Turquia rejeita tirar Facebook e YouTube do ar
Presidente turco descartou qualquer suspensão depois que o primeiro-ministro ameaçou bani-los por divulgação de gravações
Da Redação
Publicado em 7 de março de 2014 às 20h28.
Istambul - O presidente da Turquia , Abdullah Gul, descartou nesta sexta-feira qualquer suspensão ao Facebook e ao YouTube , depois que o primeiro-ministro Tayyip Erdogan ameaçou bani-los, numa tentativa de impedir adversários políticos de divulgarem anonimamente gravações que supostamente revelam casos de corrupção e outras irregularidades por parte do seu círculo íntimo.
Na gravação mais recente, divulgada na noite de quinta-feira no YouTube, Erdogan é supostamente ouvido ao telefone gritando impropérios ao dono de um jornal por causa de uma reportagem e sugerindo que os jornalistas fossem demitidos, num material que deve acentuar as preocupações com a liberdade de imprensa e com o estilo autoritário de Erdogan.
O premiê, que nega qualquer denúncia de corrupção, acusa seu ex-aliado Fethullah Gullen, um pregador muçulmano turco radicado nos EUA, de "fabricar" as gravações de áudio. Gulen, que nega envolvimento, tem muitos seguidores na Turquia, especialmente dentro da polícia e do Judiciário.
O presidente Gul, co-fundador do partido governista de raízes islâmicas AK, de Erdogan, disse que a liberdade de expressão é um valor importante sustentada por reformas do próprio governo.
"Fechar (os sites de mídia social) está fora de questão", disse Gul, quando questionado sobre a ameaça de Erdogan, acrescentando que, de acordo com uma lei recente, autoridades poderiam bloquear o acesso a material nos sites, se a privacidade de uma pessoa for violada.
"Estamos sempre orgulhosos das reformas que fizemos em relação à ampliação das liberdades", completou.
Em entrevista à emissora local ATV, transmitida na noite de quinta-feira, Erdogan havia levantado a opção de banir Facebook e YouTube depois das eleições locais de 30 de março.
"Estamos determinados a respeito desse assunto. Não deixaremos esta nação à mercê do YouTube e do Facebook...Vamos tomar as medidas necessárias da forma mais forte", disse ele.
Sobre a possibilidade de tais medidas incluírem a retirada dos sites do ar, ele disse: "Incluem, porque essas pessoas ou instituições encorajam todo tipo de imoralidade e espionagem para seus próprios fins." Não houve reação imediata por parte do Facebook e do YouTube.
A Turquia proibiu o YouTube por mais de dois anos, até 2010, depois que usuários postaram vídeos que o governo considerou insultantes ao fundador da República, Mustafa Kemal Ataturk.
Recentemente, o governo reforçou o controle da Internet, alegando a necessidade de defender a privacidade dos usuários. Críticos de Erdogan dizem que a nova lei foi mais uma tentativa de abafar as denúncias de corrupção que invadem as redes sociais e os sites de compartilhamento de vídeos.
Erdogan diz que essas denúncias são parte de uma campanha para desacreditá-lo e desestabilizar seu governo. Segundo ele, fragmentos de conversas reais foram usados em uma "montagem". A Reuters não foi capaz de confirmar a autenticidade das gravações.
Istambul - O presidente da Turquia , Abdullah Gul, descartou nesta sexta-feira qualquer suspensão ao Facebook e ao YouTube , depois que o primeiro-ministro Tayyip Erdogan ameaçou bani-los, numa tentativa de impedir adversários políticos de divulgarem anonimamente gravações que supostamente revelam casos de corrupção e outras irregularidades por parte do seu círculo íntimo.
Na gravação mais recente, divulgada na noite de quinta-feira no YouTube, Erdogan é supostamente ouvido ao telefone gritando impropérios ao dono de um jornal por causa de uma reportagem e sugerindo que os jornalistas fossem demitidos, num material que deve acentuar as preocupações com a liberdade de imprensa e com o estilo autoritário de Erdogan.
O premiê, que nega qualquer denúncia de corrupção, acusa seu ex-aliado Fethullah Gullen, um pregador muçulmano turco radicado nos EUA, de "fabricar" as gravações de áudio. Gulen, que nega envolvimento, tem muitos seguidores na Turquia, especialmente dentro da polícia e do Judiciário.
O presidente Gul, co-fundador do partido governista de raízes islâmicas AK, de Erdogan, disse que a liberdade de expressão é um valor importante sustentada por reformas do próprio governo.
"Fechar (os sites de mídia social) está fora de questão", disse Gul, quando questionado sobre a ameaça de Erdogan, acrescentando que, de acordo com uma lei recente, autoridades poderiam bloquear o acesso a material nos sites, se a privacidade de uma pessoa for violada.
"Estamos sempre orgulhosos das reformas que fizemos em relação à ampliação das liberdades", completou.
Em entrevista à emissora local ATV, transmitida na noite de quinta-feira, Erdogan havia levantado a opção de banir Facebook e YouTube depois das eleições locais de 30 de março.
"Estamos determinados a respeito desse assunto. Não deixaremos esta nação à mercê do YouTube e do Facebook...Vamos tomar as medidas necessárias da forma mais forte", disse ele.
Sobre a possibilidade de tais medidas incluírem a retirada dos sites do ar, ele disse: "Incluem, porque essas pessoas ou instituições encorajam todo tipo de imoralidade e espionagem para seus próprios fins." Não houve reação imediata por parte do Facebook e do YouTube.
A Turquia proibiu o YouTube por mais de dois anos, até 2010, depois que usuários postaram vídeos que o governo considerou insultantes ao fundador da República, Mustafa Kemal Ataturk.
Recentemente, o governo reforçou o controle da Internet, alegando a necessidade de defender a privacidade dos usuários. Críticos de Erdogan dizem que a nova lei foi mais uma tentativa de abafar as denúncias de corrupção que invadem as redes sociais e os sites de compartilhamento de vídeos.
Erdogan diz que essas denúncias são parte de uma campanha para desacreditá-lo e desestabilizar seu governo. Segundo ele, fragmentos de conversas reais foram usados em uma "montagem". A Reuters não foi capaz de confirmar a autenticidade das gravações.