A 14 meses do fim, o que sobrou do governo Temer?
ÀS SETE - O placar, que não somou sequer a maioria simples da Câmara, sinaliza que o governo terá dificuldades em aprovar próximas reformas
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2017 às 06h41.
Última atualização em 26 de outubro de 2017 às 07h52.
O dia seguinte à vitória na Câmara, que, por 251 votos, barrou a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer , será de juntar os cacos do governo. E também será hora de reavaliar a rotina do próprio presidente que, aos 77 anos, tem indicação de repouso após ter passado sete horas no hospital por obstrução urinária.
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Nesta quinta-feira, Temer de fato descansará de manhã, mas às 14h já recebe o deputado Saraiva Felipe (PMDB-MG) e às 15h assina o Contrato de Financiamento para o Município do Rio.
Auxiliares do Planalto avaliam que, apesar do placar decepcionante, era preciso passar essa barreira para retomar a agenda econômica.
Mas o placar, que não somou sequer a maioria simples da Câmara, sinaliza que o governo terá dificuldades em aprovar reformas, como a da Previdência, que necessita de 308 votos.
Logo após a sessão, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou a jornalistas que o governo vai ter que repensar a estratégia para reconstruir a maioria entre os parlamentares. A própria postura de Maia, daqui para frente, é central para entender qual o futuro deste governo. Como aliado do Planalto, ele foi essencial para as vitórias de Temer no Congresso.
Mas, nos últimos dias, protagonizou debates públicos com o governo. Ontem, afirmou que é hora de cada um dos deputados, a começar por ele, levar em frente propostas de interesse de seus eleitores. Para se reaproximar dos eleitores fluminenses, deve pautar temas ligados à segurança e a outorgas na exploração de petróleo.
A avaliação de analistas é que, a caminho de um ano eleitoral, Maia quer afastar a imagem de maior aliado de um governo com apenas 3% de aprovação popular. Além dele, é natural que, a cada dia que passa, cada vez mais parlamentares passe a olhar mais para as urnas em 2018 do que para a agenda do governo.
Uma economia em expansão tende a ajudar a reeleição de aliados, mas pautas impopulares, e de efeito no longo prazo, como a reforma da Previdência, ficam na berlinda.
Uma das grandes incógnitas é o PSDB, maior partido da base aliada do governo, que ontem deu 20 votos a favor do governo, e 23 contrários. O DEM e o próprio PMDB também deram menos votos ao governo que na votação da primeira denúncia.
Além de se recuperar fisicamente, o maior desafio de Temer, a partir desta quinta-feira, é mostrar que seu governo não acabou 14 meses antes do fim.