Tecnologia

Vacina mais avançada contra malária perde eficácia com tempo

Os resultados sugerem que a capacidade protetora desta vacina varia de acordo com as populações


	Vacina: os resultados sugerem que a capacidade protetora desta vacina varia de acordo com as populações
 (Joe Raedle/AFP)

Vacina: os resultados sugerem que a capacidade protetora desta vacina varia de acordo com as populações (Joe Raedle/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2016 às 19h41.

A vacina experimental RTS,S, a mais avançada contra a malária, perde grande parte da sua eficácia após alguns anos, de acordo com os resultados de um ensaio clínico realizado no Quênia com crianças, publicados na quarta-feira nos Estados Unidos.

A proteção também diminui mais rapidamente em pessoas que vivem em zonas onde os índices de malária são maiores que a média, disseram os pesquisadores britânicos, cujo estudo foi publicado na revista americana New England Journal of Medicine.

Os resultados sugerem que a capacidade protetora desta vacina varia de acordo com as populações, e mostram a necessidade de pesquisas adicionais para encontrar a maneira mais eficaz de utilizá-la, afirmaram os cientistas.

Atualmente, não existe nenhuma vacina homologada contra a malária. A RTS,S, desenvolvida pelos laboratórios britânicos GlaxoSmithKline, é a vacina experimental que está em estágio de desenvolvimento mais avançado.

A vacina já tinha sido testada em um amplo ensaio clínico realizado em sete países africanos, e no ano passado a Agência Europeia de Medicamentos deu uma "opinião científica positiva" para seu uso.

Mas o estudo atual, envolvendo 447 crianças com idades entre cinco e 17 meses, trouxe uma perspectiva diferente.

Cientistas do programa de pesquisa KEMRI-Wellcome Trust em Kilifi, Quênia, dividiram os participantes em dois grupos, um que recebeu três doses da vacina RTS,S e um grupo de controle, para comparação, que foi vacinado apenas contra a raiva.

Durante o primeiro ano, a taxa de proteção das crianças vacinadas contra a malária foi de 35,9%. Porém, quatro anos depois, essa taxa caiu para 2,5%. Em média, ao longo de sete anos, a vacina foi considerada apenas 4,4% efetiva contra a doença.

Além disso, entre as crianças que eram expostas com mais frequência à malária, causada por um parasita do gênero Plasmodium e transmitida por mosquitos infectados, o número de casos da doença foi ligeiramente maior no grupo vacinado (1.002 casos) do que no grupo de controle (992) após cinco anos.

Isso se explicaria pelo fato de que as crianças vacinadas desenvolvem sua imunidade natural mais lentamente que os que não receberam a vacina, um fenômeno observado em estudos anteriores, de acordo com os pesquisadores.

"Nosso estudo sugere que uma quarta dose da vacina RTS,S poderia ser importante para manter a proteção por mais tempo", disse Ally Olotu, autor principal do estudo.

A malária matou mais de 400.000 pessoas no mundo todo em 2015, 90% delas na África subsaariana, e em sua maioria crianças menores de cinco anos.

Acompanhe tudo sobre:DoençasEpidemiasMaláriaQuêniaVacinas

Mais de Tecnologia

Como a greve da Amazon nos EUA pode atrasar entregas de Natal

Como o Google Maps ajudou a solucionar um crime

China avança em logística com o AR-500, helicóptero não tripulado

Apple promete investimento de US$ 1 bilhão para colocar fim à crise com Indonésia