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1/3 dos idosos internados no país sofre de desnutrição

Pesquisadores avaliaram as condições de saúde de 19.222 pacientes internados em 110 hospitais brasileiros de 15 estados, entre 2010 e 2012


	Idosos: desnutrição dificulta evolução do paciente e aumento tempo internado, dizem especialistas
 (AFP / Sebastien Bozon)

Idosos: desnutrição dificulta evolução do paciente e aumento tempo internado, dizem especialistas (AFP / Sebastien Bozon)

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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2014 às 15h53.

São Paulo - Um terço dos idosos internados em hospitais do país apresenta desnutrição, segundo estudo realizado pela empresa Nestlé Health Science em parceria com universidades e hospitais brasileiros e obtido com exclusividade pelo Estado.

Os pesquisadores avaliaram as condições de saúde de 19.222 pacientes internados em 110 hospitais brasileiros de 15 estados, entre 2010 e 2012.

Os especialistas verificaram que 30,8% dos maiores de 60 anos estavam desnutridos e outros 38,4% apresentavam risco de desenvolver o problema.

Entre os adultos, 18,3% apresentavam risco de desnutrição ou desnutrição moderada e 5,7% tinham o problema em nível grave.

A partir da avaliação do quadro de cada paciente, foram definidas intervenções para que o cuidado hospitalar fosse aprimorado e para que a desnutrição fosse tratada.

A iniciativa fez parte do projeto Jovens Nutricionistas, que contou com a participação de 300 estudantes universitários da área.

Segundo a nutricionista Roseli Borghi, coordenadora do projeto, os idosos são mais propensos a um quadro de desnutrição e à ocorrência de uma doença que agrave o problema.

"Com o envelhecimento, a pessoa começa a perder massa magra e isso interfere na absorção dos nutrientes. Muitos começam a ter também problemas de dentição, de mastigação e deixam de se alimentar adequadamente", explica ela.

"O problema é que uma das principais consequências da desnutrição é o comprometimento do sistema imunológico", diz a nutricionista.

Com isso, dizem os especialistas, a desnutrição dificulta a evolução do paciente internado e, muitas vezes, prorroga o tempo de internação, aumentando o risco de infecção hospitalar e de outras complicações.

Por meio da pesquisa, os especialistas identificaram que a própria rotina hospitalar aumenta o risco.

"Muitas vezes, o paciente fica horas em jejum para um exame, que depois acaba cancelado. Ou, então, a própria doença o deixa sem apetite", diz Monica Meale, gerente executiva da Nestlé Health Science.

Ela diz que o ideal é que o paciente, sobretudo o idoso, seja acompanhado por uma equipe multidisciplinar, com a presença de um nutricionista.

"Às vezes, para melhorar o quadro, é necessário fracionar as refeições. Em outros casos, é preciso inserir uma suplementação. A família deve exigir do hospital esse cuidado", diz.

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