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Geada em Urupema (Marilia Sutil/ Futura Press/Estadão Conteúdo)
Jornalista freelancer
Publicado em 24 de outubro de 2023 às 19h05.
Última atualização em 24 de outubro de 2023 às 19h22.
Principalmente para quem mora no Sul do país, como na Serra Catarinense e Gaúcha, é comum em estações mais frias amanhecer com o quintal todo branco. O fato é que este fenômeno dificilmente é neve, e sim, geada. Especialistas na produção de trigo, arroz e milho, os agricultores do Sul do Brasil sofrem frequentemente com as geadas, já que o evento natural é capaz de acabar com plantações bem nas vésperas da colheita.
Mas afinal, o que é geada? Saiba tudo sobre esse fenômeno que acontece principalmente em locais com períodos de frio prolongado e com a presença de vapor de água próximo ao solo.
A geada é um fenômeno natural que basicamente congela superficialmente e, às vezes, como um todo, objetos, plantas e quaisquer elementos que estejam expostos e nas condições necessárias para o que ela aconteça.
Na agricultura, a geada é caracterizada pelo congelamento total dos tecidos vegetais, resultando na morte da plantação.
Geada é tudo igual? Na verdade, não. Há três tipos principais de geada:
Tipo de geada que acontece quando a temperatura cai, mas com o céu limpo, sem nuvens influenciando no processo de formação do fenômeno.
Já essa geada é formada quando uma massa de ar polar chega sobre a região, com queda brusca de temperatura e frentes frias.
Também é possível que a geada aconteça em duas etapas, com o céu limpo e também com massa de ar polar, sendo a geada mista, uma mistura da radiativa e da advectiva.
A geada se forma quando uma determinada região fica por períodos prolongados exposta a baixas temperaturas. Mais comuns no inverno, elas podem acontecer durante a passagem de uma frente fria, como também em noites muito geladas.
Na prática, o fenômeno acontece quando a temperatura chega a zero grau Celsius ou perto disso, somado ao vapor de água presente no ar. Com a junção destes dois fatores, temos a transformação de estado físico da água depositada, como orvalho na superfície de carros, plantas e objetos expostos ao tempo.
Além disso, a pressão atmosférica também pode influir na formação ou não da geada.. Bem como a falta de nuvens no céu, que pode contribuir para as baixas temperaturas necessárias para a formação do fenômeno.
Todos os anos, a partir de Maio, principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, são registradas matérias a respeito das baixas temperaturas e da formação de geadas.
O impacto nacional é muito sentido, pois a agricultura e agropecuária são dois dos principais mercados do país. Por volta de 1980, o Projeto Geada, instituído pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), utilizava satélites meteorológicos para indicar informações que pudessem ser utilizadas pelos agricultores.
Desde então, novos equipamentos aferidores têm sido utilizados, a problemática é que ao mesmo passo em que a evolução da tecnologia fornece novas ferramentas para a prevenção de geadas, a degradação do meio ambiente tem deixado os fenômenos cada vez mais difíceis de serem previstos.
Apesar de serem fenômenos que acontecem quando o vapor d'água passa do estado gasoso para sólido, a neve surge a partir das nuvens, enquanto a geada acontece na superfície do que está exposto ao tempo.
Em grandes altitudes, sob baixíssimas temperaturas, a neve surge das nuvens. O vapor da água se transforma em cristais de gelo. Ainda em sua queda até a superfície terrestre, o cristal pode derreter e chegar ao solo em forma de chuva.
As nevascas são bastante raras, pelo menos aqui no Brasil, enquanto as geadas podem ocorrer com maior frequência.
No Sul do país, é comum que o fenômeno aconteça no máximo duas vezes ao ano, apenas em cidades que possuam altitude com mais de 800 metros, enquanto as geadas são muito mais frequentes e também podem ocorrer no Centro-Oeste do país.