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Yahoo é pressionado após revelação de contas hackeadas

O Yahoo! informou que está trabalhando em estreita colaboração com as autoridades americanas competentes nesse assunto para investigar o ataque


	Yahoo!: os hackers roubaram dados pessoais como datas de nascimento, endereços de e-mail, números de telefone e senhas
 (Justin Sullivan/AFP)

Yahoo!: os hackers roubaram dados pessoais como datas de nascimento, endereços de e-mail, números de telefone e senhas (Justin Sullivan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2016 às 14h55.

O grupo Yahoo! enfrentava nesta sexta-feira fortes pressões para explicar como mais de 500 milhões de contas de usuários no final de 2014 foram hackeadas por uma organização, segundo a companhia, vinculada a um Estado.

A invasão é uma das mais importantes já registradas contra uma empresa americana. Em 2012, o portal internet afirmava ter mais de um bilhão de contas em sua base de dados.

Os hackers roubaram dados pessoais como datas de nascimento, endereços de e-mail, números de telefone e senhas, informou o grupo na quinta-feira. Ao mesmo tempo, o Yahoo! garantiu que os dados bancários dos usuários não foram afetados.

O Yahoo! informou que está trabalhando em estreita colaboração com as autoridades americanas competentes nesse assunto para investigar o ataque.

"A investigação não encontrou nenhum elemento que mostre que a entidade em questão está presente atualmente no sistema de informática do Yahoo!", afirmou o grupo em um comunicado.

A empresa informou os usuários afetados.

O portal americano não cita o nome do grupo suspeito de executar o ataque.

Mudança das senhas

Em agosto, um "hacker" identificado como "Peace" ofereceu em diversos fóruns na internet 200 milhões de nomes de usuários de de senhas do Yahoo! por 1.900 dólares no total.

"Peace" é conhecido por ter feito o mesmo com os dados de usuários do Myspace e LinkedIn.

"Se eu fosse obrigado a anunciar a má notícia de que minha empresa foi atacada e que pelo menos 500 milhões de contas foram afetadas, me sentiria melhor dizendo que os hackers são patrocinados por um Estado que dizer que se trata de um grupo de jovens de 15 anos de um lugar de fama ruim da cidade", disse o especialista em segurança Graham Cluley.

Apesar do Yahoo! afirmar que adotou todas as medidas necessárias para proteger as contas afetadas, a empresa recomenda aos internautas que não trocaram as senhas desde 2014 que o façam o mais rápido possível, além de alterar as perguntas e respostas de segurança.

Também recomenda aos usuários que examinem suas contas para constatar que não há atividades suspeitas.

A empresa aconselha a não abrir links ou fazer o download de arquivos anexados procedentes de e-mails suspeitos, além de manter a vigilância ante qualquer pedido de informação pessoal.

Yahoo! recorda que os ataques a sistemas dos grupos de tecnologia por grupos vinculados a Estados aumentaram nos últimos anos.

A invasão pode afetar a venda, por 4,8 bilhões de dólares, anunciada em julho, das atividades de internet (Yahoo Mail, Yahoo News, etc) do grupo à operadora de telefonia Verizon. O preço pode ser alterado.

"Temos informações limitadas sobre o impacto do ataque. Vamos avaliar as consequências com o avanço da investigação e em função dos interesses da Verizon", destacou a operadora.

Este não foi o primeiro caso de ataque contra a base de dados do Yahoo!: em 2012, hackers roubaram as senhas e nomes de usuários de 453.000 contas.

Ciberataques em massa

Apesar de não haver um relatório oficial sobre os casos mais importantes, muitos especialistas indicam que o ataque ao Myspace - revelado no início do ano - seria o maior até a presente data, com 360 milhões de usuários hackeados.

Em 2014, a firma Hold Security, especializada em detectar invasões on-line, diss que um grupo russo hackeou 1,2 bilhão de nomes de usuários e contrassenhas, mas não deu detalhes das companhias afetadas.

Além do Yahoo!, as piratarias se multiplicaram nos últimos meses nos Estados Unidos, a maioria contra sistemas informáticos de grandes grupos como Home Depot e Target, o primeiro banco americano JPMorgan Chase, a seguradora Anthem ou os estúdios de cinema Sony Pictures Entertainment. Em vários casos, os suspeitos de pirataria estariam na China.

Em 10 anos, os ciberataques contra empresas americanas dispararam quase 400%, segundo a consultora Identity Theft Resource Center.

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