A crise no país não é responsabilidade de Dilma, diz Lula
Ex-presidente defendeu a presidente Dilma durante discurso realizado na 5ª Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros
Da Redação
Publicado em 3 de julho de 2015 às 18h53.
São Paulo - Diferente da postura crítica que vinha adotando em relação à administração da sucessora e afilhada política, Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu nesta sexta-feira, 03, em defesa da presidente da República em discurso realizado na 5ª Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros (FUP).
"A crise no país não é responsabilidade da Dilma ", disse Lula, responsabilizando o cenário externo pelas dificuldades que o Brasil enfrenta na área econômica.
Ao falar sobre a economia brasileira, o ex-presidente disse que acompanha "certo pânico das pessoas com a perspectiva da inflação chegar à casa dos 9%" - a inflação corrente de doze meses, até o mês de maio, está em 8,47%, e a expectativa, segundo a última pesquisa Focus, é que o índice feche 2015 em 9%.
Para Lula, apesar de muita gente ganhar com a elevação deste índice, a alta da inflação acaba prejudicando quem vive de salário. "Tem gente que ganha muito, mas o trabalhador, não."
E, dirigindo-se à plateia formada por petroleiros, voltou a defender a afilhada política: "Tenho certeza que Dilma tem obsessão em trazer a inflação para o centro da meta, e ela está tomando as atitudes certas para isso."
E lembrou que, quando assumiu o seu primeiro mandato, depois do governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, herdou uma inflação de 12%.
Lula disse que o mau humor que tomou conta do país não é gratuito.
"Tem gente que dá a notícia mais negativa possível para tentar desestabilizar o governo e criminalizar o PT e as esquerdas", afirmou, questionando se no Brasil é mesmo tudo muito ruim.
E culpou a oposição por não querer aceitar o resultado das urnas, nas eleições presidenciais de outubro do ano passado.
"Ganhamos as eleições numa disputa aguerrida e agressiva, a sociedade brasileira deu a vitória à presidenta Dilma e nossos adversários parecem que não querem aceitar o resultado até hoje. Ninguém perdeu mais eleição do que eu e todas as vezes acatei o resultado, eles resolveram não acatar. Nunca vi tanta agressividade à instituição Presidência da República como estou vendo agora", disse.
Ainda na defesa de Dilma, Lula frisou que jamais viu tanta agressividade dirigida a ela.
"Achei sempre que o problema era comigo, por ser nordestino e sem diploma universitário. Nunca vi tanta agressão como a que a companheira Dilma tem sofrido. Peço a Deus para Dilma não perder a tranquilidade."
Lula reconheceu, em outra parte do discurso, que o país vive tempos difíceis, mas garantiu que Dilma irá arrumar o Brasil, citando a agenda positiva que a presidente da República vem adotando desde o mês passado, como o acordo com a China, a viagem aos Estados Unidos, os investimentos em infraestrutura.
"Além de outras medidas que ela vai anunciar em breve, como mais três milhões de casas do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), e o Pátria Educadora, um programa revolucionário para este país."
O ex-presidente insistiu que a presidente adote a estratégia de ir às ruas e disse que ele mesmo também prepara uma agenda, com ajuda da equipe de seu instituto, para viajar pelo país.
Ele disse que ficar em gabinete em Brasília "esperando" serve apenas para ouvir reclamações e pedidos de políticos.
"A Dilma, diante de todas as coisas que ela tem que fazer, tem que priorizar andar por esse país, tem que botar o pé na estrada, em vez de ficar na televisão e na internet ouvindo pessoas falando mal dela", afirmou.
Petrobras
Além de defender Dilma e conclamar os petroleiros a fazerem o mesmo, Lula disse também que é fundamental defender a própria estatal. "A Petrobras não é só corrupção, é uma empresa respeitada mundialmente e muito importante."
Ele comparou a situação da Petrobras com times de futebol brasileiros. "Uma empresa desse tamanho é que nem o Flamengo, está ruim agora, mas tem recuperação. Ou que nem meu Vasco, que está ruim, mas pode melhorar", afirmou.
Lula disse ainda que uma empresa "do tamanho da Petrobras" não pode ser associada à palavra crise. "Uma empresa que tem o potencial que tem a Petrobras devia ter uma placa de 'proibido usar a palavra crise'. Essa empresa tem o futuro garantido."
Ele voltou a argumentar que o lucro da Petrobras cresceu muito durante a gestão petista, dele e de Dilma, no governo federal e exaltou o pré-sal.
Lula ressaltou também a estratégia de construção de refinarias - uma das áreas mais investigadas por suspeita de corrupção na operação Lava Jato - como um caminho para o país se desenvolver na cadeia do petróleo.
Maioridade penal
E, falando da polêmica em torno da PEC que reduz a maioridade penal no país, Lula se posicionou contrário à medida, assim como o governo.
"É uma irresponsabilidade querer jogar nas costas de meninos de 16 anos a responsabilidade de coisas que os governos estão deixando de fazer. Não se acaba com a violência colocando moleques na cadeia."
São Paulo - Diferente da postura crítica que vinha adotando em relação à administração da sucessora e afilhada política, Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu nesta sexta-feira, 03, em defesa da presidente da República em discurso realizado na 5ª Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros (FUP).
"A crise no país não é responsabilidade da Dilma ", disse Lula, responsabilizando o cenário externo pelas dificuldades que o Brasil enfrenta na área econômica.
Ao falar sobre a economia brasileira, o ex-presidente disse que acompanha "certo pânico das pessoas com a perspectiva da inflação chegar à casa dos 9%" - a inflação corrente de doze meses, até o mês de maio, está em 8,47%, e a expectativa, segundo a última pesquisa Focus, é que o índice feche 2015 em 9%.
Para Lula, apesar de muita gente ganhar com a elevação deste índice, a alta da inflação acaba prejudicando quem vive de salário. "Tem gente que ganha muito, mas o trabalhador, não."
E, dirigindo-se à plateia formada por petroleiros, voltou a defender a afilhada política: "Tenho certeza que Dilma tem obsessão em trazer a inflação para o centro da meta, e ela está tomando as atitudes certas para isso."
E lembrou que, quando assumiu o seu primeiro mandato, depois do governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, herdou uma inflação de 12%.
Lula disse que o mau humor que tomou conta do país não é gratuito.
"Tem gente que dá a notícia mais negativa possível para tentar desestabilizar o governo e criminalizar o PT e as esquerdas", afirmou, questionando se no Brasil é mesmo tudo muito ruim.
E culpou a oposição por não querer aceitar o resultado das urnas, nas eleições presidenciais de outubro do ano passado.
"Ganhamos as eleições numa disputa aguerrida e agressiva, a sociedade brasileira deu a vitória à presidenta Dilma e nossos adversários parecem que não querem aceitar o resultado até hoje. Ninguém perdeu mais eleição do que eu e todas as vezes acatei o resultado, eles resolveram não acatar. Nunca vi tanta agressividade à instituição Presidência da República como estou vendo agora", disse.
Ainda na defesa de Dilma, Lula frisou que jamais viu tanta agressividade dirigida a ela.
"Achei sempre que o problema era comigo, por ser nordestino e sem diploma universitário. Nunca vi tanta agressão como a que a companheira Dilma tem sofrido. Peço a Deus para Dilma não perder a tranquilidade."
Lula reconheceu, em outra parte do discurso, que o país vive tempos difíceis, mas garantiu que Dilma irá arrumar o Brasil, citando a agenda positiva que a presidente da República vem adotando desde o mês passado, como o acordo com a China, a viagem aos Estados Unidos, os investimentos em infraestrutura.
"Além de outras medidas que ela vai anunciar em breve, como mais três milhões de casas do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), e o Pátria Educadora, um programa revolucionário para este país."
O ex-presidente insistiu que a presidente adote a estratégia de ir às ruas e disse que ele mesmo também prepara uma agenda, com ajuda da equipe de seu instituto, para viajar pelo país.
Ele disse que ficar em gabinete em Brasília "esperando" serve apenas para ouvir reclamações e pedidos de políticos.
"A Dilma, diante de todas as coisas que ela tem que fazer, tem que priorizar andar por esse país, tem que botar o pé na estrada, em vez de ficar na televisão e na internet ouvindo pessoas falando mal dela", afirmou.
Petrobras
Além de defender Dilma e conclamar os petroleiros a fazerem o mesmo, Lula disse também que é fundamental defender a própria estatal. "A Petrobras não é só corrupção, é uma empresa respeitada mundialmente e muito importante."
Ele comparou a situação da Petrobras com times de futebol brasileiros. "Uma empresa desse tamanho é que nem o Flamengo, está ruim agora, mas tem recuperação. Ou que nem meu Vasco, que está ruim, mas pode melhorar", afirmou.
Lula disse ainda que uma empresa "do tamanho da Petrobras" não pode ser associada à palavra crise. "Uma empresa que tem o potencial que tem a Petrobras devia ter uma placa de 'proibido usar a palavra crise'. Essa empresa tem o futuro garantido."
Ele voltou a argumentar que o lucro da Petrobras cresceu muito durante a gestão petista, dele e de Dilma, no governo federal e exaltou o pré-sal.
Lula ressaltou também a estratégia de construção de refinarias - uma das áreas mais investigadas por suspeita de corrupção na operação Lava Jato - como um caminho para o país se desenvolver na cadeia do petróleo.
Maioridade penal
E, falando da polêmica em torno da PEC que reduz a maioridade penal no país, Lula se posicionou contrário à medida, assim como o governo.
"É uma irresponsabilidade querer jogar nas costas de meninos de 16 anos a responsabilidade de coisas que os governos estão deixando de fazer. Não se acaba com a violência colocando moleques na cadeia."