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A crise é aguda, mas pressa para quê?

Um olho na lei, outro no bolso. Ficou para esta terça-feira a votação na Câmara dos Deputados do plano de recuperação fiscal dos Estados (PLC 54/2016) apresentado pelo governo federal, e já aprovado pelo Senado. O texto caracteriza exigências para que os estados peçam resgate à União, como planejamento claro para frear o gasto com […]

CRISE NO RIO: apesar da urgência, a assembleia estadual deixou para resolver o pacote anticrise em fevereiro  / Carlos Magno

CRISE NO RIO: apesar da urgência, a assembleia estadual deixou para resolver o pacote anticrise em fevereiro / Carlos Magno

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2016 às 05h51.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h44.

Um olho na lei, outro no bolso. Ficou para esta terça-feira a votação na Câmara dos Deputados do plano de recuperação fiscal dos Estados (PLC 54/2016) apresentado pelo governo federal, e já aprovado pelo Senado. O texto caracteriza exigências para que os estados peçam resgate à União, como planejamento claro para frear o gasto com a folha de pagamento e não contratar novas operações de crédito. Em outra frente, governadores cobram do governo aportes de até 178 bilhões de reais pelos próximos quatro anos – só em 2017, o rombo dos estados deve ser de 87 bilhões de reais.

O caso mais grave é do Rio de Janeiro. A Assembleia Legislativa estadual (Alerj) tinha votação marcada para esta terça-feira de quatro projetos de lei do pacote de ajuste enviado pelo governo Luiz Fernando Pezão (PMDB). Ficou para 2017. Mas o presidente da Casa, Jorge Picciani (PMDB), desistiu de votar quatro das propostas de arrocho, como o adiamento de reajustes de servidores da segurança pública para 2020 e o aumento das alíquotas previdenciárias do funcionalismo público de 11% para 14%.

Desta forma, o Rio coloca o ajuste fiscal em modo stand-by, vota nesta semana o orçamento de 2017 e entra em recesso até fevereiro. Até agora, com intensos protestos contra as reformas, foram aprovadas apenas sete das 22 na pauta, incluindo diminuição de 30% nos salários do governador, do vice e subsecretários no Executivo e aumento de alíquotas de ICMS.

Em entrevista coletiva nesta segunda, Picciani disse que, além do PL que corre hoje na Câmara, o Estado pode ser beneficiado pelo regime especial de tributação do petróleo e revisão dos cálculos dos royalties determinado pelo Supremo Tribunal Federal, um total de 5 bilhões de reais em receitas. O déficit do Rio de Janeiro para 2016 está previsto em 17,5 bilhões de reais.

No Rio Grande do Sul, o senso de urgência, pelo menos, é maior. De segunda a quarta desta semana está prevista a apreciação de 40 medidas do pacote fiscal apresentado no fim de novembro. As medidas são, entre outras, o corte de 20 para 17 secretarias, aumento da alíquota de previdência de funcionários de 13,25% para 14% e retirar a obrigatoriedade de plebiscito para privatizar empresas estatais. O déficit no estado deve ser de 2,3 bilhões de reais, enquanto o pacote prevê economia de 6,7 bilhões de reais para os próximos quatro anos. Só é preciso, claro, aprovar efetivamente as medidas.

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