YouTube: vídeos com informações imprecisas estão entre os mais assistidos no site (Getty Images/Reprodução)
Lucas Agrela
Publicado em 15 de maio de 2020 às 15h46.
Última atualização em 18 de maio de 2020 às 19h25.
Um a cada quatro vídeos mais vistos no YouTube sobre a doença covid-19, causada pelo novo coronavírus, contém informações enganosas ou imprecisas. É isso que indica um novo estudo publicado no periódico BMJ Global Health, uma das mais influentes e conceituadas publicações sobre medicina no mundo.
Os pesquisadores alertam para os riscos que as informações imprecisas levam à população global, especialmente porque o alcance desses conteúdos às pessoas é maior do que em outras pandemias, como na gripe H1N1.
Foram considerados no estudo 69 vídeos, em inglês, que foram os mais vistos em 21 de março deste ano. Os conteúdos tiveram quase 260.000 visualizações.
As informações enganosas ou imprecisas mais comuns nos vídeos do YouTube são sobre empresas farmacêuticas que já têm a cura para a covid-19, mas se recusam a liberá-la, variantes mais letais do novo coronavírus, entre outras teorias conspiratórias que não têm embasamento em pesquisas científicas de universidades renomadas ou órgãos oficiais de saúde pública.
Para os pesquisadores, apesar de as redes sociais e a internet como um todo serem benéficos em muitos casos, elas também têm potencial para causar danos. Os cientistas afirmam que os conteúdos de fontes respeitadas e oficiais de informação não têm o merecido alcance ao público na internet.
O YouTube Brasil informou, em nota, o seguinte:
"Estamos sempre interessados em ver estudos sobre o YouTube e buscar formatos de parceria com pesquisadores. No entanto, acreditamos que a pesquisa mencionada não reflete com precisão quais canais e vídeos são populares no YouTube, uma vez que é difícil tirar conclusões amplas de amostras muito pequenas, e o próprio estudo reconhece as limitações da amostra utilizada. Temos o compromisso de fornecer informações oportunas e úteis neste momento crítico. Até agora, já removemos milhares e milhares de vídeos por violar nossas políticas relacionadas à covid-19 e direcionamos dezenas de bilhões de usuários para sites de organizações de saúde globais e locais por meio de nossa página inicial e nossos painéis de informações."
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