Tecnologia

Sony enfrenta Facebook na corrida pela realidade virtual

A empresa tenta desenvolver um dispositivo de óculos de realidade virtual para o mercado de jogos


	Menino usando Oculus Rift: a principal concorrente é a Oculus VR Inc.
 (Bloomberg)

Menino usando Oculus Rift: a principal concorrente é a Oculus VR Inc. (Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2014 às 14h27.

São Francisco - Agora é Sony versus Facebook.

Depois de ser maltratada pela Apple Inc. e pela Samsung Electronics Co. durante mais de uma década, a Sony Corp. enfrenta mais uma rival de tecnologia, na tentativa de transformar o PlayStation 4 em uma potência de entretenimento e desenvolver um dispositivo de óculos de realidade virtual para o mercado de jogos.

E, pelo menos nesta batalha, o conglomerado com sede em Tóquio, que perdeu dinheiro em cinco dos últimos seis anos, pode ter uma vantagem.

A liderança da Sony nas vendas de consoles de videogame poderia dar um impulso ao Project Morpheus, que a empresa apresentará hoje na Electronic Entertainment Expo.

A principal concorrente é a Oculus VR Inc., a pioneira dos óculos de realidade virtual que está sendo comprada pela Facebook Inc.

“Não é só o peso da Sony, é o peso de um renovado negócio em jogos da Sony e o fato de que eles produzem programas de TV e filmes”, disse Mike Vorhaus, vice-presidente sênior da empresa de pesquisas Frank Magid Associates.

A divisão de videogames da Sony é um dos poucos focos de luz numa empresa cujo negócio de televisão não teve lucratividade em aproximadamente uma década e cujos smartphones e tablets são sempre mal sucedidos em comparação com os da Apple e da Samsung.

O jogo é apenas um dos incríveis usos do dispositivo de realidade virtual, que poderia se tornar um elemento padrão para experiências que colocam os usuários mais perto, ou até mesmo dentro, da ação, como assistir a esportes ou a aulas on-line.

Os estúdios de filme e televisão da Sony podem alimentar seus consoles com um cardápio pronto para a realidade virtual e o Project Morpheus poderia ajudar a atrair consumidores que não são jogadores.

A ideia do CEO Kazuo Hirai é fornecer um conjunto de ofertas pela web para desafiar a Apple, a Samsung, a Google Inc. e, agora, a Facebook.

Para ter sucesso, o “PlayStation precisa ampliar sua base de usuários”, disse Hirai no mês passado.

Aparelhos protótipos

A Facebook Inc. disse em março que planejava comprar a Oculus, com sede em Irvine, Califórnia, por US$ 2 bilhões. “A tecnologia abre a possibilidade de experiências completamente novas”, disse Mark Zuckerberg em uma publicação no Facebook.

A Sony e a Oculus trabalharam em conjunto para aprimorar seus respectivos aparelhos, disse o CEO da Oculus, Brendan Iribe, mas é provável que eles sejam incompatíveis porque utilizam softwares diferentes para se comunicar com os aplicativos.

Os aparelhos protótipos de ambas as empresas vão pressionar a Google, que já está vendendo seus óculos inteligentes Glass, a Microsoft Corp. e outras companhias para levar as pesquisas em realidade virtual além do status de experimentos secretos futuristas, disse Vorhaus.

A Sony planeja oferecer neste ano o serviço de download de jogos PlayStation Now, assim como um serviço de televisão por internet, disse Hirai.

A empresa está tentando aperfeiçoar seus negócios com a venda de unidades de baixo desempenho e com a eliminação de empregos.

Óculos para virar o jogo

As vendas relacionadas aos jogos deram um salto de 53 por cento, disse a empresa ao informar seus lucros do ano completo, enquanto as vendas do smartphone Xperia aumentaram cerca de 20 por cento, apesar de a Sony prever um prejuízo líquido de 50 bilhões de ienes no atual ano fiscal.

O PlayStation e os aparelhos móveis são as duas áreas que Hirai identificou como fundamentais para a recuperação da empresa em dificuldades.

Apesar de toda a animação acerca da realidade virtual, Iribe da Oculus disse que poderia levar pelo menos uma década para que a tecnologia se torne massiva. Quando isso acontecer, ela vai ser revolucionária.

“Daqui a uma ou duas décadas, os óculos de realidade virtual estarão em todos os lugares”, disse ele, “e vão mudar o funcionamento de muitos dos setores que conhecemos agora”.

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