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Uber e Lyft criam plano com benefícios para motoristas e entregadores

Após vitória em novembro, empresas ficaram livres da obrigação de registrar motoristas na Califórnia. Mas agora lidam com a insatisfação dos trabalhadores

Uber e Lyft enfrentam a insatisfação de motoristas nos Estados Unidos (Mario Tama / Equipe/Getty Images)
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Rodrigo Loureiro

Publicado em 14 de dezembro de 2020 às 19h48.

No começo de novembro, uma votação realizada nos Estados Unidos deixou a vida dos motoristas de aplicativos como Uber e Lyft mais difícil com a vitória das empresas em relação aos motoristas e entregadores das plataformas. Um mês depois, Uber e Lyft revelaram a criação de novos benefícios para os trabalhadores da região da Califórnia. E que vai deixar as corridas caras.

Na época, foi decidido que motoristas e entregadores não possuem vínculo empregatício com as empresas. Com isso, operam de forma autônoma e com poucos direitos trabalhistas. A vitória foi essencial para as duas empresas. Ao lado da DoorDash, elas desembolsaram 200 milhões de dólares na campanha da aprovação da Proposition 22.

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Parece muito dinheiro, mas é uma verdadeira pechincha perto dos custos que o trio teria para manter uma gigantesca base de motoristas e entregadores como funcionários registrados, algo que poderia inviabilizar todo o negócio. Por outro lado, a decisão não agradou sindicatos e trabalhadores da área. A medida mais recente parece ser uma forma de lidar com esta insatisfação.

“Embora tenhamos ganhado a votação, ainda não terminamos ”, disse Dara Khosrowshahi, presidente da Uber, em uma postagem de blog anunciando os benefícios. “Na verdade, apenas começamos a melhorar o trabalho independente juntos.”

Cada empresa vai adotar a sua própria política para beneficiar os trabalhadores de seus aplicativos. Uber e Lyft informaram que os motoristas vão receber pelo menos 20% a mais o que o valor do salário mínimo na região em que dirigem, além de 0,30 dólar por cada milha percorrida. Os entregadores recebem apenas o primeiro benefício.

Ou seja, na Califórnia, onde o salário mínimo será de 14 dólares por hora em 2021, os motoristas terão que receber pelo menos 16,8 dólares por hora trabalhada, além dos 30 centavos de dólar por milha. Caso o valor não seja atingido, a Uber irá ressarcir os condutores. Importante: o cálculo só registra o tempo enquanto o motorista estiver transportando passageiros a bordo.

Caso o condutor recebe mais do que o mínimo garantido – já deduzido o valor que fica retido com as empresas –, ele não terá outra dedução e não há qualquer limite superior. As duas companhias também informaram que os trabalhadores ficam com 100% das gorjetas.

Em relação ao seguro de saúde, as duas empresas vão fornecer subsídios para trabalhadores com 15 horas ativas por semana e registrados em planos de saúde qualificados por cada programa de benefícios. O valor do desconto varia de acordo com as horas ativas trabalhadas por motoristas e entregadores em cada plataforma.

De acordo com o Financial Times , a Uber pretende aplicar uma taxa de 1,50 dólar por viagem realizada no aplicativo, e de 2 dólares para as entregas de refeições. Ou seja, o preço das viagens irá aumentar. A Lyft não revelou detalhes sobre o aumento de preços de seus serviços, mas a tendência é de que a estratégia seja semelhante.

Vale destacar que a Proposition 22 é válida somente na Califórnia. No Brasil, os motoristas e entregadores de empresas de aplicativo precisam seguir as normas impostas no país. Eles também não têm o registro profissional na carteira de trabalho.

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