Paralisação: embora greve caminhe para o fim, outras categorias vão parar nesta terça-feira (Rodolfo Buhrer/Reuters)
Da Redação
Publicado em 29 de maio de 2018 às 06h40.
Última atualização em 29 de maio de 2018 às 21h36.
A greve continua, mas há sinais de volta à normalidade em serviços afetados nos últimos dias. Escoltas de combustíveis devolveram os aeroportos do país ao funcionamento e devem ampliar a capacidade dos serviços de transporte municipal, como no Rio de Janeiro, que deve ter nesta terça-feira 100% da frota em funcionamento, segundo a prefeitura. Achar gasolina nos postos continua uma tarefa inglória, mas distribuidoras já falam que os serviços devem voltar à normalidade até sexta-feira, como em Brasília. Os bloqueios nas estradas seguem diminuindo, mas a tal “minoria radical” não tem data para ir para casa.
O problema é que, nesta terça-feira, as paralisações se alastram para novos setores. O Sindicato dos Motoboys de São Paulo (Sindimoto) convocou paralisações em todo o país, para protestar contra o aumento no preço da gasolina. Já os professores de escolas particulares da cidade de São Paulo decidiram realizar uma nova paralisação, para discutir a manutenção da convenção coletiva, que garantiria alguns direitos aos professores de escolas particulares. Metroviários em Belo Horizonte, em Minas Gerais, também prometeram reduzir o funcionamento do metrô a partir desta terça-feira. Dando início a uma greve de tempo indeterminado, o sindicato reivindica que a passagem não seja aumentada. A tarifa do metrô chegou 3,40 reais neste mês, mas voltou ao valor anterior, de 1,80 real, depois que a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) foi notificada de uma decisão da 4ª Vara da Fazenda Pública de BH, suspendendo o reajuste.
O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários e Urbano Coletivo de Manaus e no Amazonas (STTRM) também indicaram uma paralisação para hoje. Os ônibus municipais de Florianópolis também devem parar em apoio aos caminhoneiros.
Já os petroleiros farão uma greve de advertência de 72 horas a partir de quarta-feira, 30. A advertência é de que só voltarão ao trabalho após ter sua inacreditável lista de demandas atendida: redução dos preços dos combustíveis, a manutenção dos empregos, a retomada da produção das refinarias, o fim das importações de derivados de petróleo, e a demissão de Pedro Parente da presidência da empresa.
A partir desta terça-feira, também entram em greve professores e funcionários da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Campinas (Unicamp). A reclamação é contra o reajuste salarial, que, de acordo com seus sindicatos, foi “absolutamente incompatível com a reposição das perdas salariais”.
Ontem, estivadores que trabalham no Porto de Santos, representantes dos sindicatos dos Petroleiros, Gráficos, Trabalhadores da Construção Civil e Judiciários se uniram a uma passeata em apoio aos caminhoneiros, na cidade portuária.
O ministro da Secretaria do Governo, Carlos Marun, garantiu, na segunda-feira, que o preço do diesel nas bombas dos postos de combustíveis amanheceria 0,46 real menor já nesta terça-feira. Seria, na teoria, a deixa para os caminhoneiros voltarem definitivamente para casa. Mas pode não ser o suficiente para o país voltar de vez à normalidade.