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3 lições de Barcelona para o Rio de Janeiro

Sede da Olimpíada de 1992, Barcelona é modelo seguido por anfitriãs dos Jogos. Veja três pontos que deveriam ser reproduzidos por aqui

Barcelona, capital da Catalunha (Wikimedia/Creative Commons)

Rita Azevedo

Publicado em 26 de novembro de 2015 às 09h05.

São Paulo - Há pouco mais de duas décadas, os moradores de Barcelona presenciaram uma grande transformação na cidade. Em alguns anos, as ruas vazias e renegadas por estrangeiros se tornaram um dos principais destinos turísticos da Europa, dezenas de projetos de infraestrutura saíram do papel e a economia local, antes estagnada, se transformou em uma das mais dinâmicas da Espanha.

A chave para todas essas mudanças foi a escolha da capital da Catalunha como sede da Olimpíada de 1992. A forma como os gestores da época prepararam a cidade para os Jogos fez com que, além de um desenvolvimento invejável, Barcelona ganhasse o título de exemplo para qualquer cidade que queira ser a anfitriã das competições.

No caso do Rio de Janeiro , a inspiração não poderia ser outra. “Barcelona soube aproveitar muito bem os talentos que tinha para criar uma nova economia e resolver problemas estruturais”, diz Thomaz Assumpção, presidente da consultoria Urban Systems que tratou do tema durante o EXAME Fórum Olimpíada, realizado na última terça-feira na capital fluminense. "O legado que esperamos dos Jogos do Rio é que eles reproduzam esse mesmo desenvolvimento sustentável".

Veja três lições de Barcelona apontadas pelo especialista que poderiam ser aplicadas em terras brasileiras:

1 - Investir na infraestrutura das cidades

Barcelona conseguiu com que 85% do dinheiro investido nos Jogos fossem em obras que ficassem como legado - como a reforma do aeroporto, a revitalização de áreas degradadas e a reforma do sistema de saneamento e coleta de lixo. Isso significa que boa parte dos gastos se tornaram investimentos na melhoria da vida da população.

Instalações obrigatórias, como a Vila Olímpica, foram construídas em uma área degradada da cidade, a região do porto. Com o fim das competições, os prédios viraram moradias e a área ganhou um novo centro comercial. Hoje, a mesma região recebe sozinha mais de 4 milhões de turistas por ano.


2- Pensar no amanhã - e no depois do amanhã

Pensando na continuidade dos projetos desenvolvidos no período pré-Olímpiada, a capital da Catalunha criou em 1993 - um ano após os Jogos - a Barcelona Regional, uma empresa pública responsável exclusivamente pela criação de novos projetos de infraestrutura e urbanismo.

Isso fez com que qualquer obra iniciada após esse período se enquadrasse no projeto maior, independente, por exemplo, de quem estivesse à frente da cidade.

3 - Desenvolver o turismo, mas pensar também em outros setores econômicos

Naturalmente, o turismo foi um dos setores mais desenvolvidas de Barcelona. Para não depender unicamente dele, Barcelona fez um esforço extra para encontrar outras áreas que tinham potencial e desenvolvê-las.

Para integrá-las, foram criadas áreas como o @22. Localizado no bairro de Poblenou, o cluster concentra empresas de comunicação, tecnologia e equipamentos numa região que antes só abrigava antigas fábricas.

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São Paulo - Há pouco mais de duas décadas, os moradores de Barcelona presenciaram uma grande transformação na cidade. Em alguns anos, as ruas vazias e renegadas por estrangeiros se tornaram um dos principais destinos turísticos da Europa, dezenas de projetos de infraestrutura saíram do papel e a economia local, antes estagnada, se transformou em uma das mais dinâmicas da Espanha.

A chave para todas essas mudanças foi a escolha da capital da Catalunha como sede da Olimpíada de 1992. A forma como os gestores da época prepararam a cidade para os Jogos fez com que, além de um desenvolvimento invejável, Barcelona ganhasse o título de exemplo para qualquer cidade que queira ser a anfitriã das competições.

No caso do Rio de Janeiro , a inspiração não poderia ser outra. “Barcelona soube aproveitar muito bem os talentos que tinha para criar uma nova economia e resolver problemas estruturais”, diz Thomaz Assumpção, presidente da consultoria Urban Systems que tratou do tema durante o EXAME Fórum Olimpíada, realizado na última terça-feira na capital fluminense. "O legado que esperamos dos Jogos do Rio é que eles reproduzam esse mesmo desenvolvimento sustentável".

Veja três lições de Barcelona apontadas pelo especialista que poderiam ser aplicadas em terras brasileiras:

1 - Investir na infraestrutura das cidades

Barcelona conseguiu com que 85% do dinheiro investido nos Jogos fossem em obras que ficassem como legado - como a reforma do aeroporto, a revitalização de áreas degradadas e a reforma do sistema de saneamento e coleta de lixo. Isso significa que boa parte dos gastos se tornaram investimentos na melhoria da vida da população.

Instalações obrigatórias, como a Vila Olímpica, foram construídas em uma área degradada da cidade, a região do porto. Com o fim das competições, os prédios viraram moradias e a área ganhou um novo centro comercial. Hoje, a mesma região recebe sozinha mais de 4 milhões de turistas por ano.


2- Pensar no amanhã - e no depois do amanhã

Pensando na continuidade dos projetos desenvolvidos no período pré-Olímpiada, a capital da Catalunha criou em 1993 - um ano após os Jogos - a Barcelona Regional, uma empresa pública responsável exclusivamente pela criação de novos projetos de infraestrutura e urbanismo.

Isso fez com que qualquer obra iniciada após esse período se enquadrasse no projeto maior, independente, por exemplo, de quem estivesse à frente da cidade.

3 - Desenvolver o turismo, mas pensar também em outros setores econômicos

Naturalmente, o turismo foi um dos setores mais desenvolvidas de Barcelona. Para não depender unicamente dele, Barcelona fez um esforço extra para encontrar outras áreas que tinham potencial e desenvolvê-las.

Para integrá-las, foram criadas áreas como o @22. Localizado no bairro de Poblenou, o cluster concentra empresas de comunicação, tecnologia e equipamentos numa região que antes só abrigava antigas fábricas.

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