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Ação de reintegração de posse termina em confronto em SP

Durante reintegração de posse de terreno ocupado por 1200 pessoas, houve confronto entre a Polícia Militar e os moradores

Reintegração de posse em SP: moradores afirmam que não têm para onde ir (Marcelo Camargo/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2014 às 14h04.

Sao Paulo -Assentados de um terreno no Jardim São Luís, na Zona Sul de São Paulo , ocupado desde abril por 1200 pessoas, entraram em confronto nesta quinta-feira com a Polícia Militar durante uma ação de reintegração de posse.

Os moradores irregulares atearam fogo em pedaços de madeiras, criando barreiras para impedir a entrada no terreno da polícia, que lançou bombas de gás lacrimogênio para tentar conter alguns dos manifestantes.

Os moradores irregulares justificam a ocupação afirmando que não têm para onde ir. O terreno é propriedade da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU).

Duas vias foram interditadas e ônibus desviados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o que complicou o trânsito em direção ao centro na região, que se complicou ainda mais em função de um acidente que aconteceu entre um ônibus e uma moto, interrompendo o tráfego de vias alternativas.

Dos aproximadamente 300 barracos presentes no local, que abrigariam 500 famílias, vários foram destruídos durante o conflito, que começou na madrugada desta quinta-feira. De acordo com a polícia, apenas 30 barracos estavam ocupados.

Segundo as autoridades, ao longo deste mês foram feitas duas reuniões entre os assentados e seus advogados, representantes da CDHU e da PM.

Antes da operação de hoje, teriam sido impressos e distribuídos na semana passada no assentamento dois mil panfletos avisando sobre a reintegração, de acordo com o major Maurício de Araújo, responsável pela ação.

A versão é contestada por Marisa Barreto, que vive no terreno. Segundo ela, não houve duas reuniões e parte do local não pertence à CDHU e é propriedade particular.


Barreto relatou que polícia "rompeu" o acordo de reintegração, que estaria marcada para 5 de junho.

"Eles chegaram de madrugada sem respeitar ninguém, nem as crianças e os idosos e não era esse o combinado. De acordo com o advogado da CDHU, essa mudança de data foi uma ordem que veio da Polícia Militar, mas isso não podia ter acontecido", disse à Agência Efe a moradora.

Segundo Barreto, não houve tempo de avisar as famílias e na única reunião que teria sido realizada, em 19 de maio, ficou combinado que a CDHU e outras entidades "iriam auxiliar na realocação das 1500 famílias ou na compra de passagens para as pessoas que quisessem voltar para seus estados de origem, mas isso não aconteceu".

Já de acordo com a PM, muitas viaturas percorreram o terreno na semana passada para avisar sobre a operação de hoje.

"O mandato de segurança judicial de reintegração de posse não tem data (determinada) e ele foi emitido no dia 5 de maio e foram feitas reuniões preparatórias com os moradores e foi avisado que eles tinham que sair na data que os oficiais de justiça determinassem. A princípio (a reintegração) estava planejada para dia 5 de junho, mas por questões de ordem operacional foi antecipada para hoje", disse à Efe o major.

Araújo informou que, de acordo com informações da CDHU, as pessoas retiradas do local seriam cadastradas em um programa habitacional do governo do estado.

Segundo a assentada, um dos tenentes da PM que está no local afirmou que a antecipação da ação de reintegração ocorreu em função da Copa do Mundo.

Em um informe oficial emitido nesta manhã, a CDHU diz que "em relação à desocupação do terreno nas proximidades da Avenida José de Barros Magaldi, (...) trata-se de uma área de proteção ambiental que integra o Conjunto Campo Limpo L."

No informe, a CDHU também afirma que se reuniu com os moradores e tentou "convencê-los a desocupar a área pacifica e voluntariamente, enquanto a Companhia verificava a possibilidade de atendê-los via programas de parcerias".

"Como não obteve êxito, a empresa acionou a justiça e, no dia 28 de abril, foi deferida a liminar para a reintegração de posse", diz a nota oficial repassada à imprensa.

*Atualizada às 14h03 do dia 29/05/2014

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Sao Paulo -Assentados de um terreno no Jardim São Luís, na Zona Sul de São Paulo , ocupado desde abril por 1200 pessoas, entraram em confronto nesta quinta-feira com a Polícia Militar durante uma ação de reintegração de posse.

Os moradores irregulares atearam fogo em pedaços de madeiras, criando barreiras para impedir a entrada no terreno da polícia, que lançou bombas de gás lacrimogênio para tentar conter alguns dos manifestantes.

Os moradores irregulares justificam a ocupação afirmando que não têm para onde ir. O terreno é propriedade da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU).

Duas vias foram interditadas e ônibus desviados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o que complicou o trânsito em direção ao centro na região, que se complicou ainda mais em função de um acidente que aconteceu entre um ônibus e uma moto, interrompendo o tráfego de vias alternativas.

Dos aproximadamente 300 barracos presentes no local, que abrigariam 500 famílias, vários foram destruídos durante o conflito, que começou na madrugada desta quinta-feira. De acordo com a polícia, apenas 30 barracos estavam ocupados.

Segundo as autoridades, ao longo deste mês foram feitas duas reuniões entre os assentados e seus advogados, representantes da CDHU e da PM.

Antes da operação de hoje, teriam sido impressos e distribuídos na semana passada no assentamento dois mil panfletos avisando sobre a reintegração, de acordo com o major Maurício de Araújo, responsável pela ação.

A versão é contestada por Marisa Barreto, que vive no terreno. Segundo ela, não houve duas reuniões e parte do local não pertence à CDHU e é propriedade particular.


Barreto relatou que polícia "rompeu" o acordo de reintegração, que estaria marcada para 5 de junho.

"Eles chegaram de madrugada sem respeitar ninguém, nem as crianças e os idosos e não era esse o combinado. De acordo com o advogado da CDHU, essa mudança de data foi uma ordem que veio da Polícia Militar, mas isso não podia ter acontecido", disse à Agência Efe a moradora.

Segundo Barreto, não houve tempo de avisar as famílias e na única reunião que teria sido realizada, em 19 de maio, ficou combinado que a CDHU e outras entidades "iriam auxiliar na realocação das 1500 famílias ou na compra de passagens para as pessoas que quisessem voltar para seus estados de origem, mas isso não aconteceu".

Já de acordo com a PM, muitas viaturas percorreram o terreno na semana passada para avisar sobre a operação de hoje.

"O mandato de segurança judicial de reintegração de posse não tem data (determinada) e ele foi emitido no dia 5 de maio e foram feitas reuniões preparatórias com os moradores e foi avisado que eles tinham que sair na data que os oficiais de justiça determinassem. A princípio (a reintegração) estava planejada para dia 5 de junho, mas por questões de ordem operacional foi antecipada para hoje", disse à Efe o major.

Araújo informou que, de acordo com informações da CDHU, as pessoas retiradas do local seriam cadastradas em um programa habitacional do governo do estado.

Segundo a assentada, um dos tenentes da PM que está no local afirmou que a antecipação da ação de reintegração ocorreu em função da Copa do Mundo.

Em um informe oficial emitido nesta manhã, a CDHU diz que "em relação à desocupação do terreno nas proximidades da Avenida José de Barros Magaldi, (...) trata-se de uma área de proteção ambiental que integra o Conjunto Campo Limpo L."

No informe, a CDHU também afirma que se reuniu com os moradores e tentou "convencê-los a desocupar a área pacifica e voluntariamente, enquanto a Companhia verificava a possibilidade de atendê-los via programas de parcerias".

"Como não obteve êxito, a empresa acionou a justiça e, no dia 28 de abril, foi deferida a liminar para a reintegração de posse", diz a nota oficial repassada à imprensa.

*Atualizada às 14h03 do dia 29/05/2014

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