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Acordo Mercosul-União Europeia não será assinado sem ajuste, diz Lula

"O que os europeus querem no acordo? Que o Brasil abra as portas para compras governamentais", disse o presidente durante evento em São Bernardo

Brasília (DF), 25/05/2023 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e embaixadores de países africanos participam de almoço para marcar o Dia da África, no Palácio do Itamaraty. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Brasília (DF), 25/05/2023 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e embaixadores de países africanos participam de almoço para marcar o Dia da África, no Palácio do Itamaraty. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Agência Brasil
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Publicado em 2 de junho de 2023 às 17h37.

Última atualização em 2 de junho de 2023 às 17h49.

Ao participar da inauguração de uma fábrica 100% nacional de ônibus elétricos, em São Bernardo do Campo (SP), na tarde desta sexta-feira, 2, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia não será assinado sem que haja ajuste na proposta.

"O que os europeus querem no acordo? Que o Brasil abra as portas para compras governamentais. Ou seja, eles querem que o governo brasileiro compre as coisas estrangeiras ao invés das coisas brasileiras. E se eles não aceitarem a posição do Brasil, não tem acordo. Nós não podemos abdicar das compras governamentais que são a oportunidade das pequenas e médias empresas sobreviverem nesse país", disse Lula em discurso a empregados e dirigentes da Eletra.

A empresa inaugurou novas instalações na Rodovia Anchieta, na região do ABC Paulista, com área de 27 mil metros quadrados e capacidade para produzir 1,8 mil ônibus por ano, podendo chegar a 2,7 mil unidades a depender da demanda.

Cadeia produtiva

"O Brasil tem hoje uma cadeia produtiva completa de ônibus elétricos, com uma rede de assistência técnica e reposição de peças nacionais", assegurou a presidente da Eletra, Milena Braga Romano.

Para Lula, o estado brasileiro precisa atuar para reindustrializar o país. O presidente lembrou que a indústria, que chegou a responder por mais de um terço da renda nacional, hoje representa aproximadamente 11% do produto interno bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país).

"Cabe ao Estado brasileiro garantir a sobrevivência da indústria brasileira para que a gente possa um dia ser competitivo com o mundo exterior. Então, se nós temos que comprar uma coisa, temos que valorizar aquele produto brasileiro que gera emprego e renda no Brasil, e melhore a qualidade de vida das pessoas", discursou Lula, defendendo a política de compras governamentais como forma de induzir o desenvolvimento da indústria nacional.

No caso dos ônibus elétricos, a própria legislação em diferentes estados e cidades já exige uma transição do transporte coletivo dos veículos movido a diesel para veículos elétricos ou com menor impacto ambiental.

PIB e exportações

Também presente ao evento, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, celebrou o resultado do PIB do primeiro trimestre, que cresceu 1,9%.

"O PIB brasileiro está no top 5, ou seja, entre os cinco maiores que cresceram no primeiro trimestre deste ano. Geralmente, o primeiro trimestre é fraco e, surpreendentemente, nós tivemos um crescimento de 1,9% e, comparado ao mesmo trimestre do ano passado, 4%", disse Alckmin.

O vice-presidente destacou ainda o resultado de maio das exportações brasileiras, que atingiram US$ 33 bilhões, a maior da série histórica medida pelo governo para o mês. O saldo da balança comercial (exportações menos importações) ficou em US$ 11,4 bilhões.

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