Carlos Naupari, presidente para o Brasil da startup Fligoo, e Priscilla Salles, vice-presidente comercial: um novo investimento para expandir as operações no Brasil (Fligoo/Divulgação)
Filipe Serrano
Publicado em 29 de setembro de 2020 às 06h54.
Última atualização em 29 de setembro de 2020 às 11h36.
A startup Fligoo, especializada em desenvolver soluções baseadas em inteligência artificial para empresas, acaba de levantar 40 milhões de reais em uma rodada de investimentos de série A. O aporte é liderado pelos fundos family office brasileiros 4P Investments, da família Pitanguy, e Fuse Capital, além do fundo Suquet Capital Partners, dos Estados Unidos.
Sediada em São Francisco, nos Estados Unidos, a startup foi fundada em 2013 pelos empreendedores argentinos Marcos Martínez e Lucas Olmedo, que viram a oportunidade de usar as técnicas avançadas de análise de dados e inteligência artificial para fornecer serviços e recomendações para as empresas. Hoje a startup tem entre os clientes companhias como Coca Cola, Itaú, Walmart e B2W.
O sistema da empresa conta com cerca de 4.000 algoritmos que ajudam as empresas a entender a dinâmica das suas operações e sugere ações, por exemplo, para aumentar as vendas ou evitar a perda de clientes. Em um dos clientes, um banco do Canadá, o sistema da empresa conseguiu aumentar em 22% as vendas de cartões de crédito fazendo uma análise do perfil dos clientes para descobrir quais deles tinham maior propensão a adquirir um cartão.
Em uma gestora de investimentos, o sistema foi usado para fazer recomendações de alocação de investimentos aos clientes a fim de evitar que eles retirassem o dinheiro dos fundos. Com isso, a empresa conseguiu evitar a saída de 300 milhões de dólares em investimentos.
Segundo Carlos Naupari, presidente da Fligoo no Brasil, o aporte da nova rodada de investimentos será usado na expansão internacional da empresa, com foco na operação no Brasil, e também para atrair novos talentos e aumentar a operação comercial. Hoje a startup conta com 53 pessoas na equipe, das quais 43 são cientistas de dados que trabalham na modelagem dos algoritmos.
“A gente tem uma grande oportunidade de virar a maior empresa de análise de dados avançada e inteligência artificial da América Latina, e também complementando os esforços nos Estados Unidos”, disse Naupari em entrevista à EXAME.
Apesar de ter pouco tempo de operação no Brasil, o país já se tornou um dos maiores mercados da startup, junto dos Estados Unidos e do Canadá. Das 15 grandes empresas que são clientes da startup, cinco estão no Brasil.
Segundo Naupari, a maior demanda das empresas em usar a tecnologia para ganhar mais eficiência é o que está por trás desse crescimento. É um movimento que foi acelerado durante a pandemia do novo coronavírus e que acabou ajudando na expansão das operações. Depois de aumentar a presença no Brasil, o objetivo da startup é buscar outros mercados na América Latina, como México, Colômbia e Peru.