São Paulo – Israel é um país conhecido pelo fenômeno StartupNation. O cenário de empreendedorismo em tecnologia é forte e isso atrai nomes famosos do mercado para o país, como Intel, Google e até a Volkswagen. Muito do que se faz lá é pesquisa e inovação em diversos setores, como inteligência artificial, cibersegurança ou saúde. Fomos até Jesuralém, Haifa e Tel Aviv conhecer algumas empresas israelenses e a startup que mais chamou nossa atenção foi a ReWalk Robotics. Ela tem um exoesqueleto feito para ajudar pessoas com deficiência a voltar a andar.
Fundada em 1999, a startup busca a liderança em um mercado em ascensão. Com um equipamento de 26 kgs vendido a 90 mil dólares por unidade, a companhia vendeu 450 exoesqueletos pelo mundo. Ele permite que uma pessoa ande por quatro horas seguidas com apenas uma carga.
Radi Kaiuf, usuário (que também faz parte da companhia), sofreu um ferimento no exército em 1988 e perdeu os movimentos das pernas por causa de uma lesão na oitava vértebra torácica T8.
Em uma apresentação para jornalistas, Kaiuf foi capaz de ficar em pé, caminhar sem dificuldade por uma sala e chegou até mesmo a subir escadas. Esse modo de uso é diferente do de caminhada e requer ativação manual para que a pessoa suba lentamente degrau por degrau de uma escada em segurança. Um passo de cada vez, o usuário consegue subir a escada. Descer também é possível.
O exoesqueleto não é um robô por si só. O usuário precisa inclinar o corpo para frente e usar as muletas para caminhar.
Para Kaiuf, o exosqueleto não só devolveu a capacidade de andar, mas permitiu que ele olhasse as pessoas nos olhos no dia a dia e também reduziu os efeitos negativos de saúde típicos de alguém que não pode caminhar.
O próximo produto da empresa se chamará Restore e será voltado para um mercado mais amplo. Idosos, pessoas com paralisia cerebral, vítimas de AVC ou esclerose múltipla poderão usar o aparelho, previsto para 2019.
O Brasil ainda não possui nenhum produto da ReWalk em centros de reabilitação. A empresa disse ter encontrado dificuldade junto aos órgãos regulatórios nacionais para viabilizar a adoção de exoesqueletos no país. Por enquanto, não há previsão de quando ou se o produto chegará ao Brasil.
*O jornalista viajou a convite do Jerusalém Press Club