Startup que 'liberta' restaurantes de apps prevê faturar 4x mais em 2021
A Goomer prevê faturar 20 milhões de reais em 2021 com o GoomerGo, plataforma que realiza deliveries com integração pelo WhatsApp
Laura Pancini
Publicado em 17 de abril de 2021 às 08h00.
O decreto da quarentena em março de 2020 marcou um novo início para a Goomer, startup com o propósito de apoiar a transformação digital de negócios alimentícios, que incluem desde restaurantes até agricultores e empreendedores individuais.
Antes responsáveis apenas pela facilitação da experiência do “balcão para fora”, com serviços de cardápios digitais e totens de autoatendimento dentro da loja, o fechamento dos comércios fez com que a Goomer precisasse tomar uma decisão rápida.
“Na sexta-feira [após o decreto], o movimento caiu 15%; sábado, 25%; domingo, 60%. Segunda-feira, tínhamos clientes pedindo ajuda e falando que precisavam congelar os pagamentos da mensalidade, porque suas lojas iriam fechar”, diz Felipe Maia Lo Sardo, CEO e cofundador da Goomer, em entrevista à EXAME .
Em menos de uma semana, a startup lançou o GoomerGo,plataforma para delivery de restaurantes integrada com o WhatsApp . Inicialmente gratuita, o novo lançamento conseguiu 20.000 novos cadastros em apenas dois meses e, até junho, a startup já havia se tornado uma das cinco maiores plataformas de delivery no Brasil , de acordo com Lo Sardo.
A vantagem de inserir o cardápio no GoomerGo é que o restaurante ganha uma página proprietária. O link pode ser compartilhado com os clientes via e-mail, redes sociais ou até mesmo nos aplicativos de mensagem. Ao concluir o pedido pela plataforma, o pedido do consumidor é enviado automaticamente no WhatsApp do estabelecimento.
“As plataformas de delivery ficaram muito competitivas e quem já vendia por lá antes da pandemia, passou a vender menos. Por isso, foi uma grande sacada nossa dar uma mínima organização aos restaurantes no recebimento dos pedidos via WhatsApp, sem cobrar comissão por cada pedido”, avalia Lo Sardo.
A monetização foi feita de outra forma, com patrocínios com gigantes como Heineken, Kibon e outras empresas, especialmente do ramo de bebidas, além de alguns aportes não divulgados. Após um ano no mercado, o GoomerGo lançou planos mensais a partir de R$ 29,90, oferecendo algumas funcionalidades extras, como painel de pedidos, aos restaurantes.
Ao longo de 2020, a nova solução conseguiu trazer uma economia de 50 milhões de reais aos bares e restaurantes brasileiros, com a ausência de taxas de comissão geralmente cobradas por marketplaces do setor, em um ano em que milhares de comércios foram a falência. Já todos os serviços oferecidos pela Goomer foram responsáveis por transacionar mais de 1 bilhão de reais em vendas durante 2020.
Em breve, um novo recurso do WhatsApp que irá permitir pagamentos via aplicativo irá facilitar ainda mais o processo de compra dos usuários do GoomerGo. Lo Sardo explica que, mesmo com pagamento online oferecido pelo app, muitos restaurantes ainda contam com a maquininha sendo levada até a casa do cliente, o que não é nada eficiente. No início de 2020, uma pesquisa realizada pelo Panorama Mobile Time com a Opinion Box, estimou que o aplicativo de mensagens estava presente em 99% dos celulares brasileiros.
Além do GoomerGo, a startup conta com outras ferramentas para restaurantes: cardápios digitais em tablets ou que aparecem no celular do cliente via código QR e um totem de autoatendimento.
Atualmente mais de 100 mil estabelecimentos do setor foodservice em 2.700 cidades do Brasil já utilizam uma ou mais soluções da startup, com franquias como Mania de Churrasco, The Fifties, Pizza Hut, Temaki Fry e Frutto do Parque. Até o final do ano, a previsão é de uma expansão de 420% do número de clientes.
Em 2021, a startup também prevê faturar 20 milhões de reais, 4 vezes mais do que o faturamento de 2020, avaliado em 5 milhões de reais.
“Hoje a Goomer soluciona todo o atendimento do estabelecimento, seja no delivery ou dentro do salão. Existimos para ser a parte da evolução dos restaurantes e encontrar a perfeita harmonia entre a tecnologia e o ser humano. A ideia é que as nossas soluções não substituam o trabalho humano, mas seja um potencializador do trabalho deles”, conclui Lo Sardo.