Computador de mão não é sinônimo apenas para smartphone. Com medidas de largura e profundidade inferiores às de um estojo de CD, o minidesktop Zbox Nano também merece esse título. A maquininha tem uma configuração semelhante à de um netbook com APU, componente que reúne processador e chip gráfico em uma única peça. Ele pode ser usado para acessar a internet, trabalhar com aplicativos de vídeo em alta definição e reproduzi-los na telona. O Wi-Fi, a saída HDMI e o controle remoto facilitam tudo. A cópia de arquivos e a conexão de HDs externos e periféricos são feitas por quatro portas USB, duas delas no padrão USB 3.0. Nos testes com o Windows 7 e Linux instalados no Zbox Nano, a execução de vídeos em 1080p foi perfeita. Mas ele não vem com sistema, mouse e teclado. 

 Testamos toneladas de computadores com processadores ARM e Intel aqui no INFOlab. Portanto, toda vez que uma plataforma AMD aparece em nossa porta, é como se uma rajada de ar fresco invadisse nosso recôndito laboratório. Além disso, não estamos falando de qualquer AMD, e sim do E-350, um dos melhores system-on-a-chip de baixa dissipação que a AMD tem a oferecer. Isoladamente, a CPU desse chip não é muito especial: seus dois núcleos rodam a um clock de 1,6 GHz. Ainda assim, esse processador tem suporte à out-of-order-execution, o que significa, basicamente, que o E-350 pode ser mais eficiente que o Atom da Intel, apesar do clock mais baixo. 

 No benchmark de desempenho geral PCMark 7, o Zbox alcançou 1023 pontos. Essa marca é previsivelmente inferior à do Mac mini porque o processador daquele minidesktop é de outra natureza, tendo sido desenhado para um consumo e dissipação de energia muito superiores aos do E-350. Essa diferença pode ser percebida fisicamente: o Mac mini é mais barulhento do que o Zbox em consequência da ação do sistema de refrigeração.

 A parte mais interessante do E-350 é o fato de que o mesmo bloco de silício que contém a CPU abriga também uma GPU (Radeon HD 6310) bem versátil. Já elogiamos a habilidade gráfica desse chip em outras resenhas, comentando principalmente o suporte ao DirectX11. Com efeito, se você colocar um pouco mais de RAM no Zbox, o pequeno é perfeitamente capaz de rodar uma seleção de jogos impressionante para uma GPU integrada. Só por ser capaz de rodar o benchmark 3DMark 11, o Zbox já é excepcional, mas sua pontuação foi compreensivelmente baixa: 290 pontos.

Caso você pretenda usar a caixinha como um media center (o que é altamente recomendável), esse chip também não vai lhe decepcionar. Além de suportar a carga da esmagadora maioria das codificações de vídeo e áudio, ele é especializado na decodificação de alguns formatos, como o popular H.264. Em outras palavras, excetuando-se combinações absurdas como 1080p a 60 fps, você pode jogar qualquer filme no Zbox sem se preocupar com atrasos.

O Zbox vem com um HD de 320 GB (5400 RPM) e 2 GB de RAM. Essa configuração é mais do que o suficiente para rodar um Linux com o software de media center XBMC sem problema algum. Como mencionamos no início desta resenha, essa PC não vem com sistema operacional, fato que deve desanimar quem é novo no mundo da computação. Para complicar, ele também não tem um drive óptico, o que significa que você terá que se dar ao trabalho de criar um pen-drive ou um cartão de memória bootável para instalar um sistema. 

 Quem quiser utilizar o Zbox como desktop provavelmente vai precisar expandir a RAM. Inversamente, quem desejar usá-lo como media center provavelmente vai querer aumentar o espaço de armazenamento. Mas não se preocupe, a Zotac reconhece essas necessidades. É muito fácil acessar tanto o HD quanto o slot de SO-DIMM (placa RAM de notebook). Você sequer precisa de uma chave: basta girar os pés de apoio do Zbox para retirar a tampa. Contudo, a capacidade de expansão da RAM é um tanto limitada. Esse minidesktop só aceita uma única placa de até 4 GB com frequência de 1066 MHz. 

 No campo da conectividade, o Zbox vai um pouco além da média com o já mencionado par de USB 3.0. Uma dessas rápidas portas poderia, por exemplo, ser usada para ligar o computador a um HD externo permanentemente, o que eliminaria a necessidade de expandir a memória interna. De resto, a caixa oferece ethernet, eSATA, Wi-Fi n, bluetooth e um leitor de cartão (MSpro, SDHC, SDXC e MS), sem falar nas duas P2 para fone e microfone. A tão importante interface de vídeo fica a cargo de uma HDMI e de uma Display Port. O drive óptico faz falta para qualquer aparelho que tenha pretensões de media center, mas a Zotac seguiu a concorrência nesse ponto e dispensou o leitor de discos. Uma saída de áudio dedicada também seria uma adição conveniente, apesar da presença da HDMI. 

 A Zotac foi sensível o suficiente para perceber que o melhor emprego do Zbox é a reprodução de mídia. Consequentemente, a fabricante incluiu um controle remoto projetado para funcionar em conjunto com o Windows Media Center. Mas quem estiver planejando usar o Linux não precisa se preocupar pois o XBMC também é compatível com esse controle.

 No final das contas, é difícil negar que o desempenho do Zbox como computador de mesa é relativamente limitado, apesar de todos os truques de que o processador E-350 é capaz. Aqueles que estiverem procurando um PC compacto devem preferir alternativas mais potentes, como o Mac mini. Ainda assim, o Zbox é muito mais versátil que qualquer aparelho dedicado exclusivamente à função de media center.

Ficha técnica

Processador	APU AMD E-350 1,6 GHz
Armazenamento	HD de 320 GB
Conexões	Wi-Fi n, Bluetooth
SO	Sem sistema operacional
RAM	2 GB

Avaliação técnica

Prós	Configuração adequada para um media center; boa conectividade, incluindo duas USB 3.0; fácil acesso ao HD e à RAM;
Contras	Não tem sistema operacional; não tem drive óptico; desempenho fraco para um computador de mesa;
Conclusão	Como desktop, o Zbox não tem nada de excepcional a oferecer; como media center, ele é um dos aparelhos mais versáteis do mercado;
Média	7.9
Preço	R$ 1299