Vendas de celulares voltam a subir com a flexibilização da quarentena
Depois de um tombo em abril, a quantidade de smartphones vendidos no Brasil voltou a subir em maio e junho, indica estudo da consultoria alemã Gfk
Maria Eduarda Cury
Publicado em 27 de junho de 2020 às 07h04.
Com o afrouxamento do isolamento social, os smartphones voltaram a ser destaque nas vendas no varejo. Entre o fim de maio e junho, os consumidores voltaram a adquirir aparelhos celulares no Brasil, depois de um declínio de vendas em março e abril. No último mês, as vendas aumentaram 27% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os dados são da consultoria alemã GfK, especializada em análises do mercado de consumo, que realizou um estudo comparativo para analisar o desempenho dos principais produtos vendidos no Brasil durante a quarentena.
O estudo dividiu o período da pandemia em quatro fases: a fase de vida normal, a fase do pânico, a fase de adaptação e a fase de adaptação 2.
Durante a fase de vida normal, que teve início na primeira semana do ano e durou 12 semanas, os produtos que tiveram mais destaque foram aspirador-robô (86% de aumento), máquinas de lavar e secar (38%), modelador de cabelo (22%) e notebooks (22%).
Nesse primeiro momento, os aparelhos celulares não tiveram um bom desempenho. Seu aumento durante os três primeiros meses do ano foi de apenas 5% em relação ao último ano. Em seguida, durante a fase de pânico -- após o início do isolamento social -- as vendas de celulares despencaram 41%, refletindo o baixo interesse pelo produto durante a quarentena.
Na mesma fase do pânico, o aspirador-robô também foi o produto que registrou o maior aumento (682%), seguido de aspirador de pó (54%) e videogames (41%).
Já na fase seguinte (adaptação 1), que começou em abril, o aspirador robô também se destacou (aumento de 914%) -- e os aparelhos celulares começaram a demonstrar um melhor desempenho, com um aumento de 13% sobre o mesmo período de 2019. Outros aparelhos que também tiveram crescimento foram novamente aspirador de pó (98%), videogame (88%), além de notebooks (85%), tablets (73%) e mixers (61%).
Por último, na fase de adaptação 2, os aparelhos celulares voltaram a subir, atingindo um patamar 27% mais alto em relação ao ano passado, o que indica que os brasileiros estão voltando a investir em produtos não essenciais para os cuidados de casa. A lista dos equipamentos que mais tiveram crescimento nesse período, no entanto, continuou sendo liderada pelos aspiradores-robô (veja tabela abaixo).
Produto | Crescimento sobre o mesmo período de 2019 (em %) |
Aspirador Robô | 766% |
Batedeiras | 101% |
Aspirador de Pó | 100% |
Video Game Console | 97% |
Notebooks | 92% |
Fritadeiras | 89% |
Tablet | 82% |
Mixers | 81% |
Processadores de alimentos | 69% |
Desktop | 66% |
Modelador de Cabelo/Prancha | 66% |
Celulares/smartphones | 27% |
A pesquisa demonstra que os brasileiros têm usado cada vez mais serviços digitais para realizar suas ações cotidianas, e a tendência é que esse hábito se torne uma prática comum mesmo depois da pandemia.