque teria um tom mais combativo e menos político do que ela. Vendramini, por exemplo, admite que houve excessos no 1º e 2º andar, onde os PMs foram condenados pela maioria das mortes. A tese é isolar os PMs do COE e do julgamento de março das condenações dos policiais da Rota no ano passado.

Aos jurados, ele pediu que não condenassem os réus e respondessem 'não' à pergunta se os PMs contribuíram para as mortes das vítimas. Além disso, pediu absolvição, com base em três teses da defesa, que deverão ser perguntadas nos quesitos: legitima defesa, estrito cumprimento do dever legal e inexigibilidade de conduta adversa (na situação, os policiais não tinham outra opção de ação). Na quarta-feira começam os debates finais, com mais duas horas para réplica e tréplica. Depois, os jurados se reúnem para condenar ou absolver os réus.

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